terça-feira, 28 de junho de 2016

Blugrama - Navegantes a Gramado - 6º dia - De Petrolândia (SC) a Rio Rufino (SC) - 02 de junho de 2016

De saída, passamos novamente na Padaria Brothaus para o café da manhã de despedida. Chocolate quente, misto idem, banana prata e lanches para o caminho. Uma festa com o pessoal,  todos já nossos grandes amigos. Atendimento super simpático e tudo de primeira: não podemos deixar de recomendar.
Trecho bem diferente do dia anterior. Acabaram os pés de mexerica e as pequenas propriedades. Agora só se vê grandes fazendas, bem espaçadas um das outras. A frequência com que se vê uma diminuiu muitíssimo.
O dia se inicia mais uma vez com neblina, poças de água da chuva do dia anterior e uma estrada razoável, que cruza e percorre a margem, uma parte do tempo, do rio Canoas. 
Passamos por paisagens bucólicas como a dessa fazenda: construção em tábuas de madeira, próxima à estrada, quintal com galinhas, horta, o riacho tranquilo, enquanto a árvore de flores brancas se debruça graciosa sobre as águas: 

A vegetação é quase toda à base de araucárias que vão aparecendo cada vez em maior número e plantações de pinus. Não admira que o pinhão seja utilizado em larga escala na alimentação das pessoas da região.

Pinus, que levam 30 anos para estar na melhor condição de corte

Com o passar do tempo, o céu foi-se abrindo e brilhou o solpermitindo visualizar as montanhas das proximidades:

A estrada alternava trechos bons com outros nem tanto, cheios de pedras pontiagudas afundadas na terra, parecendo que jogaram caminhões e caminhões de pedras sobre a terra e depois passaram um rolo compressor que, no entanto, não havia conseguido afundá-las completamente. 


Muitas poças de água e por conseguinte, lama, deixaram sujas nossas magrelas e nossos corpos e roupas cheios de respingos de barro. Em alguns momentos haviam nascentes que brotavam das montanhas e propiciavam-nos a chance de abastecer nossas reservas de água. Havia uma delas com uma bica para facilitar a coleta, porém com as pedras, onde tínhamos que pisar para pegar a água, extremamente escorregadias e perigosas:


Num certo momento, quando nossa água acabou, paramos em uma residência que ficava relativamente próxima à estrada e fomos atendidos pelo dono do lugar, o sr. Sebastião. Foi muito atencioso, conversou um certo tempo conosco e abasteceu nossas caramanholas. Falou da cachoeira de Urupema (SC), que havia ficado congelada e que ele havia visitado, sugerindo que fôssemos lá para ver. Lamentamos não poder ir, porque tínhamos a viagem toda planejada. Em geral, as pessoas não são muito expansivas por aqui, porém quando abordadas mostram-se muito gentis e hospitaleiras.
No distrito de Canoas, paramos em um local que parecia ser um restaurante, para tentar comer alguma coisa, pois estávamos varados de fome. A proprietária, porém, foi taxativa: "Não, não temos nada aqui para comer. Mas vocês estão perto de Rio Rufino, lá tem a Lanchonete e Restaurante Fratelli, onde vocês certamente encontrarão o que comer".
Os últimos 5 km são asfaltados e quando chegamos, às 15:30 h, a Fratelli estava fechada. O jeito foi matar a fome mais uma vez em uma panificadora, a Cantinho Doce. Na entrada da cidade, o monumento que homenageia Rufino Pereira, agricultor da região no início do século passado:


À noite, depois do banho, fomos verificar se a Fratelli estava aberta. Felizmente, sim. Não havia opções e só o que conseguimos foi arroz, salada, farofa de pinhão e trutas em postas. Jantamos e fomos dormir, porque o frio estava de rachar...

Distância percorrida no dia: 51 km.

Hotel em Rio Rufino: Lurian, R$ 120,00 reais com café da manhã.
  

domingo, 26 de junho de 2016

Blugrama - Navegantes a Gramado - 5º dia - De Aurora (SC) a Petrolândia (SC) - 1º de junho de 2016

No 5º dia, o pé melhorou mais um pouco e resolvemos prosseguir pedalando.
O café da manhã foi bem simples, mas com banana e mamão, o que melhora a condição.
Um dos pneus da bicicleta amanheceu um tanto murcho. Como existe um posto de combustíveis bem ao lado do hotel, providenciamos o enchimento e partimos.
O trecho de asfalto é curto e logo estávamos em estrada de terra de boa qualidade, com pedras, é verdade, mas enterradas, apenas pontas à vista, porém não dificultavam o pedal. 


O tempo permanecia fechado e tínhamos a neblina, bem densa, por companheira de pedal: 
O trecho de hoje tem muitas fazendas e comunidades rurais.
O que me chamou a atenção nesta etapa sem grandes atrativos, foi o colorido das casas, quase sempre com pinturas novas e muito bem cuidadas, com seus belos jardins e pomares com mexeriqueiras carregadas de frutas maduras e bem amarelinhas, deixando-nos, à distância, com água na boca.







Na passagem pela Estrada Geral Ribeirão Matilde, já no município de Atalanta (SC), há um pequeno posto de combustíveis, o Auto Posto JJ, de dona Sandra, onde pudemos nos aliviar no banheiro, comprar água para abastecer nossas caramanholas e tomar um isotônico. Nada para comer além de biscoitos ou coisas assim. Mas foi o único “ponto de apoio” em todo o caminho.
O mais curioso dessa parada é que, um senhor de nome Balduíno, que tomava uma caninha com amigos no balcão, orgulhoso da natureza exuberante da região, queria que fôssemos morar em um seu sítio nas proximidades. Insistiu para que fôssemos lá e nos deu todas as informações de como chegar. Na verdade, acho que ele queria nos vender o sitio...
Nos 10 quilômetros finais a estrada piorou bastante, muito esburacada e cheia de pedras.
Chegamos em Petrolândia com uma chuvinha fina e persistente incomodando bastante. Fazia muito frio e não havia restaurantes ou lanchonetes para matarmos a fome. Encontramos uma padaria, a “Panificadora Brothaus”, onde pudemos tomar um chocolate quente e comer um sanduíche. O proprietário, sua esposa Simone e as funcionárias Rose, Pâmela, Alarissa e mais uma que, infelizmente, não conseguimos nos lembrar seu nome (pedimos desculpas) são todos extremamente simpáticos e hospitaleiros e o tempo que passamos lá foi muito agradável. As pessoas que entravam na padaria para fazer suas compras, sempre nos cumprimentavam e acabavam conversando conosco, ficando admiradas por estarmos viajando de bicicleta. Por fim, o dono se ofereceu para preparar uma sopa para o jantar, se quiséssemos. Aceitamos prontamente, fomos para o hotel para um banho revigorante e combinamos de voltar às 19 horas.
O hotel, o único da cidade, fica sobre um bar, no ponto de parada dos ônibus intermunicipais, o que poderia ser chamado de estação rodoviária. É todo de madeira e os quartos não têm banheiros privativos. Quando alguém andava no corredor as tábuas rangiam: Nhéc, nhéc. Chama-se Hotel Fachini. A proprietária, dona Nezias, muito simpática, conversou muito conosco. Olhou para as bicicletas e disse: "Prefiro de quatro patas". Adora cavalos e tem uma égua de estimação, com a qual faz passeios pela região. Para ela não há lugar melhor que sua cidade e assegurou-nos que “aqui não é o paraíso, mas está bem pertinho”! 
Foi o local mais simples de todo o caminho em que pernoitamos. O preço foi de R$ 60,00, sem café da manhã.
Após o banho, na hora combinada, voltamos à padaria para a sopa. Estava maravilhosa! Uma delícia! Comemos, conversamos mais um pouco com os donos e as funcionárias e fomos dormir. O frio apertava e a chuvinha, embora intermitente, continuava incomodando. Assim como a dor no pé torcido...

Distância percorrida no dia: 38 km.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Blugrama - Navegantes a Gramado - 4º dia - De Ibirama (SC) a Aurora (SC) - 31 de maio de 2016

Veja depois do registro feito sobre a data de 31 de maio de 2016, as informações e fotos do trecho Ibirama a Aurora, percorrido em 06/11/2016.

                                                ...ooo000ooo...

31/05/2016 - Também no quarto dia não tivemos condições físicas de prosseguir pedalando. O tratamento com gelo estava dando resultados, mas a dor ainda incomodava muito.
Fica a promessa: voltaremos um dia para refazer o percurso de bicicleta e registrar no blog. 

A estadia aqui foi no Aurora Park, de dona Janete e seu filho Emanuel. Também foi um lugar bem agradável, um quarto amplo, cama muito confortável, wifi e café da manhã. Na véspera, não saímos para jantar. Comemos uma pizza, por sugestão do Emanuel, muito boa, por sinal. Valor da diária: R$ 120,00.


                                                ...ooo000ooo...

06/11/2016 - Cumprindo a promessa de maio deste ano, retornamos ao sul para completar os trechos não percorridos naquela ocasião. Este é um deles.
A saída de Ibirama foi do pátio interno do Hotel Soralete, onde também está a garagem.
As fotos aparecerão na ordem em que foi feito o pedal, ou seja, no sentido Ibirama a Aurora.

O começo é pelo asfalto, no acostamento da movimentada e perigosa rodovia BR-470, bem ao lado, mais uma vez, do rio Itajaí-Açu. Ao menos o acostamento é bem liso e bom de pedalar:




O trecho asfaltado tem 10 km e termina logo após cruzar uma ponte, no km 113 da rodovia, quando então viramos à direita, saindo da BR-470. 


Pode ser utilizada, também, uma outra ponte, menor, localizada um pouco antes do km 113. Aliás, é até preferível, porque a ponte da rodovia não tem acostamento.
A antiga Estrada de Ferro Santa Catarina, desativada, construída por colonizadores alemães, passava por aqui. Um pequeno trecho dessa estrada foi reativado para o turismo e os passeios são feitos aos domingos, em datas pré agendadas, cujo programa pode ser consultado no endereço eletrônico
http://www.valeeuropeu.tur.br/site/eventos/189/Passeio-Historico-Cultural-de-Maria-Fumaca-em-Apiuna/.
Infelizmente, no dia que passamos, embora fosse domingo, não era dia de passeio:

Ali é o início de um aclive bem forte que, inclusive, dá nome ao lugar (Subida). Para amenizar, só curtindo as flores:


Deparamos, no alto da subida, com esta imagem, parecendo uma daquelas instalações militares secretas que vemos nos filmes:
Mas, vimos tratar-se apenas de uma passagem chamada "chaminé de equilíbrio" do duto por onde é forçada a passagem da água represada do rio Itajaí, em área acima. É a Usina Hidroelétrica de Salto Pilão e a água corre por esse duto subterrâneo através da montanha, com um desnível de 200 metros, ganhando força para mover as turbinas localizadas na base e gerar energia elétrica. Maiores informações e fotos espetaculares da construção e de todo o esquema de funcionamento podem ser vistos em www.usinasaltopilao.com.br/.



Prosseguindo daí, vimos algumas passagens do caminho, com uma estrada boa e propriedades rurais de aspecto muito agradável:




Então passamos por um bar, no Sítio Recordação, após mais um trecho de subida, quando o pessoal presente fez muita festa, fazendo com que nos sentíssemos especiais, com palavras de incentivo e aprovação:

As propriedades vão passando, algumas mais sofisticadas e a estrada boa continua:


Até que uma delas foi especial: os proprietários plantaram rosas em toda a extensão da cerca que beira a estrada. Viajar assim é muito bom!
Chegamos, então, ao bairro Riachuelo, no município de Lontras-SC. Foi o local onde encontramos as margaridas mais bonitas do caminho:



Almoçamos em Lontras, em um restaurante à beira da estrada, simples, porém com um excelente atendimento e uma comida muito saborosa. Daí até Rio do Sul, a estrada é asfaltada e com uma ciclovia, com trechos muito bons, embora haja alguns pedaços onde ela está destruída e a manutenção passou longe, obrigando-nos ao risco de usar o mesmo espaço dos automóveis:


Chegando a Rio do Sul-SC, o rio e mais uma ponte pênsil, que liga dois bairros do município. Está interditada para o tráfego de veículos:


E chegamos a Rio do Sul, com sua belíssima catedral e o rio que a atravessa. O caminho vai de ponta a ponta da cidade:



Saindo em direção a Aurora, a ciclovia continua por um tempo:

Um estranho monumento emoldura o barranco, contendo, além do boi, dois anões sentados sobre as muretas:

E prosseguimos pelo caminho, após o fim do asfalto, desta vez com muitas pedras, porém com belas imagens a emoldurar a passagem:


Em uma casa, bem à beira do caminho, um incrível tomateiro fazia parte de uma pequena horta:

E o rio volta, mais uma vez, a fazer parte da paisagem. Em uma das fotos, um ninhal de garças:


 A tesourinha deixou-se fotografar com toda sua graça:
Uma bonita casa no caminho, um magnífico e perfumado pé de bogarim e o rio, com sua pequena represa rompida, fecharam o dia:



Mapa e altimetria do trecho, visto pelo Wikiloc:
Distância do dia: 64,2 km.
Quando chegamos ao Aurora Park Hotel não encontramos vaga. Mas a proprietária, dona Janete, tem outro hotel em Ituporanga, a 14 km, para onde fomos passar a noite. Diária de R$ 120,00 o casal.