No 5º dia, o pé melhorou mais um pouco e
resolvemos prosseguir pedalando.
O café da manhã foi bem simples, mas com
banana e mamão, o que melhora a condição.
Um dos pneus da bicicleta amanheceu um
tanto murcho. Como existe um posto de combustíveis bem ao lado do hotel, providenciamos
o enchimento e partimos.
O trecho de asfalto é curto e logo
estávamos em estrada de terra de boa qualidade, com pedras, é verdade, mas
enterradas, apenas pontas à vista, porém não dificultavam o pedal.
O tempo permanecia fechado e tínhamos a
neblina, bem densa, por companheira de pedal:
O trecho de hoje tem muitas fazendas e
comunidades rurais.
O que me chamou a atenção nesta etapa sem
grandes atrativos, foi o colorido das casas, quase sempre com pinturas novas e
muito bem cuidadas, com seus belos jardins e pomares com mexeriqueiras
carregadas de frutas maduras e bem amarelinhas, deixando-nos, à distância, com
água na boca.
O mais curioso dessa parada é que, um senhor
de nome Balduíno, que tomava uma caninha com amigos no balcão, orgulhoso da
natureza exuberante da região, queria que fôssemos morar em um seu sítio nas
proximidades. Insistiu para que fôssemos lá e nos deu todas as informações de
como chegar. Na verdade, acho que ele queria nos vender o sitio...
Nos 10 quilômetros finais a estrada piorou bastante,
muito esburacada e cheia de pedras.
Chegamos em Petrolândia com uma chuvinha
fina e persistente incomodando bastante. Fazia muito frio e não havia
restaurantes ou lanchonetes para matarmos a fome. Encontramos uma padaria, a “Panificadora
Brothaus”, onde pudemos tomar um chocolate quente e comer um sanduíche. O
proprietário, sua esposa Simone e as funcionárias Rose, Pâmela, Alarissa e mais uma que, infelizmente, não conseguimos nos lembrar seu nome (pedimos desculpas) são todos extremamente simpáticos e
hospitaleiros e o tempo que passamos lá foi muito agradável. As pessoas que
entravam na padaria para fazer suas compras, sempre nos cumprimentavam e
acabavam conversando conosco, ficando admiradas por estarmos viajando de bicicleta.
Por fim, o dono se ofereceu para preparar uma sopa para o jantar, se
quiséssemos. Aceitamos prontamente, fomos para o hotel para um banho
revigorante e combinamos de voltar às 19 horas.
O hotel, o único da cidade, fica sobre um
bar, no ponto de parada dos ônibus intermunicipais, o que poderia ser chamado
de estação rodoviária. É todo de madeira e os quartos não têm banheiros
privativos. Quando alguém andava no corredor as tábuas rangiam: Nhéc, nhéc. Chama-se Hotel Fachini. A proprietária, dona Nezias, muito simpática,
conversou muito conosco. Olhou para as bicicletas e disse: "Prefiro de quatro patas". Adora cavalos e tem uma égua de estimação, com a
qual faz passeios pela região. Para ela não há lugar melhor que sua cidade e assegurou-nos que “aqui
não é o paraíso, mas está bem pertinho”!
Foi o local mais simples de todo o caminho em que pernoitamos. O preço foi de R$ 60,00, sem café da manhã.
Foi o local mais simples de todo o caminho em que pernoitamos. O preço foi de R$ 60,00, sem café da manhã.
Após o banho, na hora combinada, voltamos à
padaria para a sopa. Estava maravilhosa! Uma delícia! Comemos, conversamos mais
um pouco com os donos e as funcionárias e fomos dormir. O frio apertava e a
chuvinha, embora intermitente, continuava incomodando. Assim como a dor no pé
torcido...
Distância percorrida no dia: 38 km.
Vocês são muito guerreiros!
ResponderExcluirSabe, Claudia, cheguei à conclusão de que, além do visual, da limpeza na mente, do exercício saudável e tudo o mais que o ciclo turismo nos proporciona, a gente também busca sempre se superar. Não tem nada a ver com ninguém, tem a ver conosco mesmos e de conseguirmos ir além do que já fomos antes... Por isto vamos voltar lá para fazer as etapas que não pudemos fazer dessa vez. E para tentarmos a sorte de ver as serras catarinenses sem neblina...
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