Lagoa Dourada/Prados/Bichinho/Tiradentes
Saímos muito tarde de lagoa Dourada, somente às 09:43 h. A Pousada das Vertentes, onde dormimos, é um prédio antigo, imponente:
Pousada das Vertentes |
O quarto que ficamos, no andar superior, de frente para a rua, é amplo e tem piso de tábuas rústicas, grossas, com grandes janelas e pequenas sacadas clássicas. Como ocorre em muitas cidades mineiras da região, o prédio é tombado pelo patrimônio histórico, por isso não pode sofrer alterações externas. Como os dormitórios eram muito grandes, os banheiros puderam ser construídos ocupando área dentro dos quartos, sem que estes ficassem apertados. Continuam com bom espaço e o banheiro, com piso de cimento, ao qual foi aplicado pigmento vermelho, tem um bom chuveiro.
Quando chegamos, na véspera, perguntamos se a pousada oferecia serviços de lavanderia. Ante a resposta positiva, entregamos as roupas de bicicleta e outras, que estavam sujas, para que fossem lavadas. De manhã, quando fomos apanhá-las no varal, descobrimos que estavam completamente encharcadas, como se tivessem acabado de sair do tanque, sem centrifugação. Ou seja, literalmente pingavam, não haviam sequer sido torcidas, para tirar o excesso de água. Tivemos que torcer a roupa e tentar secá-la ao menos um pouco ao sol, pois carregá-la molhada aumentaria muito o peso. Além disso, obviamente, não poderíamos colocar a roupa úmida junto com a seca. Daí sairmos quando já eram quase 10 horas.
Vista diurna da igreja de Santo Antônio:
Se seguirmos a planilha do site da Estrada Real, logo na saída, a partir da igreja matriz de Santo Antônio, eles mandam descer e virar à direita, sentido São João Del Rei. Porém observamos que trilhas gravadas no Wikiloc e indicações de blogs, apontavam exatamente o contrário. Subiam, à direita de quem olha para a frente da igreja, na direção dos fundos. E foi isso que fizemos.
Ainda bem que fizemos, porque, logo atrás da igreja, há uma estrutura, muito linda, constituída por uma trilha calçada, com grama dos dois lados, em meio a duas filas de belíssimas palmeiras imperiais, que ornamentam o canteiro central da avenida, onde foram erguidas 14 monumentos em alvenaria, representando o calvário de Cristo, na tradição católica. Se seguíssemos a planilha, teríamos perdido isto:
Pouco acima dessa igreja, cruzamos a BR-383, encontramos o primeiro marco da ER (nº 875) e seguimos em frente por uns 500 metros, pela rua Wantuil M. de Oliveira. Depois seguimos pela BR por 200 m e, quando a planilha manda entrar à esquerda, para uma trilha e estrada de terra, não fizemos isso. As informações que tínhamos é que a trilha estava mal conservada, com mato espesso fechando o caminho, muitas dificuldades para atravessar com bicicletas, em razão de pedras e árvores caídas impedindo a passagem, além de um trecho encharcado. Optamos por seguir pelo asfalto, cerca de 3 km, em descenso, até atravessar uma ponte, onde pegamos uma estrada rural à esquerda, seguindo até encontrar o marco da ER, quando então viramos à direita, seguindo a sinalização e retornando ao caminho original.
Seguimos em ascensão, após atravessar uma tranqueira (porteira de arame, com suportes de madeira). No alto, encontramos o proprietário da fazenda, sr. Paulo, que inspecionava, a cavalo, o trabalho de máquinas agrícolas. Tradição e modernidade.
Com pouco mais de uma hora e meia de pedal e paradas para fotografar, encontramos um trecho com calçamento pé de moleque, aquele bem ruim para andar de bicicleta. Deve ser bom para os veículos automotores, evitando dificuldades nas subidas, mas para o ciclista, seria melhor em terra: Após 15 km de Lagoa Dourada, passamos pela igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição que, segundo a placa do marco 904, colocado em frente, foi construída no século XVIII, com o objetivo de dar origem à comunidade de Prados.Porém, ainda nos encontrávamos a mais de 5 km de Prados.
Igreja de Santo Antônio |
Mas, o atrativo que mais chama a atenção e que deu projeção até internacional ao distrito, é a casa torta. Ninguém passa pela cidade sem registrar e até fazer pose, ao menos uma vez, a famosa construção: O trecho entre Bichinho e Tiradentes tem apenas 7 km de extensão e é todo calçado com pedras, no estilo pé de moleque. Muito ruim para pedalar, pois a bicicleta saltita como canguru. Já estava escurecendo quando o percorremos, por isso não temos fotos. Estou juntando uma imagem do Google Earth para mostrá-lo: Percorridos 46,4 km no dia. Estadia em Tiradentes na Hospedaria Estrada Real, à rua Frei Veloso, nº 967, Pacu. Telefone 32-3355-2241. Custo de R$200,00 o casal.
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