domingo, 21 de agosto de 2022

Rota do Vulcão - Caldas a Bandeira do Sul - 5ª etapa - 30/05/2022

Caldas/Santana de Caldas/Bandeira do Sul 

Por termos evitado ir a Pocinhos do Rio Verde, dormimos em Caldas na Pousada do Edmar. R$140,00 o casal, sem café da manhã. Ficamos em um quarto no 2º andar, tendo que subir 2 lances de escada. As bicicletas ficaram embaixo, no salão de entrada da pousada, onde, aparentemente, era servido anteriormente o café da manhã. Há água potável nos patamares dos dois andares, à disposição dos hóspedes, o que achei um procedimento de muito bom tom. A esposa do Edmar, que nos atendeu, é muito simpática e se esforça para agradar. O quarto estava limpo, possui ampla janela de vidro com cortina e tem um banheiro com bom chuveiro, espaço adequado e armário. Telefone de atendimento: 35-3735-1000.

Dia de pedal duríssimo com muitas subidas bem íngremes, duas das quais com pelo menos 2 km de extensão cada uma. 

Pouca arborização na primeira hora de pedal, sem passagens marcantes ou que chamassem a atenção por conta de qualquer atrativo. As paisagens continuam muito bonitas, a estrada de terra batida com pó se mantém, alguns trechos cascalhados e perigosos, requerendo redobrada atenção. No entanto, sempre ocorrem corredores de vegetação, que fornecem sombra generosa: 



O caminho continua atravessando ou margeando fazendas de todos os tipos. Às vezes somos surpreendidos com o agradável colorido de um ipê rosa, que dá generosamente todo o ar de sua graça: 
As subidas se repetem e a cobertura vegetal das margens da estrada, sempre que existem, propiciam um refresco ao esforço do pedal, poupando-nos do sol estafante: 


Havia passado pouco mais de meia hora desde que saímos de Caldas, quando encontramos a primeira capela no habitual estilo do interior, esta com cobertura lateral para eventos: 
Viajar de bicicleta não é fácil. Muita gente não entende o que leva alguém a sair por aí enfrentando sol causticante, comendo poeira, desgastando-se em subidas estafantes, tentando escapar de motoristas desajustados, equilibrando-se em descidas alucinantes, controlando cuidadosamente os freios para não triturar os ossos, fugindo ou encarando cães agressivos para não ser mordido e coisas assim. Mas, passagens como esta "de cinema", que despertam felicidade ao cicloturista e nos fazem agradecer à vida pela oportunidade de curtir, ajudam a explicar: 
Uma hora de pedal e, ao chegar a este posto de combustíveis, a indicação do caminho nos direciona à esquerda, ao lado do restaurante: 
A nova estradinha, mais estreita, não tarda a enveredar montanha acima, num aclive acentuado, ao lado de um cafezal. E me tornando repetitivo, volto a mostrar uma casa abandonada, instantâneo sempre melancólico: 
Mais 20 minutos subindo e chegamos ao ápice: 
O alento que nos anima nas subidas é saber que em seguida, inevitavelmente vem a descida correspondente. Assim, começamos a nossa e o caminho nos leva a Santana de Caldas: 
A pequena cidade tem uma larga avenida central, que desce a partir da igreja. Nesta via, à direita, encontra-se uma nova padaria, onde são oferecidos deliciosos pães de queijo e outros quitutes. Na ausência de restaurante na cidade, essas iguarias mataram nossa fome. O padeiro é o proprietário e a esposa, simpaticíssima, nos atendeu com extrema cortesia.
Permanecemos por ali cerca de uma hora e retomamos o caminho em seguida. Na subida, após sairmos de Santana de Caldas, encontramos uma árvore carregada de frutos, a qual não sei identificar. 
Com um pouco de receio, por se tratar de algo desconhecido, cheguei a experimentar, mas o sabor não agradou. 
Ao cicloturista tudo fica mais divertido quando a natureza nos oferece a chance de registrar situações incomuns. Uma seriema fazendo pose sobre um mourão da cerca, é tudo de bom. Só que elas não deixam a gente chegar perto e temos que utilizar o zoom do celular. Infelizmente a ampliação da imagem causa distorção: 
Experimentamos uma certa emoção ao cruzar o Rio Pardo, que aqui ainda é estreito, mas que ao banhar a cidade de Ribeirão Preto, onde moramos, tem uns 100 m de largura: 

Depois de atravessar a ponte, durante ao menos uns 30 minutos o pedal segue por uma estrada que margeia o rio: 
Depois vira à esquerda para enfrentar a maior e mais íngreme subida do dia, que nos custou 2 horas e muito esforço, empurrando a bicicleta e a bagagem morro acima. No alto do morro, a sinalização do caminho e a árvore inclinada: 
O curioso é que a rota forma um grande U, com os viajantes seguindo em uma direção e retornando em paralelo até um ponto que fica mais próximo de onde partimos. O vídeo do Relive  abaixo mostra bem isso.
Quilometragem do dia: 47,2 km. Altimetria: 1.636 m. 

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Rota do Vulcão - Santa Rita de Caldas a Caldas - 4ª etapa - 29/05/2022

Santa Rita de Caldas a Caldas

Dia de "descanso". Programamos um trecho curto para hoje, serão 23 km. O pernoite está previsto para o Hotel Ypê.

Em Santa Rita, pernoitamos no Hotel Granville. Quarto limpo, espaço razoável, pessoal simpático e atencioso. O café da manhã não é abastado. Endereço: rua Major Bonifácio, nº 120 - telefone: 35-3658-0404. Pagamos R$160,00 a diária de casal. Inquiridos sobre serviço de lavanderia, uma funcionária se ofereceu para executar o serviço. As roupas foram devolvidas no dia seguinte, porém não estavam secas. 

Havíamos chegado à tardinha e após o banho, procuramos nos informar sobre local para nos alimentar. Disseram que não havia restaurante aberto à noite e só um carrinho de lanches que fica na rua de trás do hotel estaria funcionando. Fazia muito frio e fomos caminhando até lá, é bem próximo. Comemos um lanche, voltamos e fomos dormir.

Partimos mais tarde, considerando o percurso curto programado e a necessidade de tentar secar a roupa úmida. Passamos pela igreja Matriz de Santa Rita de Caldas, pouco depois das 11 horas da manhã, quando havia terminado uma missa: 

Estava havendo uma festa na cidade e, na saída, pudemos ver o recinto onde estava sendo desenvolvida: 
Depois daqui logo chegamos à estrada de terra, cujo traçado forma um semicírculo em parte da cidade. Ainda bem próximos, observamos pedras enormes, que acredito se tratar de basalto, resquícios do vulcão cuja cratera estarmos contornando: 
Do outro lado da estrada, no mesmo ponto, a bela paisagem também mostrava muitas pedras: 
A estrada neste trecho é boa e o relevo favorável ao pedal: 
Um pouco mais à frente, passamos por uma grande fazenda que, como falamos recorrentemente, também tem seu reservatório de água: 
O pedal neste dia se desenvolveu o tempo todo ao pé das montanhas e prosseguiu sem maiores novidades. Cerca de 40 minutos depois deste ponto, usufruímos de um trecho muito agradável, arborizado e sombreado: 

As montanhas estavam sempre ali, ao lado. Ora pertinho de nós, ora mais distante, mas sempre imponentes. Há informação no site da RV sobre a existência de uma montanha neste trecho, chamada de Pedra Branca. Esta foto mostra aquela que supomos tratar-se da dita cuja, pois não vimos outras que revelassem aspectos que poderiam identificá-las como tal: 
Mais uns 10 minutos de pedal e outra fazenda, tendo ao fundo a parede montanhosa: 
Prosseguindo chegamos a mais uma daquelas capelas isoladas, sem moradias por perto, típicas do interior brasileiro: 
E adiante uma relva bem verde contrasta com o paredão montanhoso da borda vulcânica ao fundo: 
A altimetria do dia não nos exigiu grandes esforços, como poderá ser visto no vídeo final do Relive. Passamos por subidas, planos e descidas de pequena monta. Longos trechos ao sol, porém alguns com cobertura vegetal nas laterais, tornando o pedal agradável e prazeroso: 
Depois desta passagem encontramos três lindos filhotes que vinham em sentido contrário, acompanhando um ciclista. Não sei por que circunstância, desistiram dele e passaram a nos seguir. Paramos, brincamos com eles e acabei até "sofrendo" um arranhão das unhas de um deles na perna, que sangrou. Não havia jeito de fazê-los irem para a casa deles, que também não sabíamos onde era, pois onde nos encontraram não havia nenhuma moradia por perto. Aumentamos a velocidade para tentar despistá-los e quando íamos verificar, olha eles lá! 
Somente quando chegamos na periferia de Caldas é que, com a proximidade de outros cachorros, eles se distraíram e ficaram para trás. Na chegada a Caldas, uma ladeira forte e muito íngreme nos recebeu. Transpondo-a, chegamos ao centro da cidade. Eram 13:15 h aproximadamente. Paramos para almoçar em uma churrascaria onde, em conversa com frequentadores, soubemos que o Hotel Ypê é no distrito de Pocinhos do Rio Verde. O acesso a ele é pelo asfalto, em grande declive, a uma distância de 5 km. Se fôssemos para lá, no dia seguinte teríamos que retornar a Caldas, de onde prossegue a RV, subindo os tais 5 km. Optamos por dormir em Caldas e cancelamos a ida ao Hotel Ypê. 

Quilometragem do dia: 17,5 km. Altimetria: 485 m elevação. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Rota do Vulcão - Andradas a Santa Rita de Caldas - 3ª etapa - 28/05/2022

Andradas/Ibitiúra de Minas/Santa Rita de Caldas

Em Andradas ficamos no Palace Hotel, muito bom. Diária de casal R$130,00. Telefone 35-3731-6000. Quarto limpo, confortável, ótimos chuveiro e café da manhã. Atendimento acolhedor. 

Partindo do hotel, viramos à esquerda e iniciamos a subida em direção à saída para Ibitiúra de Minas. Passamos pela praça principal da cidade, onde está a igreja Matriz de São Sebastião, que não conseguimos fotografar inteira por causa das árvores: 


Já no alto, deixando a cidade, passamos pelo Parque Municipal de Andradas, amplo espaço com estacionamento destinado ao lazer e prática de esportes dos cidadãos, com variada oferta de ambientes apropriados a distintas atividades nessas áreas. 
Passado o parque, começa a estrada de terra, com muito pó, algum tráfego e consequentemente, poeira. De início, atravessamos plantações de café, margeadas por bananeiras: 

No interior, especialmente em Minas Gerais, encontram-se muitas pequenas capelas rurais, afastadas dos aglomerados urbanos, espaços religiosos que são geralmente utilizados por moradores das redondezas: 


Raras fotos deste trecho hoje deixarão de mostrar bananeiras ou  cafezais. A par da altimetria pesada, para todos os lados que viramos a câmera essas plantações se destacam: 



Por volta de uma hora e meia após a saída de Andradas, em meio a uma descida, o caminho indica para virar à direita, mas a sinalização é pequena e está colocada meio distante do leito da estrada. Se não houver muita atenção, corre-se o risco de seguir direto e errar a direção. Por isso, os organizadores colocaram um sinal vermelho em uma grande árvore logo à frente, para chamar a atenção do transeunte: 

Prosseguindo, poucos minutos depois atravessamos uma fazenda, com direito a mais uma casa aparentemente abandonada, enfrentamento de insistentes cachorros e travessia de porteira: 


Mais registros do caminho, mostrando e repetindo cafezais e, desta vez, uma imensa plantação de bananas: 



Mais triste do que uma casa abandonada é uma escola abandonada. E esta, pelos sinais de depredação, estava assim há muito tempo: 
O pedal segue através de grandes fazendas com caprichados ornamentos. A primeira, 
cercada de tábuas brancas; a segunda, com um belo açude, apto a horas de lazer pescando; outra ainda, com uma alameda de palmeiras imperiais. E entremeando-as, trechos bonitos de estrada: 




Nos sobes e desces, paramos por volta de 13 horas, sob uma bela árvore, bem no alto, para um pequeno descanso e ingestão do lanche que trouxemos: 
Nas proximidades de Ibitiúra de Minas, quando já avistávamos a cidade à esquerda, a uma certa distância, chegamos a um cruzamento. Virando à esquerda, iríamos para a cidade. Seguindo em frente, o que parecia indicar uma dúbia plaquinha da Rota do Vulcão, com uma seta apontando para cima, colocada à direita, do outro lado da pista, provavelmente estaríamos seguindo o caminho. Como sabíamos que a rota passaria por Ibitiúra de Minas, surgiu a dúvida: viramos à esquerda, indo para a cidade, seguimos em frente, afastando-nos da cidade, ou ainda, viramos à direita, como poderíamos também inferir da placa da Rota do Vulcão? Perguntadas, pessoas que passavam diziam que deveríamos seguir à esquerda, o que parecia lógico. Porém, resolvi seguir em frente, para ver se havia mais sinalizações da RV e acabei encontrando mais uma plaquinha a uns 800 m dali, confirmando que a direção correta era aquela. Aquele caminho acaba no asfalto, junto à Pousada Recanto Feliz, onde obtivemos água para saciar a sede, prosseguindo dali em direção a Ibitiúra. No caminho passamos por um sítio chamado de Safari das Artes, onde o proprietário artista esculpiu diversos animais, utilizando terra de formigueiro, estruturas de metal e cimento. Seu sonho, de acordo com a Internet, é transformar o lugar em um parque: 
Logo à frente, encontramos a entrada para Ibitiúra: 
A subida mais dura do dia, entretanto, ainda estava por vir e a curva ascendente está perfeitamente delineada no vídeo do Relive abaixo. O curioso desta subida é a existência de várias jabuticabeiras à beira da estrada, às margens do cafezal: 
Despendemos muito tempo para vencer a estafante elevação. O cansaço já do fim do dia, depois de longo pedal para os nossos padrões, empurrando alforje e bolsa que, embora não representem muita carga, parecem pesar toneladas nessa hora, fez com que subíssemos devagar. Afinal, foi uma jornada de 1.456 m de altimetria.
Quilometragem do dia: 47,7 km.