quinta-feira, 17 de junho de 2021

Caminho de Cora Coralina - Trecho 5 - Também "fui lá pro sertão de Goiás!"

Da Fazenda Caiçara à Fazenda do Sr. Quinzinho - 27/05/2021

A sede da Fazenda Caiçara, com a típica varanda, em meio ao pomar, tem ares imponentes e é guardada por uma sentinela que mete medo: 

O custo da estadia, por casal, incluindo jantar e café da manhã, foi de R$240,00. E os pasteizinhos da Dona Trindade. Uma delícia!
Saímos pela manhã através do curral, conforme sinalizam as marcas do Caminho. Em seguida, descemos por uma estradinha que simula duas single tracks paralelas, com vegetação rasteira no meio. 
Mas logo começa a famosa Serra de Caxambu. Primeiro, de leve, a vegetação se intensificando: 
E antes de entrar na mata fechada, identifiquei um grande pé do que eu conheço como "Olho de Cabra", carregadinho: 

A subida, bastante íngreme em alguns trechos, não é longa (tem pouco mais de 1 km e chega a 1.180 m de altitude) e nos conduz através de uma denso fragmento de floresta e um bocado de pedras soltas e cascalho, que não chegam a atrapalhar o pedal: 



Logo chegamos ao colchete que marca o fim da mata: 

A continuação pela estrada rústica nos leva à obra de construção já em fase bem adiantada, que está sendo efetuada pelo Maurinho, proprietário. Trata-se de uma área de lazer com piscina, redário, quartos para pernoite, ducha, churrasqueira, poços naturais, rapel e escalada: 







As colunas retorcidas, a fartura de água que nasce na própria fazenda e a piscina que se esvazia por gravidade são a menina dos olhos do proprietário, que está construindo tudo com as próprias mãos: 







Por volta de 4 horas da tarde despedimo-nos e seguimos adiante. 
Por uma trilha em meio ao pasto adentramos uma área arborizada através de um colchete. Em princípio, uma trilha agradável em meio à vegetação: 


Então encontramos mais uma placa com dizeres de Cora: 
E o caminho, um "trilheiro de cavalo", como se costuma dizer aqui, em seguida despenca montanha abaixo, estreito, escorregadio, extremamente perigoso, com o barranco de um lado e uma ribanceira do outro. 
Pedalar, tendo alforje e bolsa na bicicleta, já não era mais opção, o risco era muito grande, pelo desconhecido que vinha à frente: 
Então descemos, mãos nos freios, tentando nos equilibrar, não deixar a bicicleta se desgarrar e ficar vivos. Na nossa condição de "ciclo turistas" e não "bike adventures", poucos trechos conseguimos descer montados. Cerca de 80% do tempo, a partir do início da descida mais íngreme, fomos "segurando" as bicicletas, com muito cuidado, para evitar o pior...



Em um trecho pior, levei uma bicicleta e voltei para pegar a outra:




Enfim, chegamos a um plano em que foi possível respirar aliviados por ter concluído a descida sem traumas: 
Passamos no final da descida, por um goiabal que até parecia uma plantação. Mas o sr. Quinzinho nos assegurou, depois, que as goiabeiras nasceram lá naturalmente. Tivemos alguma dificuldade em saber a direção depois disso, porque a continuação do caminho não está bem delineada. Entretanto, atravessando mais um colchete que estava amarrado com arame (acredito que porque um dos paus de sustentação estava quebrado), seguimos em direção à Fazenda: 

Foram menos de 5 km da área de lazer da Fazenda Caiçara à Fazenda do sr. Quinzinho. Mas não vamos nos esquecer nunca deste trecho. Tanto o sr. Quinzinho quanto o Maurinho, acham que a trilha de descida é tranquila, mas eles a percorrem a cavalo. Não têm preocupação, porque o próprio animal escolhe o caminho e toma seus cuidados. No entanto, o sr. Quinzinho narrou estórias como a de um ciclista que chegou à fazenda com o joelho sangrando e de uma vaca que rolou o barranco e chegou embaixo cheia de ossos quebrados...
A minha sugestão é que ciclistas não desçam a trilha com bagagem. É bem complicado. O ideal seria mandar bikes e bagagens em um carro de apoio e descer a pé. Com calçado adequado, não de sapatilhas.
E ainda acabei pegando carrapatos neste trecho. Três semanas depois ainda estão bem claras suas marcas e tenho que passar uma pomada para aliviar as coceiras. 
Na próxima postagem, da Fazenda do sr. Quinzinho a Radiolândia.

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