segunda-feira, 23 de maio de 2022

Estrada Real - Caminho Velho - Trilha do Chafariz (entre Ouro Preto e São Bartolomeu) - 07/04/2022

Trilha do Chafariz - 07/04/2022

Como já dissemos em postagem anterior, esta trilha se inicia no alto da Serra do Veloso (ou Serra da Cachoeira, ou ainda Serra de Ouro Preto), cerca de 1 km após a bifurcação da estrada de Belo Horizonte, no trevo de Ouro Preto, que conduz a São Bartolomeu.

Foto do local em 06/04/2022
Não se presta ao tráfego de ciclistas, motociclistas ou cavaleiros, devido à erosão que aprofundou e estreitou a trilha, bem como a árvores ou pedras caídas e desbarrancamentos, permitindo apenas a pedestres efetuar o percurso, tendo, às vezes, que fazer pequenos desvios para sobrepor os obstáculos: 







Assim, percorri o trecho a pé, tendo como guia o Marco Aurélio, o Chumbinho, de São Bartolomeu. O custo do serviço foi de R$ 320,00, incluído o transporte em veículo motorizado até o ponto inicial. 
A trilha estava bastante fechada pela vegetação e o Marco, que tinha um agendamento para guiar um grupo de 40 pessoas alguns dias depois, aproveitou para efetuar, a facão, uma limpeza nos arbustos: 

Por outro lado, a natureza explode em vida a cada momento, enquanto avançamos em meio à exuberante vegetação: 


Poucos metros acima de onde caminhamos, no topo da serra, encontra-se a Trilha Imperial, historicamente utilizada no século XVIII por batedores que seguiam à frente das caravanas que transportavam ouro pela Trilha do Chafariz, para detectar e evitar emboscadas. 

A trilha, quando foi construída, era totalmente calçada por  grandes pedras que, com o passar do tempo, foram sendo assoreadas ou arrancadas, ou mesmo deslocadas pelas águas pluviais: 


A montanha, em sua parte mais alta, é uma verdadeira caixa d'água, como diz o Chumbinho. 

As chuvas caem, a água se infiltra no solo e é esta água, purificada, límpida, cristalina, que alimenta o chafariz, construído em 1782, pelo então governador e capitão-general de Minas Gerais, Dom Rodrigo José de Menezes. O monumento está deteriorado pelo tempo e vandalizado por inconsequentes, mas ainda funciona perfeitamente: 


Consta que o próprio Dom Pedro matou sua sede neste chafariz, conforme relato feito de próprio punho. Além dele, os inconfidentes também se saciaram aqui, de acordo com a descrição contida na placa afixada a um totem: 
Aliás, há uma grande quantidade de totens da ER para orientação direcional na trilha, os quais foram colocados de helicóptero, segundo o guia, devido à dificuldade de acesso por veículos transportadores. Ouve-se, inclusive, críticas a esse presumido exagero, uma vez que cada um deles teria custado quase R$ 6.000,00. 



Trinta minutos após passarmos pelo chafariz, chegamos a uma área onde foi edificada, em época posterior à construção da estrada, uma muralha de arrimo, para proteção do caminho. No local há uma placa onde estão identificados os pontos do relevo visíveis no entorno.


                           
Há trechos bons da trilha, nos quais pode-se caminhar sem nenhum incômodo: 

Após percorrer o primeiro trecho em meio à floresta, onde está o chafariz, caminhamos, na sequência, através de uma área aberta, sem árvores. Mas, por pouco tempo. Logo nos embrenhamos mais uma vez em meio à densa vegetação, local em que o Marco Aurélio disse chamar-se Trilha do Zumbi. 
Finalmente, emergindo da floresta, chegamos à localidade de Mutuca:
Por aqui, uma casa ostenta a porta aberta, mesmo havendo a impressão de que não há ninguém em casa: 
Na sequência, depois de passarmos por uma fazenda, chegamos a uma travessia sob a estrada de ferro. A estrutura da via é impressionante: 

Dali subimos por um caminho onde anteriormente havia uma estrada, cujo leito encontra-se totalmente erodido e cheio de mato, até chegarmos à estrada de ferro. Caminhamos pouco tempo ao lado dos trilhos e logo enveredamos lateralmente na direção de São Bartolomeu, onde chegamos por volta de 14 horas. 
Distância percorrida: 15,8 km. 

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