Caminho Sagrado - Prólogo
Fomos a Santa Catarina no final de março deste ano, com a intenção de percorrer dois novos caminhos criados naquele estado, sempre pródigo em belas paisagens, criativas surpresas ao visitante e circuitos bem estruturados. São o "Caminho Sagrado"
e o "Vale dos Encantos", formado por duas partes, a Rota Serra
e a Rota Mar:
Um problema físico, entretanto (inflamação no joelho), fez com que não percorrêssemos completamente o Caminho Sagrado e suspendêssemos o Vale dos Encantos. Estarei descrevendo aqui os trechos que percorremos, ilustrados por fotos que fizemos nesses locais.
Dividimos em 4 etapas o pedal no Caminho Sagrado:
1ª) Oikos/Criciúma a Treviso, passando por Nova Veneza - 45,5 km;
2ª) Nova Veneza a Azambuja/Pedras Grandes, passando por Urussanga - 54,5 km;
3ª) Azambuja/Pedras Grandes a Morro da Fumaça - 30 km; e
4ª) Morro da Fumaça a Oikos, passando por Içara - 45 km.
1º dia - Oikos (Criciúma) / Nova Veneza / Treviso - 29/03/2023
Dormimos, em Criciúma, no Tri Hotel Criciúma. O quarto é pequeno, mas adequado: acho que tem uns 12 m², com balcão, cadeira, pequeno armário, colchão de molas, ao custo de R$113,40 o casal, com garagem e café da manhã. O desjejum é servido em um ambiente no térreo, onde funciona um bar. Observamos que não havia manteiga, achocolatado e o café estava com temperatura abaixo do desejado.
O cachorro, embora caramelo, é muito amigável e queria fazer parte dos registros:
Com muita sombra, o local parece adequado ao que se propõe: meditação. Começamos o pedal às 9:20 h, deixando o local e registrando o marco zero do caminho:
O caminho percorre, no início, bairros e estradas da periferia de Criciúma, sendo que os primeiros 6 quilômetros têm calçamento. Depois disso, começa a estrada de terra e uma subida bem íngreme, onde estão as estações de um calvário: O local é conhecido como Morro da Cruz, no topo do qual há uma enorme cruz (não aparece na foto) e uma representação artística de um peregrino:
Em seguida, uma descida vertiginosa por uma estrada cascalhada: Então chegamos ao bairro de Nossa Senhora do Caravaggio, o qual atravessamos de ponta a ponta, passando defronte ao santuário instituído em homenagem a Maria, mãe de Jesus, que segundo creem os católicos, apareceu a uma senhora em Caravaggio, Itália: Continuando o caminho, embrenhamo-nos novamente em uma floresta. A estrada está recebendo camada asfáltica:
Mais alguns minutos de pedal e chegamos à cidade de Nova Veneza. Moderna, enfeitada, limpa. Logo na entrada, a Igreja de São Marcos: Almoçamos na Trattoria Montalccino, um prato executivo com peixe, arroz, fritas, polenta frita, feijão e uma mini salada, com alface picada e 2 fatias de tomate. Recebemos de cortesia um prato de delicioso macarrão à carbonara, queijo ralado e a sobremesa. Custo de R$ 42,00 por pessoa, mais 10%.
Por esse Brasil afora o que mais se vê são capelas. De todas as formas, quase sempre bonitas, bem pintadas. E sempre são prédios que se destacam na paisagem. Meia hora depois, pedalando como quem está passeando, chegamos à Capela de Santo Antônio:
Nessa altura começou a chover e resolvemos colocar as capas nos alforjes, vestir os corta ventos e proteger os celulares. Continuamos, entretanto, o pedal, mas por cerca de uma hora e meia não pudemos fotografar.
A chuva continuou rala mas o solo já mostrava seus efeitos:Em muito lugares, especialmente nas áreas mais úmidas, geralmente em encharcados ou beiras de córregos, o maravilhoso perfume dos lírios do brejo penetravam nossas narinas, tornando mais agradável o pedal. Uma pena que, assim como em Harry Potter, as fotos ainda não transmitem perfumes: O trecho de hoje tem muitas subidas, mas não são longas, nem muito íngremes, à exceção do Morro da Cruz, na saída de Criciúma. A parte final do caminho, depois que saímos dos arredores de Criciúma, ficou bem agradável: vias razoavelmente bem cuidadas, poucos buracos, quase nenhum tráfego. A Pousada Ferrero, que reservamos, fica 1,5 km além da cidade de Treviso. Na ida para lá acabamos errando o caminho por deficiência da sinalização e quando chegamos, a chuva havia se intensificado e descia com vontade, pingos gordos. Dona Lúcia, a proprietária, estava nos esperando. Éramos os únicos hóspedes e a pousada não serve jantar, nem café da manhã. Havíamos comprado sanduíches e pão de queijo. A cozinha tinha vazamentos por todos os lados e as goteiras escorriam como torneiras em diversos pontos. Felizmente, no quarto não pingava nenhuma gota de água. O quarto é amplo, com ventilador, cômoda, cabides, armário, mesa. Banheiro excelente. Custo de R$ 90,00 por pessoa.
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