domingo, 13 de junho de 2021

Caminho de Cora Coralina - Trecho 1 - Também "fui lá pro sertão de Goiás!"

De Corumbá de Goiás ao Acampamento El Rancho - 22 e 23/05/2021

Uma explicação: vocês vão ver inicialmente, nos 4,2 primeiros quilômetros, que estamos usando 2 roupas de cores diferentes. Isto ocorreu porque, por motivos pessoais, tivemos que voltar para a cidade no primeiro dia e retomar o caminho no dia seguinte. Por isso também as duas datas ali em cima.

Saímos da pousada pouco depois das 8 horas da manhã, para tomar um típico café goiano, na "Casa da Picanha", um novo espaço que estava sendo inaugurado naquele sábado e ao qual havíamos sido convidados por indicação do Assis, da Associação dos Amigos do Caminho de Cora Coralina. Fomos gentilmente recebidos pelo proprietário, o Dr. Valter: 


Dali seguimos em direção ao marco inicial do Caminho, localizado na igreja de Nossa Senhora da Penha: 

O belo casario da cidade, especialmente no entorno da igreja, com 52 casas em estilo colonial, foi tombado pelo Iphan: 

Continuando em descenso, chegamos ao portal do Caminho. Enquanto tirávamos umas fotos no local, chegou um grupo de 12 ciclistas de Pirenópolis. Eram 09:15 h e eles já tinham vindo de lá e estavam iniciando a volta: 

Aqui encontramos também a primeira placa do Caminho, com frase inspiradora de Cora Coralina: 
Uma pequena ponte, logo depois do portal, permite a passagem sobre um curso d'água e a sequência do Caminho: 
Daí chegamos a uma estradinha aberta em meio a um fragmento de floresta em aclive, local conhecido como trilha da Cava, que remete aos tempos da exploração de ouro na região: 

É um pequeno trecho e logo se chega a uma estrada asfaltada, a qual cruzamos e continuamos a subir, agora com asfalto. A cidade já fica para trás: 
Alcançamos o Bairro São João, conforme o mapa, ou Dona Feliciana, de acordo com o site do Caminho, ao final do qual também acaba o asfalto e iniciamos a estrada de terra, paraíso do mountain bike: 
O Caminho segue daí em diante por uma boa estrada de terra batida, alternando pequenas subidas e planos com descidas leves. 
Vamos mostrar aqui todas as placas com frases de Cora Coralina que encontramos no Caminho. Esta é a segunda delas: 

Com cerca de 6 km de caminho encontramos uma sinalização que oferece duas alternativas ao peregrino ou bicigrino: seguir pela esquerda, via Vendinha, evitando o Parque Estadual da Serra dos Pireneus, que passou períodos fechados em razão da pandemia de corona vírus, marcando 26 km até Pirenópolis. Ou seguir pela direita, passando pelo Salto de Corumbá e pelo Parque, com 44 km. 
Optamos pela segunda opção, pois de acordo com  informações obtidas, inclusive que o próprio Assis havia nos passado, o Parque estava aberto. E mesmo porque havíamos feito reserva na Estância Fazenda Dona Agnes, à qual não chegaríamos pelo atalho sinalizado. 
A esta altura, a estrada era convidativa, em ligeiro declive, porém era necessário estar atento aos sinais: 


Havia uma estrada à esquerda e o "X" na árvore em frente indicava que o caminho não seguia por ali. Portanto, saída pela esquerda! 

Neste novo trecho, também muito agradável, fomos alcançados e ultrapassados por um casal, que aparece ao fundo na foto: 

Depois disso, continuamos descendo por 2 km nessa estrada boa até uma baixada, com uma agradável e refrescante mata ciliar, onde cruzamos por uma ponte o riacho e começamos a subir do outro lado ao lado de um eucaliptal: 


Em frente aos eucaliptos, uma propriedade com mais uma placa do Caminho de Cora: 
Um quilômetro de subida (já totalizávamos 9 km) e chegamos a uma cerca com mourões pintados de azul: 
A seguir, 3 km de planos e descidas suaves, passando por mais uma fazenda de criação de gado e chegando à estrada asfaltada BR-414, destacando mais uma placa com dizeres de Cora, esta com as letras já bem desgastadas: 



Pelo bom acostamento do asfalto percorremos 4,5 km até chegar ao complexo do Parque Natural Salto de Corumbá. O lugar possui diversos atrativos, tais como cachoeiras, restaurantes, piscina, tirolesa, passeio a cavalo, caminhadas, hospedagem, rapel, boia cross, toboágua, etc. É um local fascinante, muito bem cuidado e que recomendo fortemente a visita. Três horas são suficientes para conhecer as principais atrações. O ingresso custa R$65,00 por pessoa para passar o dia. Maiores de 65 anos pagam meia entrada. Funciona das 8 h da manhã às 18 horas. É possível guardar as bicicletas em local protegido enquanto você visita o parque. Já lá dentro, após a área de estacionamento e restaurantes, para visitar as atrações temos que atravessar o rio Corumbá e há duas passagens: você pode ir através do rio, com os pés na água, de forma bem natural, ou passar por esta ponte pênsil, que balança um bocado e não deixa de provocar também bastante adrenalina: 

A trilha para a Cachoeira do Salto é bastante agradável e tem trechos entre vegetação conservada de cerrado (há informações sobre distâncias em placas dentro do parque, para todas as atrações que oferecem): 




A cachoeira é realmente um espetáculo e muita gente da região toda vem desfrutar. Ela tem uma prainha diminuta na sua base, muito frequentada e a subida, a partir dali, conta com passarelas de madeira: 



Em vídeo, dá para ter uma ideia melhor de todo o conjunto: 
Conta-se que na época do auge da busca do ouro, havia tanto desse metal nesta cachoeira, que os garimpeiros resolveram desviar o rio, para facilitar a catação. As grades que você vê nas fotos acima, emolduram o canal que foi construído, por onde a água continua correndo atualmente: 
Dali fomos para a Cachoeira do Rasgão, através de uma trilha também muito agradável, em meio à vegetação: 

Na parte final da trilha, a descida para a cachoeira tem uma escadaria de pedras com corrimão, relativamente bem íngreme, que acredito ter uns 50 degraus. A Cachoeira é bonita, mas bem menor: 



Sem mais delongas, partimos dali para a gruta, outro belo atrativo do parque. A trilha tem um calçamento de pedras, bom humor e uma ponte artesanal que é um verdadeiro trabalho de arte:      






A gruta é um lugar lindíssimo, com um poço bem convidativo:

Já voltando, bem embaixo de uma grande casa aérea de formigas, reencontramos este casal de professores de Goiânia, Kênia e Luiz Fernando. Já havíamos conversado durante o almoço no restaurante do parque e eles têm intenção de viajar de bicicleta, assim como nós. Já estão treinando e, quem sabe, logo nos reencontramos pedalando por aí!
De volta da gruta, fomos ver a Cachoeira do Ouro, um lugar também muito bonito: 






Bem, do parque, isto é tudo. Já indo embora, após deixá-lo e continuando a subir a estrada, a visão da Cachoeira do Salto ainda impressiona: 
Em sequência, logo adiante encontramos a entrada para a parte de cima da Cachoeira do Salto, onde nos esperava o Jociel: 
Ele abriu a porteira para nós e nos orientou sobre a visita à parte superior do salto. Disse para descermos por uma trilha que nos apontou e indicou-nos como, na volta, pegar a estradinha que leva ao Acampamento El Rancho, onde iríamos passar a noite, uma vez que a Estância Dona Agnes estava em reforma e o Carlos, responsável por ambos, havia combinado isso conosco. Seguimos pela trilha e nos deparamos com um novo e grande espetáculo da natureza: 


Desfrutando aquela maravilha, a visão, ali do alto, é algo que alegra o espírito: 


Retomamos, depois, a trilha de volta. Observem a quantidade de pedras e nós, com alforjes e bolsas na magrela, arriscamos pedalar alguns trechos e fomos empurrando em outros mais difíceis: 
Superada a fase das pedras, chegamos à casa do Jociel, de onde pegamos a estradinha muito agradável que sobe gradualmente ao lado do rio Corumbá e que nos levaria ao Acampamento El Rancho. Logo no início, uma ponte caída em reconstrução nos força a carregar quem nos carregou até agora: 
Mas "tudo é divino, tudo é maravilhoso" e vamos indo curtindo o caminho: 


Esta ponte pênsil aí não tivemos que atravessar, a estrada passa ao largo. Fotografamos só para constar: 
As pessoas vêm de cidades como Brasília, para passar o dia em lugares como esse: 
Então chegamos ao El Rancho. Na postagem seguinte mostraremos fotos do local. Fomos recebidos muito bem pelo Angelino e instalados em um quarto com duas camas de solteiro e dois beliches, com banheiro. Havíamos combinado o jantar, que foi providenciado pela esposa do Angelino e que estava maravilhoso, comida muito saborosa. O único inconveniente do quarto era que tinha muitos pernilongos. Muitos. Tivemos que dormir com a luz acesa, pois não havia inseticidas e travar uma batalha intensa contra os insetos. 


4 comentários:

  1. Que bacana Eli e Eros! Lugares incríveis nesse Caminho de Cora. Muito bom ter conhecido vcs... Seguimos juntos nos pedais da vida. Luiz e Kênia.

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  2. Obrigado pela mensagem, pessoal! É isso aí, a gente se vê qualquer dia desses, em algum lugar desse nosso Brasil...

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  3. Estamos viajando na sua viagem, pegando várias dicas! a nosso está próxima...dia 5 de julho está chegando! Parabéns pelos relatos!

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    1. Olá, obrigado por acompanhar. Nosso objetivo é mostrar o caminho da forma mais realista e fiel possível, considerando nossa condição de cicloturista amador. Abraço!

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