quinta-feira, 4 de julho de 2013

Vargem Grande do Sul a Visconde de Mauá - 5º dia - De Estiva a Paraisópolis

Amanheceu bem frio hoje. 
Após o café, em conversa com o Sr. Póca, da pousada, soubemos que havia caído uma ponte no caminho para Paraisópolis e que seria necessária uma volta muito grande para contorná-la.
Quando fizemos a programação, não vimos esta informação no site do Caminho da Fé. Mas, o Sr. Póca aventou a possibilidade de que a ponte pudesse ter sido consertada e ele iria verificar isso prá gente. Fez umas ligações e voltou confirmando: estava consertada.
Ufa! Já bastavam as dificuldades normais, não precisávamos de um aumento na distância, para piorar as coisas! 
Seguimos, então. Mas as placas, na saída da cidade, que indicavam a ponte caída, não tinham sido retiradas. Bateu a dúvida: será que consertaram mesmo? Resolvemos confiar, afinal o Sr. Póca é uma pessoa muita séria e sempre ajuda os peregrinos, como já fez conosco mesmo em outras ocasiões. E, para nossa sorte, a ponte estava lá, com nevoeiro e tudo...
Logo o sol apareceu e, com o pedal pesado das subidas, deu calor:
A paisagem, no entanto, continuava linda e empolgante, embora as sucessivas, longas e íngremes subidas, cansassem um pouco...
Aí aconteceu o ruim. Digo ruim, porque certamente poderia ter sido pior. Numa descida relativamente reta, em que tinha a visão de todo o caminho, resolvi descer livremente, sem frear, para curtir o vento no rosto, mas dei azar: com os buracos, que eram muitos, os solavancos foram muito fortes e acabaram quebrando o meu bagageiro. O alforje ficou pendurado... Durante todo o caminho, eu descia controlando o freio, para não pegar muita velocidade e evitar quedas e, desta vez que resolvi arriscar, me dei mal.
Estávamos a uns sete quilômetros de Consolação e não havia como prender o alforje para continuar a pedalada. Tentamos amarrá-lo numa blusa e pendurá-lo no pescoço, mas ficava batendo no corpo e soltava, sem falar que exigia um esforço grande para manter o equilíbrio. Tentei segurá-lo com uma das mãos, segurando o guidão com a outra mão, mas o peso não era suportável e para pedalar na subida, impossível! Por fim, tentamos amarrá-lo no cano do quadro da bicicleta, mas não tínhamos cordinha ou coisa que o valha e a amarração com uma camiseta, também não funcionou. 
Aí passou uma caminhonete, pedimos carona mas os caras nos ignoraram...
Finalmente, conseguimos um jeito provisório, que daria para irmos em frente, bem devagar:
Sacaram? Colocamos o alforje sobre o quadro, apoiado na parte de trás no cano do selim. Prendemos o elástico do próprio alforje no selim, embora ele não tivesse rigidez suficiente para suportar o peso, mas dava para ir equilibrando. Pedalando devagar, com as pernas bem abertas, ao estilo aranha, com muita dificuldade, era possível avançar nas retas e descidas...
Nas subidas, a gente empurrava. Com muito custo, chegamos à Consolação. Mas, não ia dar para chegar em Paraisópolis. Seriam 22 km e havia muitas subidas ainda. Como a cidade é bem pequena e ainda por cima era domingo, não encontraríamos a peça para substituição. O jeito foi tentar contratar um transporte para Paraisópolis, cidade um pouco maior, onde talvez encontrássemos outro suporte para comprar. Na segunda-feira. 
Felizmente, conseguimos contratar uma pick-up que nos levou, sem exploração: R$ 60,00. Pelo asfalto, segundo o motorista, eram 18 km e logo chegamos. Ficamos na Pousada da Praça, gerenciada por nossa amiga Jandira, onde o atendimento e o conforto são de primeira e o café da manhã, imbatível... 

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