Do Acampamento El Rancho ao Sítio Lavrinhas - 24/05/2021
O El Rancho é assim: passarelas internas entre a vegetação o conduzem ao restaurante, que está localizado bem ao lado do rio Corumbá. Durante a noite, sensores acionam a iluminação caso você percorra esse caminho. São vários blocos de quartos como o que ficamos e está fechado para eventos desde que começou a pandemia. Recebe hóspedes isolados, como foi o nosso caso, atualmente, enquanto a Estância Dona Agnes não concluir as reformas. O custo para o casal foi de R$200,00, incluindo jantar no dia da chegada e café da manhã no dia seguinte.
Na saída, você tem duas opções para seguir: pode voltar e pegar o caminho mais curto, evitando o Parque Estadual da Serra dos Pireneus ou ir adiante, através do Parque, um percurso mais longo. Como já dissemos antes, escolhemos passar pelo Parque, porque nosso objetivo é percorrer todo o Caminho e conhecê-lo em sua plenitude. Após uma pequena porteira, adentramos o que parece ser uma picada em meio ao pasto, aberta especialmente para quem faz o Caminho de Cora, porque não há sinais de utilização, como marcas de pneus ou de pedestres:Saindo dali já encontramos a segunda porteira do dia: um colchete, como se chama nesta região, de arame: Ultrapassada a cerca, o caminho direciona para uma passagem sob uma ponte da BR-414, bem ao lado do rio:
Mas, não durou muito. Logo chegamos à Estância Dona Agnes e a porteira estava trancada. Havia um passador na cerca, mas não cabia a bicicleta. Então, tira os alforjes, tira as bolsas e usa o muque:
Recolocados os alforjes e as bolsas de guidão, retomamos o pedal, passando em frente ao prédio da estância, uma construção bem bonita, assentada em uma área aberta e agradável:
Já logo ali mais uma porteira, esta de madeira e fácil de abrir:
No muro, alguém nos lembrou de agradecer à vida: Fomos em frente e chegamos à entrada da área da Missão Vida, entidade que é um centro de recuperação de mendigos, que atende exclusivamente pessoas encontradas em situação de rua:
Recolocados os alforjes e as bolsas, preparados para o pedal, mas logo à frente encontramos mais uma placa com um pensamento de Cora Coralina: Agora, sim! Mãos à obra, quero dizer, pés à obra!
No caminho encontram-se, ouvem-se e avistam-se muitas seriemas. Mas há um pouco de dificuldade para fotografá-las sem equipamento adequado, uma vez que, quando as avistamos, não deixam que a gente se aproxime muito delas e fogem antes que tenhamos preparado a câmera para a fotografia. Tivemos sorte, entretanto, para conseguir este instantâneo de uma seriema na árvore. É bem mais comum vê-las no solo:
Passado este trecho mais pesado, chegamos ao Parque Estadual da Serra dos Pireneus. Porém, surpresa! A entrada estava trancada. Sabíamos que o parque esteve fechado durante um bom tempo, mas as últimas notícias asseguravam que estava aberto. Enfim, não iríamos voltar tudo, até o El Rancho para pegar o desvio do parque. Então, tira alforjes, tira bolsas das bicicletas e faz musculação, passando-as sobre a cerca. Recoloca os alforjes e bolsas e retoma o caminho. A primeira vista, além da bela estrada interna do parque, é o Morro Cabeludo:
As flores do cerrado reaparecem em todo o seu esplendor:
A estrada boa que corta o parque liga Cocalzinho a Brasília. O Pico dos Pireneus, localizado no interior do parque, é considerado o ponto mais alto da cadeia de montanhas que representa o Divisor Nacional de Águas. De um lado, as águas que nascem correm para o norte, do outro, para o sul.
A estrada boa que corta o parque liga Cocalzinho a Brasília. O Pico dos Pireneus, localizado no interior do parque, é considerado o ponto mais alto da cadeia de montanhas que representa o Divisor Nacional de Águas. De um lado, as águas que nascem correm para o norte, do outro, para o sul.
Ao nos aproximarmos do Pico dos Pireneus, decidimos não subi-lo, pois estávamos infringindo as regras ao percorrer os espaços do parque que se encontrava fechado e sair o mais rápido possível de lá:
Observa-se pelo caminho, dentro do parque, várias destas construções. Vi pelo menos quatro delas. Acredito que sejam estações de um calvário para celebrações religiosas católicas.
Perguntamos a um motoqueiro que saía de uma estrada lateral sobre o Sítio Lavrinhas e ele nos orientou. Suas explicações foram perfeitas e localizamos na descida em que vínhamos o mata-burro com a placa de sinalização do sítio. Viramos à esquerda e seguimos em frente: No trecho seguinte, enfrentamos um grande movimento de veículos e muita poeira. Acredito que era o tráfego desviado da Cocalzinho/Brasília, que passa dentro do Parque. Descemos, subimos e, felizmente, o caminho nos direcionou para uma estrada menor, onde praticamente não encontramos tráfego. Cruzamos uma área com muita vegetação e de grande beleza natural: Chegamos, então, ao Sítio Lavrinhas, que pertence ao Bismarque Villa Real, uma das pessoas que mais trabalhou na pesquisa, idealização e implantação do Caminho de Cora Coralina. Ele tem ali uma área de terras maravilhosa, com uma bela casa em dois pavimentos, muita floresta ao redor, trilha para caminhada, riachos de águas límpidas, mirante. Enfim, mostraremos uma parte aqui hoje e outra na postagem seguinte. Vejam este poço, com duchas naturais, permitindo até alongamento dentro da água:
Um muro de arrimo construído por escravos:
Parabéns pelo conteúdo! Muito rico em informações!
ResponderExcluirObrigado por acompanhar, Rochinha! Nosso objetivo é retratar com realidade o caminho, para que outros ciclistas possam percorrê-lo tendo o máximo de informações fidedignas. Abraço!
ExcluirParabéns pelos registros. Essas porteiras do parque ficam trancadas para turistas não passar com veículos automotores. O parque estava aberto pra vcs irem na capelinha. Uma pena vcs não terem sido bem informados e orientados.
ResponderExcluirDe fato, Alessandra, pecamos por não ter buscado as informações mais profundamente. Por causa da porteira trancada com corrente, achamos que o parque estava fechado e tratamos de sair o mais rápido possível de lá, pois acreditávamos que estávamos infringindo normas. Realmente uma pena!
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