quinta-feira, 2 de julho de 2015

Rota Romântica - Romantic Route - Romantische Strasse - Alemanha - 1º dia - Würzburg a Wertheim

Estadia em Würzburg: 
Hotel Regina - Haugerring, 1 - Bahnhofsplatz - Tel. +49-93132-2390
Quarto duplo: 95 euros - Café da manhã não incluído: 5 euros p/pessoa.
                                    
Almoçamos com minha prima e o namorado dela, um prato à base de aspargos, que era o principal alimento da época. Em muitos lugares, as sugestões dos chefes de cozinha sempre incluíam aspargos. E aprendemos a primeira palavra em alemão: spargel.
Após o almoço, fomos para o hotel, tomar um banho e dar uma descansada. Afinal, não havíamos pregado o olho a noite inteira.
Depois saímos para dar uma volta nas cercanias.
Bem perto do hotel há uma grande área verde, cortada por um caminho que serve tanto aos pedestres, quanto às bicicletas. Aliás, as cidades da Alemanha, de uma forma geral, são dotadas de ciclovias em todas as direções. O país possui mais de 70 mil quilômetros delas. São tantas que às vezes até confundem.

Outra característica da cidade que, aliás, não é exclusividade dela, porque encontramos na maioria das edificações pelas quais passamos em todo o caminho, são as flores. Jardins e casas parecem disputar para ver qual é mais bonito.

A cidade se espalha dos dois lados do rio Main e oferece uma gama de atrações históricas, igrejas e museus para todos os gostos.

Uma de suas principais atrações, o lugar onde a cidade teve início, por volta de 1000 a.C., é a Fortaleza de Marienberg, da qual mostraremos mais algumas imagens adiante:

Não se nota nenhum sinal da destruição que foi imposta à cidade pela Força Aérea Inglesa, na segunda guerra, quando 85% dela foi devastada. Os edifícios de valor histórico foram reconstruídos nos anos pós guerra e a cidade, que tem pouco mais de 120 mil habitantes, faz do turismo e da vinicultura duas de suas principais fontes de desenvolvimento econômico.

A organização urbana é impecável: num mesmo ponto, encontram-se a estação de trem, o terminal de ônibus e o terminal de veículos elétricos de transporte de massa, podendo-se ver na foto abaixo, além disso, a marca da ciclovia no solo e os vinhedos nos montes ao fundo.

A riqueza cultural de suas igrejas é imensurável, principalmente pela pela variedade de estilos. A Marienkapelle (foto abaixo) em estilo gótico, se sobressai na paisagem. Nossa foto foi prejudicada pela existência de uma feira no local, que dificultava a visão.

A Kapelle, construída em estilo barroco, domina o alto de uma colina, deslumbrando os olhos dos visitantes:

A foto a seguir incluímos apenas como curiosidade, para mostrar como realmente a bicicleta é muito usada na Europa, de maneira geral. É um estacionamento de bicicletas:

Aqui uma foto da Alte Mainbrücke a ponte antiga que, com seus 180 metros de extensão e estátuas religiosas propicia a travessia do rio Main. À tarde, muita gente de todas as idades se reúne aqui, para bater papo e tomar vinho. É curioso como as muretas ficam coalhadas de garrafas e copos, ao lado dos grupos que conversam animadamente.

O caminho para a fortaleza de Marienberg pode ser feito de bicicleta (e nem poderia ser diferente...) através da ciclovia que se vê nas fotos abaixo:


Alguns aspectos internos da fortaleza de Marienberg: o local é dotado de museu, restaurante, loja de serviços com souvenires e estacionamento, inclusive para bicicletas.





Finalmente, atrasadíssimos, partimos às 14 horas com destino a Wertheim. Não daria para visitarmos a Residenz, lindo cartão postal da cidade, com sua imponência, seus jardins e suas estátuas. Vai ficar para outra vez, com mais tempo.

A ciclovia (Main Radweg, nas placas) se estende às margens do rio Main e é intensamente utilizada individualmente, em duplas, trios, em grupos maiores, famílias, enfim, "todo mundo" anda de bicicleta e tendo uma ciclovia desta qualidade no quintal de sua casa, não dá para ficar parado. No início, tem pista dupla, uma para quem vai, outra para quem vem.
O capricho e o carinho no cuidado com as coisas está por todos os lados. A foto abaixo mostra, em uma pequena localidade, um totem que trás de um lado, boas vindas e do outro, desejo de boa viagem.

Nossa previsão de pedal para o dia era de 43 km, porém, depois de mais de 50 andados, nada de sinalizações de Wertheim. Já eram mais de 6 horas da tarde. Paramos e perguntamos num bar à beira da ciclovia (é, você entendeu bem: um bar na beira da ciclovia!) e nos disseram que Wertheim estava a 50 km dali. Surpresa! Poxa, e agora? Aí nos disseram que poderíamos voltar até uma cidade próxima (Gemunden) e lá pegar o trem para Wertheim. Assim o fizemos.
Aí começaram os problemas. Nas estações, tanto na Alemanha, quando na Itália (veríamos depois), nem sempre há pessoas vendendo bilhetes. São máquinas. Imagine comprar passagens numa máquina que tudo está escrito em alemão! Pedimos ajuda novamente, mas aí a máquina não queria funcionar. Ai, meu Deus!
Um senhor que ia nos ajudar, desistiu e foi sentar-se em seu banco. Ficamos fuçando e a máquina acabou voltando a funcionar. Chamamos o "ajudante" e conseguimos comprar a passagem. 28 euros! Sabe-se lá o que ele comprou, mas deve dar não só para a viagem até Wertheim, como para muito mais...
De repente, apareceu alguém dizendo que não haveria mais trens naquele dia, porque as linhas estavam sendo inspecionadas e as viagens estavam suspensas. Ai, meu Deus, de novo!
Então nos sugeriram procurar o ônibus. Aqui, como em Würzburg, o ponto final de ônibus é junto à estação de trem. Fomos falar com o motorista do ônibus que estava parado lá aguardando seu horário de partida. E encontramos um anjo. Ele nos adotou e decidiu resolver nosso problema. Sua linha não era para Wertheim e sim para Aschafenburg. Ligou para as outras empresas para saber se haveria algum ônibus para Wertheim. Nenhum! Ai, meu Deus, mais uma vez!
Depois de algum tempo confabulando com seus interlocutores, o veredito: Está resolvido! Vocês vão de ônibus comigo para Aschafenburg e lá pegam o trem para Wertheim. Sairemos às 20:04 h, chegaremos às 21:14 h em Aschafenburg. Às 22:30 h vocês pegam o trem, 00:02 h, chegam a Wertheim! Ligou para o hotel onde havíamos feito reserva e informou que chegaríamos tarde. Ufa!
Martin, esse é o nome do anjo, resolveu tudo para nós. Embarcamos no horário combinado e, chegando em Aschafenburg, ele nos mostrou onde era a estação de trem e como teríamos que fazer para embarcar. O bilhete que havíamos comprado em Gemunden deu para pagar as duas viagens (e deve ter sobrado troco)!
Aproveitamos o intervalo entre a chegada a Aschafenburg e a saída do trem para comermos alguma coisa na estação, onde havia um pequeno shopping. E o jantar foi... pizza de macarrão!
Chegando a Wertheim, mais uma surpresa, desta vez boa: o dono do hotel nos esperava na estação e falava português! É alemão, mas casado com uma brasileira. Disse que fomos os primeiros brasileiros a se hospedar no seu hotel. Tem dois hotéis na Alemanha e uma pousada no Brasil. Sempre vem para cá na época do Natal.

Assim, com 64 km no odômetro da bicicleta, terminamos nosso primeiro dia de pedal e de aventura...

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