domingo, 28 de julho de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 7º dia - De Roschach a Stein am Rhein

28/05/2019 - Terça-feira

Foto da barraca com o "puxadinho" onde as bicicletas passaram a noite: 
Minha cara de tristeza nos preparativos para sair: meu celular novinho, que comprei para a viagem, caiu sobre as pedrinhas e trincou o vidro em várias direções. 
O hotel não chegava a ser de luxo, mas era de um padrão acima dos que a gente frequenta normalmente nestas viagens: 

O lago Constance estava completamente tomado pela bruma: 


Choveu a noite toda e de manhã continuava chovendo. Resolvemos fazer o trecho de hoje de trem. Partimos, então, para a estação: 
Chegando lá, porém, verificamos que não havia linha de onde estávamos para Stein am Rhein. Teríamos que pegar o trem umas cinco cidades à frente. Bom, se teríamos que nos molhar até lá, então, já que estávamos na chuva, decidimos fazer o trecho todo de bicicleta. 
Logo, felizmente, a chuva parou e pudemos curtir e fotografar o caminho, que se desenvolveu boa parte á beira do lago Constance: 






Diariamente tenho colocado elogios para a Europa. Mas são tantas as coisas maravilhosas que encontramos aqui e eu fico vendo tudo o que poderíamos ter e não temos, que sinto necessidade de partilhar. 
A sinalização, por exemplo, é algo a destacar. Vejam informações para os pedestres: 
Paramos para almoçar em um restaurante à beira do lago, protegido por vidros do vento e da temperatura baixa: 

Só como curiosidade, deixo aqui registrado o seguinte: íamos pela ciclovia tranquilamente quando encontramos um trecho em obras. Normalmente, nestas circunstâncias, sempre deixavam passagem para pedestres e ciclistas. Havia uma sinalização com a palavra "Poller!" que não sabíamos o significado. Atrás de nós, um casal de idosos, ao ver o dispositivo resolveu voltar. Não parecia haver desvio, então não saberíamos por onde ir. Resolvemos avançar. Uns 500 m adiante, deparamo-nos com uma máquina escavadeira funcionando e impedindo a passagem. Ficamos parados por alguns instantes, esperando que o pessoal abrisse passagem e fizesse algum sinal para avançarmos. Em vão. O condutor da escavadeira continuou trabalhando e nos ignorou. Outras pessoas que participavam do trabalho continuaram suas atividades e nem olharam para o nosso lado. Murchos, tivemos que voltar e procurar um jeito de contornar a obra. Enfim, demos uma volta de uns dois quilômetros para voltar ao caminho original.
Vimos depois que poller, em alemão, significava poste de amarração. 
Enquanto a chuva deixou, registramos uns trechos de ciclovias: 


Como já disseram em algum lugar, "de carro você vê as paisagens, de bike você faz parte delas". 
Vimos hoje uma "favela" da Suíça: 
Uns 100 m a frente, um bairro "classe média" (observem que a foto foi tirada no mesmo local, apenas virando a câmera para o outro lado): 
Uma casa bem moderna, cercada por flores. Na rua, uma mãe passeia com seu filho: 
Uns 10 km antes de chegarmos recomeçou a chuva e acabaram as fotos. 
Quilometragem acumulada: 426,51 km
Quilometragem do dia: 75 km
Ficamos esta noite no Garni Hotel Mühletal, em Stein am Rhein. Apesar do "econômico" no nome, tivemos um quarto bem confortável, com um bom banheiro. As bicicletas ficaram no jardim interno, em meio às rosas, embora em um local sem cobertura. Ou seja, na chuva...

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 6º dia - De Ruggell a Rorschach

27/05/2019 - Segunda-feira - 6º dia de pedal

Sendo dia útil, o hotel estava movimentado quando descemos. 
Ao contrário do domingo, o restaurante estava aberto e era onde se servia o café da manhã.
Satisfeitos, após o desjejum, fizemos o check-out na recepção (que hoje tinha gente, também...), pegamos nossas bicicletas e preparamo-nos para a partida: 
Depois que saímos da cidade, uma primeira parte do caminho foi ao lado de um canal: 
Logo, porém, voltamos às margens do Reno. Notem que a ciclovia está sobre o dique, construído para contenção de enchentes. Mas há também um caminho entre o dique e o rio, para o lazer do povo. Vi muita gente caminhando por ali, curtindo a tranquilidade, a paz e a brisa fresca: 



Às vezes, por alguma circunstância que impede a passagem na beira do rio, são feitos desvios como este, que leva o ciclista a contornar a situação, devolvendo-o, assim que possível, às proximidades da água: 
As flores enfeitam muitas passagens: 



O cuidado, de forma geral, com tudo, é meticuloso. Vejam, por exemplo, a disponibilização de saquinhos, para a higiene canina, na ciclovia, uma área que serve a viajantes ciclistas e ao lazer da população, mesmo não estando próximo a nenhuma cidade: 

A preocupação com a sinalização também é constante e placas de orientação aos ciclistas e pedestres são distribuídas estrategicamente por todos os caminhos: 


Gosto das pontes. Grandes ou pequenas, são sempre fascinantes. Acho que esta afinidade tem origem no que elas representam: são elos de ligação, de união. Elas aproximam, juntam. 



Paramos para um café à beira do lago Konstanz. O curioso é que, ao perguntar para o garçom se estávamos na Suíça ou na Alemanha, ele respondeu: "Na Áustria": 


O caminho hoje foi de muita troca de fronteiras. Depois de pedalar em  Liechtenstein, na Suíça, na Áustria e na Alemanha, tudo no mesmo dia, de repente estávamos entrando na Suíça novamente: 
Cisnes são avistados com frequência no rio Reno: 

Vejam o tamanho e imaginem a idade da criança que vai de bicicleta, para a escola: 

Como já falei antes, os pais transportam crianças em carrinhos, puxados por bicicletas. Eles tês infraestrutura e mentalidade para isso:
Agora, o que eu não imaginava encontrar na Europa mas que, surpreendentemente avistamos, foram búfalos: 

Falar sobre a qualidade das ciclovias é chover no molhado. Mas, sinceramente, a gente sofre vendo nosso imenso país, cheio de extraordinárias belezas naturais, tão medíocre na oferta de opções ao cicloturista: 



Nosso hotel de hoje fica no alto de uma montanha. Penamos para chegar lá, com trechos tão íngremes que tive que empurrar a bicicleta. 
Mas o visual valeu a pena: 
Chegamos às 16:30 h sob chuva, no Schloss-Hotel Wartensee. Este era o hotel mais caro do percurso, exceção feita ao de Amsterdã. Ao efetuarmos a reserva, consideramos que merecíamos, ao menos uma vez, um conforto mais explícito...
Nossas bicicletas ficaram sob a aba de uma barraca que há no jardim. Não gostei porque, com o vento, elas iam se molhar completamente, com certeza. Mas, sendo o que nos ofereciam, o jeito foi relaxar. 
E, apesar desta justa contrariedade, tudo o que pudemos desfrutar do hotel valeu a pena. Quarto muito confortável, vista para a montanha, ótimo banheiro. Até o jantar em alto estilo: 
Odômetro acumulado: 351,51 km
Quilometragem do dia: 58,04 km.