domingo, 16 de outubro de 2011

Mais uma trilha na Europa

Sábado, 15 de Outubro de 2011 - Jornal "A Cidade" de Ribeirão Preto

Via Claudia Augusta passa pela Alemanha, Áustria, Suíça e Itália

De origem romana, roteiro foi ‘descoberto’ pelos turistas há dez anos e é percorrido de bicicleta em até nove dias

Valeska Mateus
Contato com a natureza, belas paisagens, muita história e a liberdade de percorrer mais de 350 quilômetros de bicicleta com total segurança. É neste cenário, entre o verde e os Alpes, que os ciclistas fazem o percurso da Via Claudia Augusta, passando pela Alemanha, Áustria, Suíça e Itália. Um caminho romano aberto no ano 15 a.C, que ligava Roma às províncias do Norte e por onde passavam mais de 300 carroças por dia, transportando produtos agrícolas.
Há cerca de 10 anos o mesmo trajeto se tornou trilha de turistas que querem desfrutar de bicicleta o esplendor das paisagens. São cerca de 50 quilômetros de pedalada por dia, em roteiros que vão de 6 a 9 dias, por todos os tipos de terreno, de planos a ladeiras, passando por pista de asfalto, terra e até de pedras. Para ingressar no grupo é preciso bom preparo físico. "São pessoas que já praticam ciclismo e a maioria com mais de 35 anos. Atravessamos os Alpes em trechos de baixa altitude", comenta Paulo Tarso, presidente do Sampa Bikers e um dos primeiros brasileiros a fazer a via, em 2009.
Mas, em todo o trajeto, o turismo supera o esporte. Nas seis horas médias diárias de pedaladas, são vários pontos de parada para registrar as imagens típicas da região que encantam os visitantes. "São paisagens deslumbrantes. As montanhas, os picos nevados mesclados aos pequenos vilarejos tornam o cenário marcante. A bicicleta permite o contato direto com a natureza", afirma Tarso.
A viagem começa na Alemanha. Após desembarcar no aeroporto de Munique, os turistas viajam duas horas de trem até Füssen, uma cidade montanhosa, com uma arquitetura típica campestre e as águas azuis do lago Schwangau. E é justamente no passeio em seu contorno que começa a rota dos ciclistas.
A visita ao castelo de Neuschwanstein é um dos atrativos de Füssen. Considerado um dos mais bonitos do mundo, ele foi construído em uma floresta que remete ao rei Ludwig 2º, no século 19, e serviu de inspiração para o castelo da Bela Adormecida, da Disney. "Pelos móveis e arquitetura da época, é um dos castelos mais belos que já vi. Bem ao estilo conto de fadas", declara o médico Fernando Okada.
O médico comenta que no cicloturismo o dia é voltado para o trajeto, pedalando na maioria dos dias das 10h às 16h. À noite, o tempo se destina a explorar a cidade em que o grupo pernoita. "Muitos chegam cansados e vão dormir, outros aproveitam para conhecer um pouco do local", diz Tarso.

sábado, 15 de outubro de 2011

A que ponto chegamos: pagar pela nossa própria bicicleta!

Ciclistas pagam até R$ 2.000 por bicicleta "sequestrada" no interior
Casos de roubos estão ocorrendo em ao menos cinco cidades, entre elas Ribeirão e Campinas


Para evitar furtos das bikes, que valem até R$ 14 mil, esportistas chegam a pagar escolta armada em treinos


Edson Silva/Folhapress

O empresário Lucas Cardoso Carluccio, que teve sua loja de bicicletas roubada em julho; assaltos cresceram no interior

GABRIELA YAMADA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO - Publicado em 10 de agosto de 2011

Quadrilhas especializadas em roubo de bicicletas de alto padrão estão sendo investigadas em pelo menos cinco cidades do Estado.
Em alguns casos, os bandidos cobram até R$ 2.000 para devolver as bicicletas. Em Ribeirão, por conta da onda de assaltos, ciclistas chegam a pagar por escolta em treinos.
A SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) não possui dados específicos sobre esses casos, mas ciclistas apontam que a onda de assaltos se agravou neste ano. A polícia investiga, porém, os casos em Sertãozinho, São Carlos, Campinas e na capital - além de Ribeirão.
Na maioria das vezes, os ladrões andam em bandos, armados e levam só as bicicletas, que podem chegar a valer R$ 14 mil. Em um dos assaltos, no sábado passado, um empresário ficou ferido (já falamos sobre isso em texto anterior).
Segundo o delegado Fernando Gonçalves de Oliveira, de Ribeirão, quando os bandidos não recebem o resgate, as peças das bicicletas são comercializadas ilegalmente para outros ciclistas. A Folha apurou que uma hipótese da polícia é a existência de venda pela internet.

MUDANÇA DE HÁBITO
O representante de vendas Ricardo Ortiz, 40, foi assaltado em Sertãozinho, enquanto acompanhava uma corrida. Os bandidos levaram sua bicicleta de R$ 14 mil, mas um seguro o ressarciu do prejuízo. O susto, no entanto, fez com que ele desistisse de outras corridas.
Para Denis Rodrigues, 32, que faz parte de um grupo de ciclistas de Campinas, pelo menos três deles são vítimas da ação dos bandidos na cidade por mês. Ele mesmo conseguiu escapar de duas tentativas de roubo.
Uma comerciante de 29 anos, que não quis se identificar, porém, não teve a mesma sorte. Ela acabou descobrindo que a sua bicicleta estava no distrito de Barão Geraldo. Lá, pagou R$ 2.000 pelo resgate.
Em Ribeirão, um vendedor de 39 anos, que também não quer sua identidade revelada, contou que o resgate para sua bicicleta, avaliada em R$ 4.000, lhe custou R$ 900.
Como Ortiz, ele também mudou o hábito. "Agora levo a bicicleta no carro quando vou pedalar com o grupo."
Por isso, grupos da cidade contratam policiais militares de folga para escolta.
Em São Carlos, ciclistas reclamam de furtos de bicicletas dentro do campus da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos).
A estudante Andreia Pires de Carvalho, 23, que trabalha na Associação São-Carlense de Ciclismo, guarda sua bicicleta dentro da sala de aula.
"Depois que vi estranhos rondando as bicicletas, decidi não deixar mais no estacionamento", disse.
A UFSCar informou que possui uma comissão de segurança no campus.

Em Ribeirão, 5 pontos são os mais visados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO - Publicado em 10 de agosto de 2011.

Um mapeamento feito pelos ciclistas de Ribeirão, prefeitura e Polícia Militar apontou cinco pontos de maior incidência de roubos de bicicletas na cidade.
Com os dados, a PM passou a intensificar a ronda nesses locais.
O mapa foi feito a partir de informações dos ciclistas e de dados criminais internos da PM.
Os endereços mais citados pelos esportistas são o cruzamento entre as avenidas Maurilio Biagi e Leão 13; o anel viário e a avenida Bandeirantes, ambos rumo a Sertãozinho; a rodovia Bonfim Paulista; e a área rural que fica atrás da Agrishow.
"Os pontos mais vulneráveis são as vicinais, onde fica difícil manter o policiamento. Por isso, aconselhamos o uso da malha interna da cidade", disse o capitão Maurício Rafael Jerônimo de Melo, da PM.
A maioria dos assaltos ocorre nos finais de semana, entre as 10h e as 22h, segundo o mapeamento.
Investigações da polícia apontam que os assaltantes são dos bairros Pq. Ribeirão e Jd. Progresso, que fica perto do anel viário.
Segundo o delegado Fernando Gonçalves de Oliveira, da Delegacia de Investigações Gerais, há "olheiros" que vigiam a pista. Os ladrões, diz, agem armados.

Observação: Aconselham usar a malha interna da cidade. No meio do trânsito? Cadê as ciclovias? Se já não as temos por ora, devíamos ao menos pensar no futuro: em todo novo bairro que surgir, que seja obrigatória a construção de ciclovias.