quarta-feira, 27 de junho de 2018

Circuito das Araucárias – 2º dia – Rota das Cachoeiras – Chalés Mokwa a Corupá – 06/06/2018

Os Chalés Mokwa estão situados no município de Corupá-SC, onde também está a "Rota das Cachoeiras". O pernoite, sem café da manhã, custa R$90,00 o casal e não aceitam cartões, somente dinheiro.
Configuramos o 2º dia de forma a ficar baseados nos chalés, percorrer a Rota das Cachoeiras a pé, no período da manhã, almoçar no Camping  Rio Novo e depois pedalar até a cidade sede do município, à tarde, trecho de 15,4 km. 
Não planejamos um trecho maior porque a trilha das cachoeiras exige bastante esforço físico e quisemos um pedal mais ameno para completar o dia.
A Rota das Cachoeiras é uma trilha montanha acima, com 2900 m de extensão, com subidas muito íngremes em alguns trechos e com escadas de pedras rústicas em todo o caminho, pontes suspensas, passarelas e muita beleza natural. São 14 quedas d’água ao todo, todas no Rio Novo, embora a 13ª esteja com o acesso interditado:
A entrada no parque, que é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) pertencente à família Battistella, é controlada, porque se leva em média, quatro horas para percorrer toda a trilha (portanto, não se permite a entrada após as 14 horas). O ingresso custa R$ 20,00 por pessoa e não há descontos para idosos ou meia entrada.
Deve ser adquirido antecipadamente no Camping Rio Novo e apresentado na portaria de acesso, justamente com uma declaração de responsabilidade. Há estacionamento gratuito para carros e bicicletas.
A trilha é denominada “Passa Águas” e, no início, estão sendo feitas melhorias, com criação de uma passarela inicial, que terá deck de madeira, para facilitar a locomoção:

A primeira queda d'água é encontrada 147 m depois e é denominada "Cachoeira do Suspiro":
O calçamento, como já falamos, é de pedras, dispostas de maneira a formar degraus bem rústicos. Nos trechos de menor segurança há corrimãos:
A 2ª cachoeira do percurso é chamada de "Banheira" e é uma linda queda d'água:
Como disse anteriormente, há pontes pênseis na subida:
Encontramos a 3ª cachoeira 250 m depois da segunda. É a "Cachoeira dos Três Patamares":
A medida que vamos caminhando, a cada 100 m encontramos placas como esta, que indicam a distância que já percorremos e quantos metros faltam até a última:
Na subida encontramos um grupo de simpáticas garotas de Jaraguá do Sul, que chegaram um pouquinho depois de nós, mas que, com sua juventude, logo nos ultrapassaram: Thaísa, Drica, Deizi e Jéssica. E aí a gente acabava se encontrando em todas as cachoeiras:
A 4ª cachoeira é chamada "Pousada do Café":
Um trecho com deck de madeira e passagem sob a rocha:
5ª Cachoeira, chamada "do Repouso". Reencontro com as garotas de Jaraguá: 

A estrutura no caminho é excepcional: bem feita e muito bem mantida:
A 6ª cachoeira, chamada "Remanso Grande", não vi nela grandes atrativos. As 7ª e 8ª têm um nome comum: "Confluência":
O caminho, em meio à floresta, é encantador:
Na 9ª cachoeira, chamada "Corredeiras", a água deslisa pelas pedras e se joga, numa pequena queda, para formar um belo poço. Há muitas placas durante todo o caminho alertando para a proibição de entrada na água. Segundo informações que obtivemos, isto aconteceu após uma ou duas mortes de incautos mergulhadores. Se se procurar em informativos mais antigos, de cinco anos ou mais, se poderá ver que, na época do verão, se incentivava muito o refrescar-se nas águas limpas do Rio Novo: 

A 10ª cachoeira, a "do Tombo":
Avistando novamente as garotas de Jaraguá, um pouco mais à frente:
E a 11ª cachoeira, a "do Palmito":

A pose à frente da 12ª cachoeira, a "Surpresa":
A 13ª está interditada, não há explicação do motivo, mas vi uma estrutura de ponte caída, que deve ter ocorrido em enchente. Mero palpite. 
No caminho encontramos o João, o responsável por manter as pedras das escadas bem posicionadas e firmes, para evitar quedas e facilitar a "escalaminhada":
Finalmente, faltava uma só. E o espetáculo é deslumbrante quando se descortina aos nossos olhos a "Salto Grande", com seus 125 m de altura:

O local é dotado ainda de pontos de descanso com infraestrutura para palestras de educação ecológica: 
E já que os mergulhos são proibidos, há chuveiros para banhos refrescantes: 
A pose final, antes da volta, com as meninas de Jaraguá:
Após a "Rota das Cachoeiras", almoçamos no "Camping e Restaurante Rio Novo", da Isa que, com seu marido Valmir, dirigem o local e fornecem os ingressos para a visita às cachoeiras:

Os 15,4 quilômetros até Corupá foram percorridos com tranquilidade, porém como nossa reserva era no Hotel Tureck Garten, tivemos que pedalar por cerca de 3 km no acostamento muito ruim de uma estrada asfaltada, perigosíssimo. Já no hotel, com esta vista aí, pudemos descansar da árdua e gratificante jornada do dia:
Jantamos, à noite, no próprio hotel. À francesa... (Pouca comida, mas muito saborosa!)

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Circuito das Araucárias - 1º dia - São Bento do Sul aos Chalés Mokwa (Rota das Cachoeiras) - 05/06/2018

O tempo estava chuvoso desde a véspera. A previsão para a terça-feira, primeiro dia de pedal, anunciava chuva também. A temperatura máxima  do dia cravava 14° C.
Aí, vem aquele pensamento na cabeça: será que vale a pena? Chuva e frio, barro, riscos de quedas aumentados por causa do terreno escorregadio. 
Levantamos às 7 h com intenção de sair às 8:30 h. Acabamos saindo às 9:20 h. 
Embora estivesse tudo molhado, não estava chovendo:
Logo na saída passamos por um mirante, porque o hotel fica no alto de um morro. Tem uma vista da cidade, bastante encoberta pelas árvores, por isso mostramos só a passarela:
E já, no local, temos uma amostra do que certamente será a tônica deste circuito: muitas araucárias...
Na praça, localizada atrás do prédio do Departamento de Turismo, fica o coreto, marco inicial do caminho:
O ponto 0 do circuito está localizado logo atrás do coreto:
Há que se observar com muita atenção as indicações contidas nas placas de sinalização concomitantemente com as descrições da cartilha e o odômetro da bicicleta. No caso, a seta indica a direção da saída, mas não significa que a distância indicada nela (0,4 km) tenha que ser percorrida em linha reta. Desacostumados com essa forma de orientação, tivemos um pouco de dificuldade no começo, porque não lemos com atenção a descrição na cartilha, que dizia "contorne o quarteirão"...
Acertado devidamente o caminho, percorremos um trecho em paralelepípedos e 5,5 km depois era hora de deixar o asfalto e ir para a terra:

Outra característica da região, as casas de madeira, que vamos ver muito durante o percurso:
E logo deslisávamos pela estrada lisa e bem feita, cercada de verde, que se apresentava aos nossos olhos, sempre tendo as araucárias como pano de fundo:

Km 8,5: aqui começam os 10 quilômetros de descida do primeiro dia. Um dócil e lindo cachorro veio animar a manhã:

A descida, em meio à floresta, propicia paisagens encantadoras:


No km 12,2, a passagem pela "cachoeirinha":

Muito isolamento, floresta e piso bom, bem liso. Normalmente, a estrada é um recorte na montanha, tendo de um dos lados, um despenhadeiro, que termina em um riacho, ao lado do qual se desenrola grande parte do caminho:




No km 23,4, uma casinha protegendo uma bisca d'água:
No km 24, passagem por Rio Natal: o cemitério e a igreja:


Aí começou a chover. A princípio, de leve, porém logo começaram os "pingos gordos". Foram ao menos três pancadas de chuva em seguida. Mas, continuamos assim mesmo, nossos alforjes e mochilas estavam devidamente protegidos.
Neste ponto (próxima foto), a paisagem que se descortinava abaixo era encantadora (foto seguinte). Ainda não sabíamos, mas iríamos atravessar o rio por aquela pontezinha de concreto que se vê em primeiro planto, antes da ponte da linha férrea:

E aí estávamos nós atravessando a pontezinha. Então, da ponte de concreto avistando a ponte de ferro, depois, da ponte ferro vendo a ponte de concreto...

E aqui está a ponte e a estrada de ferro. É sempre um motivo de alegria encontrar uma ferrovia, pois o Brasil, um país de dimensões continentais, quase extinguiu sua malha ferroviária....


Um nevoeiro muito denso foi nossa atração seguinte:

Também é sempre uma diversão curtir e registrar a passagem por dentro de um pequeno curso d'água que escorre montanha abaixo:
Os antúrios do sr. Morel, morador deste trecho do caminho, que combatia o frio sorvendo seu chimarrão fervente:

As plantações de banana serão outra constante ao longo do caminho. E a montanha, semi-encoberta pelo nevoeiro, é uma curiosidade que enche os olhos de admiração...

Finalmente, 38,7 km depois, chegando aos Chalés Mokwa:
Aí, tivemos um outro problema: nos chalés e nas casas nas proximidades, não se via viva alma. Procuramos por todos os lados, até encontrar um rapaz que trabalhava em um barracão. Perguntado sobre quem tomava conta dos chalés (onde havíamos feito reserva antecipadamente), ele nos disse que dª Maria, que cuida do local, havia ido para a casa da filha, que estava doente e que seu marido estava trabalhando na roça e ia chegar mais tarde. 
Resolvemos então ir para o Camping Rio Novo, a cerca de um quilômetro de distância, onde havíamos solicitado, também antecipadamente, que nos preparassem o jantar. Entramos e também não encontramos ninguém. Depois de chamar e aguardar um bom tempo, sem nenhuma resposta, resolvemos perguntar em uma casa próxima. O morador nos disse que o casal responsável pelo acampamento havia ido para a cidade, ao médico e que, provavelmente, chegariam mais tarde...
Aguardamos até às 18 h, já estava escuro e ninguém apareceu... Voltamos então para os chalés onde, felizmente, o sr. Elton, o marido da dª Maria, havia chegado e nos recepcionou. Ao contarmos a história do jantar para ele, sensibilizou-se e prometeu ir falar com o sr. Dias, que tem um restaurante próximo, para ver se ele teria alguma coisa para comermos, pois estávamos sem almoço...
Então, finalmente, pudemos tirar a roupa molhada e tomar um reconfortante banho quente. O sr. Elton voltou e nos disse que o sr. Dias estava numa novena, mas que voltaria depois das 19:30 horas e que daria um jeito de preparar ao menos um sanduíche para nós...
Boas notícias, afinal. 
E assim sucedeu-se. Depois do banho, subimos para o restaurante, onde pudemos repor as energias com um sanduíche de hambúrguer caseiro e salada. O café da manhã do dia seguinte, veríamos o que se poderia fazer, já que o sr. Dias não tinha nada, nem nos chalés. 
O jeito seria tentar de novo lá no acampamento Rio Novo...