07:00 h - Saímos de Ribeirão Preto em direção ao Aeroporto de Guarulhos com as bicicletas adequadamente protegidas na caçamba da caminhonete, embaixo da cobertura.
Na semana antecedente, elas haviam sido devidamente lavadas, revisadas, lubrificadas no capricho e embaladas em caixas apropriadas para viagem aérea na loja/oficina do Malagueta.
Dentro das caixas, como sobra espaço e não atinge o limite de peso, colocamos capacetes, caramanholas e nossos alforges, contendo toda a nossa bagagem e artigos de higiene.
Só como informação, considerando o que eu vestia e o que estava no alforge, toda a minha bagagem se constituía em: 2 bermudas e 3 camisas para bicicleta; 4 cuecas sem costura; 5 pares de meias; 1 jaqueta corta vento para a noite; 1 jaqueta impermeável corta vento p/bicicleta; 1 calça esportiva e 2 camisetas para a noite; 1 par de tênis para o pedal, 1 sapatenis bem leve para a noite; 1 câmara de ar reserva; passaporte; protetor solar, anti-atrito, desodorante, pasta e escova dental.
Anteriormente, havíamos efetuado o "bike-fit", como preparação para a longa jornada, visando melhorar nossa performance e reduzir o desgaste do pedal. Foi necessário substituir algumas peças em ambas as bicicletas, o que conseguimos fazer com bastante antecedência, chegando à data da viagem com tudo devidamente acertado.
Chegando ao aeroporto, paramos na área coberta do estacionamento, onde o carro iria ficar até a nossa volta. Havíamos pesquisado e chegado à conclusão que o custo não seria maior do que os estacionamentos da região e o carro ficaria protegido das intempéries do tempo, sem falar que ainda ficava bem próximo da área de embarque. Não foi bem assim: pagamos R$760,00 por 34 dias.
As passagens eram da Ibéria que, durante todo o ano em que pesquisamos, acabaram apresentando o melhor preço.
Fizemos o check-in, despachamos as bicicletas e fomos almoçar, aguardando a chamada para embarque. O voo estava programado para as 15 horas.
15:20 h - Com 20 minutos de atraso, partimos.
21/05/2019 - Terça-feira
A partir daqui, passamos a considerar a hora local europeia:
06:00 h - chegada em Madri;
08:50 h - saída para Zurich;
10:50 h - chegada em Zurich.
Pegamos as bicicletas na área de cargas especiais e levamos a uma área externa, para fazer a montagem. Quando terminamos, chegaram o Fernando e a Rose, o casal que também iria fazer a viagem conosco. Retomamos o trabalho de montagem, agora das bicicletas deles.
Chovia, por isso não tivemos pressa em sair.
Enquanto aguardávamos uma amenização da chuva, fomos até a área de vendas do aeroporto, que fica separada dos setores de partidas e chegadas, para comprarmos cartões de acesso à Internet pelos celulares.
Porém, como a chuva não parava, o jeito foi nos aventurarmos debaixo d'água, mesmo. O plano era ir até uma loja da Veloplus, na qual havíamos reservado a compra de duas bolsas de guidão, uma para mim, outra para o Fernando. A Eros e a Rose já tinham as delas.
Uma coisa já me impressionou logo de cara. Dentro da cidade, no que seria no Brasil a área de jardim de um edifício, uma criação de ovelhas. Dá para imaginar um coisa dessas?
Tivemos muita dificuldade porque, ao seguirmos a sinalização, acabávamos esbarrando na impossibilidade de seguir adiante por conta da proibição de bicicletas em determinadas vias. Apanhando das placas, o jeito foi pedir informação. Foi aí que tivemos a primeira grande lição sobre andar de bicicleta na Europa: na Suíça, as placas azuis e verdes eram para os automóveis e o transporte público e para as bicicletas, eram as vermelhas...
Alguma dificuldade também para nos entendermos com a vendedora mas, depois de algum tempo, fizemo-nos entender e localizaram as bolsas que havíamos reservado. Mediante uma taxa, um funcionário da loja fez as instalações e pudemos, então, sair em busca do hotel.
Pedalando pelas ruas de Zurich, íamos avançando, admirando a impecável organização e fluidez do trânsito, a limpeza geral, inclusive as ruas e ciclovias, a arquitetura característica e a exuberante arborização urbana.
De repente, onde estão Eros e Rose? Não as vemos em nenhuma direção. Voltamos algumas quadras até onde o Fernando se lembrava de tê-las visto, rodamos a região adjacente e nada delas...
Só o Fernando e eu havíamos comprado SIM Cards para usar na Europa, portanto não havia como nos comunicarmos por telefone com elas. O quê fazer?
A Eros sabia o nome do hotel, portanto decidimos seguir em frente e torcer para que elas conseguissem chegar lá.
Nossa reserva era no Olympia Hotel Zurich. Apresentamo-nos na recepção, mas elas não tinham chegado antes de nós.
Aí, outra surpresa: os quartos que nos destinaram não eram naquele prédio e sim em outro, o Mercure Stoller, por razões que não nos explicaram. Apenas nos disseram que teríamos que seguir adiante, uns 100 metros, onde ficava esse outro hotel e lá estavam reservados nossos quartos.
Ficamos do lado de fora, esperando e torcendo para que chegassem. Angustiosos minutos se passaram. Um aperto no coração já se manifestava diante da situação. Até que chegaram, guiadas por um ciclista local ao qual pediram ajuda. Muito simpático, ele conversou um pouco conosco, depois seguiu seu caminho. Soubemos, então, que o motivo pelo qual elas ficaram para trás, foi porque a Rose havia sofrido uma queda, sem ferimentos, felizmente e a Eros parou para ajudar. Nós seguimos e não vimos que elas haviam ficado para trás.
Instalamo-nos, o quarto era bem confortável. O recepcionista do hotel informou que, àquela hora, não encontraríamos mais restaurantes abertos nas proximidades. Então fomos a um mercado comprar água e alguma coisa para comer.
Voltamos, combinamos o horário de saída no dia seguinte, tomamos banho, "jantamos" e fomos dormir.
O primeiro dia, enfim, havia terminado de forma bastante satisfatória. Todos os nossos objetivos foram plenamente atingidos e estávamos totalmente preparados para a grande viagem...
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