sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Desbravando o Oeste - Rumo a Taquaritinga

Jaboticabal a Taquaritinga, por estradas de terra

16 de novembro de 2012, 08 h e 50 min. Com tudo pronto, - água nas caramanholas, máquina fotográfica a tiracolo, câmeras de ar de reserva, pneus calibrados, bomba de ar, chaves para eventual troca de pneus, mapa do caminho devidamente estudado antecipadamente e cópias na bolsa para o caso de dúvida, celular para comunicação se necessário, dinheirinho para o almoço, documentos, tudo devidamente protegido por plásticos para o caso de chuva - lá vamos nós. Por ser uma viagem curta, de ida e volta no mesmo dia, nada de exageros nos apetrechos. Peso extra para quê?
Saída pela Avenida Carlos Berchieri, um dos mais belos cartões postais da cidade (foto abaixo) pois a passagem sob a Rodovia Faria Lima, fica um pouco acima, na direção de Monte Alto.
Subimos para chegar à rua que passa sob a Faria Lima, viramos à esquerda e atravessamos pela passagem, bem tranquilo. Em seguida há uma ponte que, quando visualizamos pelo Google Earth, estava caída (as fotos desta região são de 2003). Havíamos nos preparado para atravessar por uma pinguela, mas a ponte  estava lá e foi tudo bem mais fácil. Seguimos por um pequeno trecho asfaltado, mas com o calçamento da estrada em péssimo estado, cheio de buracos e pedras britadas soltas. Este piso vai até o Clube de Campo Prainha onde, próximo à entrada, colhemos este flagrante:
A partir daí, estradas de terra. Aliás, boas estradas. Vocês vão ver nas fotos seguintes, belos instantâneos e passagens muito agradáveis, que são um convite à repetição do passeio. Ida e volta chegaram a 60 km e mais adiante explicarei porquê. A estrada segue ao lado de canaviais (foto abaixo) e nem poderia ser diferente. Por todo o caminho não encontramos sequer uma plantação de laranjas. Estão todas sendo substituídas por cana...
Seguindo sempre em frente, logo chegamos a um eucaliptal (foto abaixo) onde havia uma bifurcação: a gente segue pela direita, com plantação de amendoim do lado.
O caminho prossegue por belas e agradáveis passagens, como a desta foto:
O céu estava claro, muito sol sobre o corpo. Ainda bem que nos untamos  devidamente com protetor solar fator 50. Nada de desvios, estradas que demandavam à esquerda ou à direita eram sempre deixadas para trás. E em frente, atravessávamos trechos com belos fragmentos de floresta, com árvores bem desenvolvidas, propiciando sombra ao caminhante...
Havia uma ponte que estava em péssimo estado: madeiras quebradas, buracos enormes, deu medo de passar. Mas, com cuidado, escolhendo os melhores pontos, é possível atravessar, por enquanto, numa boa. Que tal? Não é mesmo de assustar?
Mas os trechos muito agradáveis são muitos e compensam qualquer situação mais perigosa, como essa da ponte. Quero acrescentar que toda a viagem foi muito tranquila, há pouquíssimo movimento de veículos em todo o caminho e não tivemos qualquer tipo de problema: nenhum pneu furado, convivência perfeita com todas as pessoas que encontramos, estradas ótimas, com pouca poeira devido á frequência das chuvas e apenas duas passagens com água empossada no meio da estrada, mas que permitiam a passagem sem necessidade de ir pelo barro. O trecho abaixo a gente passa cercado pelas árvores...
As próximas duas fotos mostram mais trechos muito agradáveis, com as árvores sombreando o solo. Este caminho nos surpreendeu agradavelmente. Muito bom de pedalar, as subidas e descidas não são muito íngremes, árvores em profusão. Boas sombras e o dia, muito claro, ajudou. Notem que as fotos estão em um sequencial, seguindo rumo oeste.

Não é só vegetação nativa que encontramos pelo caminho. Há também eucaliptais, plantas exóticas importadas da Austrália, mas que se deram muito bem no Brasil. O melhor do trecho onde há eucaliptos é o suave perfume que sentimos no ar. Como a essência dessa planta é utilizada nas saunas, a lembrança é inevitável. E seguimos inspirando o aroma maravilhoso, que enche e oxigena nossos pulmões, transformando a passagem num grande momento de prazer!
Há também pontes em bom estado, como essa:
Neste trecho, atingimos o ponto mais próximo da estrada asfaltada que liga Jaboticabal a Taquaritinga. Mas, no nosso planejamento, tínhamos que - e queríamos - continuar pela terra. Desviamos à direita e encontramos a armação registrada na foto abaixo. Felizmente, o caminho não era por ali...
Há, em seguida, mais uma passagem em meio a um trecho de mata, que nem vamos colocar aqui, tantos já foram os que postamos... Mas, uma curiosidade tem ficar registrada. Encontramos, neste ponto, uma bela e bem cuidada plantação de lichias. Particularmente, numa tinha visto uma. Já conhecia a árvore, mas muitas delas juntas é um espetáculo para a gente não esquecer. Veja a foto de um pé, a qual procuramos tirar bem próxima para destacar os saborosos frutos...
E colada nesta, tem uma plantação de mangas Palmer. Que belas escolhas este fazendeiro fez!
Numa subida, avistamos essas árvores secas. E como bons amadores de fotografias, não íamos deixar passar, né? Ficou legal: árvores em perspectiva!
Cidade à vista, sinal de que o mapa estava correto e o navegador fica feliz!
Pelo caminho que traçamos, cruzamos a estrada asfaltada de Bebedouro e seguimos por terra, essa era a premissa. Nada de asfalto. Mas este é o pior trecho que passamos e recomendamos não ir por ali. Todo tipo de dejetos jogado à beira da estrada, desde sacos de lixo mal cheirosos, passando por restos de TV e móveis domésticos, até entulho, entre outras porcarias. O ideal é contornar pelo asfalto, assim: chegando à estrada de Bebedouro, virar à esquerda, até à entrada da cidade, à direita. Aí, é só escolher onde quiser ir... Nós seguimos por terra, passamos por uma ponte sobre a estrada de ferro (próximas duas fotos abaixo) e tapamos o nariz para o mal cheiro! Se soubéssemos, não teríamos ido por ali.

E chegamos à cidade. Vimos, na volta, que o contorno pelo asfalto aumenta a viagem em oito quilômetros. É algo a se considerar. Mas, particularmente, acho que não vale a pena passar por todo aquele lixo e mal cheiro da estrada de terra.
Melhor mesmo é ir pelo asfalto, mesmo que isso represente mais cansaço e maior tempo de viagem. E a cidade de Taquaritinga tem muitas avenidas, passa uma boa impressão ao visitante, percebemos limpeza nas ruas e trânsito tranquilo. Veja a foto da avenida por onde chegamos:
Há, no Google Earth, uma foto da fonte abaixo tirada à noite, com a água e a iluminação funcionando, ficou linda! Não sei se é muito anterior, por época da inauguração, pois hoje ela está um pouco desgastada e necessitando reparos. De qualquer forma, fica o registro.
Fomos almoçar num restaurante e churrascaria em frente a esta praça, pois já havia passado das 11 horas e 30 minutos. Ou seja, cerca de três horas de caminho, com as paradas para fotografar. Voltamos em seguida, conforme informamos acima, evitando o trecho ruim, contornando pelo asfalto. Mas tudo muito legal. A última foto, mostra já a gente chegando em Jaboticabal. Exaustos, porém felizes. Missão cumprida!
Jaboticabal ao fundo!

domingo, 28 de outubro de 2012

Pedal em Itacaré

Itacaré - BA - De bicicleta até Jeribucaçu

Os amantes do cicloturismo, quando não usam as folgas do trabalho para percorrer algum circuito de bicicleta, dão um jeito de conseguir alguma pedalada até nas férias na praia. E assim foi conosco. Passando alguns dias em Itacaré, pequena e atrativa cidade próxima a Ilhéus, na Bahia, onde se vê um pôr-do-sol dos mais lindos que já pude observar (foto abaixo), em contato com um guia local chamado Rosildo, conhecido como Gordo, programamos um passeio de bicicleta até a praia de Jeribucaçu. 
Pôr-do-sol na Ponta do Xaréu, praia da Concha
Saímos da pousada pela manhã, para onde o Rosildo já havia deslocado as bicicletas e rumamos em direção ao sul, inicialmente pela parte histórica da cidade e logo depois por uma ciclovia que acompanha a estrada que leva a Ilhéus. Nos primeiros quilômetros, a ciclovia fica separada da estrada por um pequeno jardim e segue por um aclive não muito acentuado. Depois de uma rotatória o jardim desaparece, dando lugar a uma faixa vermelha que demarca o território das bikes (foto seguinte). Existe um mapa que mostra perfeitamente o roteiro que fizemos no site www.itacare.com.br.

Ciclovia
A ciclovia tem 6 km de extensão e depois de percorrê-los chegamos ao bairro de Campo Seco, onde deixamos o asfalto e seguimos por uma estradinha de terra. 
Bairro de Campo Seco
 Seguimos pela estrada de terra e logo à frente encontramos um amplo espaço vazio, que é usado para estacionamento dos carros. Para quem vem de automóvel, o veículo tem que ser deixado aqui, pois daqui prá frente, só a pé ou de bicicleta...
Estacionamento de veículos
A partir daí são três quilômetros de uma trilha maravilhosa em meio à preservada mata Atlântica, como mostram as três fotos seguintes. Pedal à sombra, prazer inigualável!



Então chegamos ao ponto em que não dá mais para avançar com as magrelas. Deixamo-las amarradas com cadeado (nunca se sabe...) e seguimos a pé.
Estacionamento de bicicletas
Prosseguimos pela trilha que se mantém agradavelmente em meio à floresta. Acho que daria para seguir com as bicicletas, porém na volta teríamos que empurrá-las e até carregá-las por causa dos declives muito fortes. Melhor mesmo é seguir a sabedoria do guia que conhece bem o local. Logo temos a primeira vista da praia:
A 1ª visão da praia
Mais um pouco de descida e atingimos o nível do mar. O caminho segue com trechos entre coqueiros e finalmente chegamos. É uma praia relativamente pequena, deve ter uns 500 metros de extensão e, além da extraordinária beleza, cercada por montanhas dos três lados que se opõem ao oceano, apresenta o desaguar de um também pequeno rio de águas cristalinas. Puxa, como valeu a pena! Que maravilha!
Jeribucaçu
 Ali tomamos sol e banho de mar, em pouquíssimas companhias. Era quase uma praia particular! E saboreamos o delicioso peixe do Roque, inigualável! Assado, temperado no capricho, como não vimos nenhum outro na cidade, acompanhado de farofa de banana da terra, tomate picadinho e arroz. Dá água na boca só de pensar!
O peixe assado do Roque
No local ainda é possível, seguindo por uma trilha entre coqueiros (1ª foto abaixo), chegar-se à praia da Arruda (2ª foto), com piscinas naturais.
Trilha para a praia da Arruda
Praia da Arruda


Neste local, depois de muita depredação, com o apoio, colaboração e vigilância dos nativos, os corais estão se reconstituindo. Brevemente, com certeza, toda a flora e fauna estará refeita e o turista poderá desfrutar de um belo campo marinho, repleto de vida.
Corais em recomposição
Visitamos ainda, na volta, a cachoeira da Usina. Não temos fotos, infelizmente, porque o cartão de memória da máquina fotográfica encheu e não portávamos reserva. Cobra-se 5 reais por pessoa para ingressar no local e se trata também de um passeio inesquecível. A descida é feita em meio à floresta nativa, muito densa, sobre camadas de folhas caídas. É possível entrar na água geladinha e curtir, contando com uma corda amarrada para facilitar a saída. Das margens conseguimos ver um pitu se movendo entre as pedras. Como diz aquela propaganda: isso não tem preço!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Circuito Vale Europeu - SC - 7º e último dia: Palmeiras a Timbó

Chegamos a Palmeiras por volta de 15 horas. As anfitriãs Duda e Mirtes nos propiciaram um agradabilíssimo café com direito a bolo com cobertura de leite condensado com limão e suco. À noite, o jantar (uma deliciosa galinhada à moda, regada a precioso vinho de fabricação própria, produzido no vale do Rio Rosina, pelo pai das proprietárias) tinha este cenário que vocês vêem abaixo:
Não era para adorar? Foi só sentar e alimentar corpo e espírito...
Passamos a noite neste lindo chalé:
A novíssima Pousada Flor da Terra, das hospitaleiras irmãs Duda e Mirtes:
O dia amanheceu bastante nublado e o cenário ficou assim:
 
Velhos pinheiros carregados de parasitas formam esta bela imagem à beira da estrada:
Uma propriedade rural pela qual passamos e que causa uma muito boa impressão:
A paisagem no último dia não muda muito: eucaliptos continuam a fazer parte dela:
E mais uma ponte de madeira transformada em área de lazer. Notem os vasos de flores nas laterais:

 
 
 O circuito, pensado para agradar o turista, nos faz pedalar uma vez mais ao lado de um belo rio, cujas águas se espremem entre as grandes pedras:
Vejam que as construções se projetam até à beirinha da água. E não são só as antigas, não, observamos que há também novas sendo feitas:
Um pesqueiro tremendamente bem organizado, com gramado separando os tanques, muito verde por toda parte e a floresta ao fundo:
Há muitas flores silvestres pelo caminho e selecionamos algumas, bem singelas, para mostrar a vocês. A primeira delas é de uma planta rasteira que nasce e cresce à beira da estrada. A segunda, de um arbusto que ocorre com frequência na região e a terceira, é de uma árvore que enfeitava a entrada de uma propriedade:


















Às vezes íamos pedalando em meio à floresta (próxima foto) e avistávamos cachoeiras distantes em meio às árvores (foto seguinte).

Neste dia houve uma subida muito íngreme e difícil, cerca de dois quilômetros de aclive acentuado e que foram percorridos com muito esforço: já era o sétimo dia de pedal e o corpo já estava bastante dolorido e cansado:
Finalmente, de volta ao ponto de partida. O grupo reunido - Eros, Eli, Rodrigo e Célio - comemora a chegada a Timbó, fim do ciclo. Era cerca de duas horas da tarde.
Foi uma semana pedalando, nenhum pneu furado, nenhum tombo, nada a reclamar... Pode-se dizer, ao final, que o balanço é plenamente satisfatório. Região de paisagens lindíssimas, muita coisa diferente para se ver e conhecer, excelente acolhida nos pontos de parada. Vale uma recomendação: quem tiver vontade, venha que vale a pena...
A questão agora é uma só: quando e qual vai ser o próximo?
Abraços a todos.