sexta-feira, 3 de junho de 2011

10º dia - De Reliegos a Puente y Hospital de Órbigo

02/06, quinta-feira – Novamente noite de baixíssimas temperaturas. Dentro do albergue não é frio, bastou o saco de dormir para passarmos a noite tranquilamente. Nem precisou de cobertor. Mas, fora o bicho pega. Segundo um senhor de um bar que paramos para tomar café da manhã, em Mansillas de las Mullas, a temperatura essa noite chegou a -1ºC. Vimos, em seu jardim, plaquinhas de gelo, que demonstravam que a água congelou durante a noite. Jantamos por volta de 6h30min da tarde, fomos os primeiros a ser servidos. Às 8 h fomos nos deitar, ainda com o sol alto. Dormi sem problemas, apesar da superpopulação no quarto. Não vi apagarem as luzes, fechar janelas, porta, nada...  Apaguei e só acordei de madrugada, quando começou a se levantar o primeiro peregrino, o mais madrugador. Não sei que horas eram, provavelmente umas 5 da matina. A partir do momento que começou o barulho, não parou mais. E tome fila para o banheiro, porque todo mundo tem que deixar o albergue até as 8 h!

Quando faltavam 15 minutos para as 8 h, saímos. Um frio de congelar os dedos da mão, apesar das luvas. O sol, ainda muito fraco, não esquentava.  Penamos até aquecer o corpo. Felizmente não ventava.

Pelo odômetro, fizemos 59 km hoje. Pelo livreto do Caminho, deu 68. Foi o dia mais feio do Caminho. Não o dia propriamente dito, que foi ensolarado e bonito, mas os locais que passamos pelo Caminho. Nenhum digno de registro. A não ser uma exposição, em um pequeno povoado que passamos, de esculturas e equipamentos agrícolas muito antigos, ao ar livre, na entrada da cidade. São 10 montagens, que fotografamos todas, uma a uma. Posteriormente mostraremos.

Tivemos problemas com a sinalização em León. Na entrada da cidade, tudo bem, as marcas eram grandes e bem visíveis. A partir de um certo ponto, você chega a um albergue bem antigo e a partir daí a sinalização desaparece. Não localizamos a continuação, para lado nenhum. Perguntamos, algumas pessoas foram muito solícitas, mas não conheciam o Caminho. Um taxista nos deu a indicação, mas mesmo seguindo sua orientação, não encontrávamos a saída. Acabamos voltando ao ponto onde entendíamos que havíamos errado.  Não adiantava, as setas nos levavam mesmo para o tal albergue. Aí seguimos para outro lado, voltamos a pedir informação a uma jovem senhora que, embora demonstrasse muito boa vontade, não era da cidade e não conhecia o Caminho.  Mas, seguindo mais ou menos a orientação dela, que nos encaminhou em direção à Prefeitura, acabamos encontrando uma seta amarela e, embora houvessem também setas amarelas em sentido contrário, resolvemos seguí-la. A sinalização rareou e demorávamos muito tempo para ver outra seta. Muito inseguros, fomos indo e acabou dando certo. Estávamos acostumados a um cuidado muito grande com o peregrino, com relação à sinalização. A partir de León acabou isso. É um descuido total, até com as trilhas do Caminho.  Há trechos que parecem uma selva. A trilha não chega a ter 30 cm de largura, você vai pedalando e o mato vai batendo nos seus pés, dos dois lados. Há muitos trechos em obras, sem sinalização orientativa ao peregrino. Encontramos uma dificuldade bem maior, hoje.

Outra coisa, há uma passagem, em Puente Villarente, que você é obrigado a trafegar junto com os carros de uma rodovia, tremendamente movimentada e estreita. Perigosíssimo.  Fico admirado de ver todo o cuidado que existia com o peregrino até León e o descaso que ocorre depois dessa cidade. Lamentável.

Estamos sem Wi-Fi mais uma vez. Estou só registrando para postar quando for possível. Peço paciência a todos vocês. Abraço e até o próximo.

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