quinta-feira, 5 de maio de 2022

Estrada Real - Caminho dos Diamantes - 10ª etapa - Do Santuário do Caraça a Catas Altas - 01/04/2022

Do Santuário do Caraça a Catas Altas

O dia amanheceu chuvoso e carrancudo. Dúvidas para a cabeça: ficamos mais um dia? Porque, como já disse aqui anteriormente, uma coisa é você estar na estrada e começar a chover. Outra é sair na chuva.

Entretanto, o tempo foi melhorando e, às 11:26 h, estávamos prontos para partir: 

Hoje iríamos desfrutar dos 12 km de descida no asfalto lisinho da estrada do Caraça, tão difíceis de subir na vinda. Com pouco pedal o Centro Histórico do Santuário já parecia longe: 
Já no mirante, o dia ainda nublado, a bela imagem com e sem a bicicleta: 

Com 4 km percorridos, fomos visitar os Taboões, conforme descrevemos na postagem anterior. Tiramos as bicicletas da estrada e as escondemos em meio à vegetação, prendendo-as às árvores e exercitando a caminhada. 

Pouco mais de uma hora depois já estávamos novamente pedalando. Deixamos os comprovantes de pagamento da hospedagem na portaria e, na descida da estrada do Santuário, chegamos a atingir a fantástica (para nós) marca de 69 km/h. Até assustamos quando percebemos. Uau!

Chegando a Brumal, enveredamos à direita, por uma subida muito íngreme, que se inicia defronte a um ponto de ônibus. Não havia sinalização da Estrada Real, mas o objetivo era pegar o caminho de terra com destino a Catas Altas, evitando a via asfaltada, que tem tráfego intenso e é muito perigosa para o ciclista. 

Assim que atingimos a parte mais alta, a estrada de terra vermelha se abria em meio à floresta e paramos para ingerir o lanche que trouxemos, já que não haveria onde almoçar no percurso de hoje. 

Depois partimos e a estrada se apresentava boa e com muito pouco tráfego: 

Ficamos felizes quando encontramos um marco da Estrada Real, ao lado do qual havia também um do Caminho de Dom Viçoso, a que já nos referimos anteriormente: 

O percurso continuou agradável e até com alguma sombra para amenizar o sol: 
Às 15 horas, finalmente, deparamo-nos com o famoso Bicame de Pedra, o qual eu tinha particularmente muita vontade de conhecer. Uma construção espetacular e que a gente nem imagina que possa existir aqui no Brasil. Mais um trabalho extraordinário de escravos, a quem devemos a possibilidade de poder admirar hoje a grandiosa obra do século XVIII. Servia para a condução de água da Serra do Caraça até Brumado, onde era extraído ouro, para a lavagem das preciosas pedras. Felizmente, ao menos uns 200 metros da prodigiosa construção de pedras ainda resistem, razoavelmente conservados: 







Continuando o caminho, chegamos a uma passagem sob a estrada de ferro. Água da chuva acumulada dava uma certa apreensão, pela possibilidade de buracos, mas a travessia ocorreu com tranquilidade, sem incidentes: 
Logo estávamos pedalando ao lado da estrada de ferro, um trecho curto, que não chega a 5 minutos: 
Tomamos uma estrada à esquerda e, a cerca de 3 km de Catas Altas, deparamo-nos com uma flor maravilhosa que ornamentava uma árvore. Estava localizada ao lado de uma "venda" onde, aliviados, encontramos água para beber. A nossa havia acabado e, quando isso acontece, num lugar que a gente não conhece, começa a haver uma preocupação em encontrar rapidamente o precioso líquido. Tomamos até um refrigerante, porque a senhora que nos atendeu não tinha nada para comermos. O açúcar, nessa hora, é energia bem vinda. No meio dessa densa vegetação aí havia um marco da Estrada Real, acreditem!
Passamos a noite no Albergue Pé de Serra, à rua Monsenhor Barros, nº 21 - Catas Altas (MG). Telefone: 31-98720-6306. Custo de R$ 140,00 o casal, sem café da manhã. Quarto muito limpo e espaçoso, colchão não muito firme. Banheiro próximo, compartilhado, com bom chuveiro. Disponibilidade de tanque para lavar roupa, com varal para secagem. As bicicletas ficam em segurança, dentro do albergue, só é necessário subir uma escada grande com elas.
Distância total percorrida no dia: 36,5 km.

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