sexta-feira, 7 de julho de 2023

Caminho Sagrado - 1º dia - Oikos(Criciúma) a Treviso - SC - 29-03-2023

Caminho Sagrado - Prólogo

Fomos a Santa Catarina no final de março deste ano, com a intenção de percorrer dois novos caminhos criados naquele estado, sempre pródigo em belas paisagens, criativas surpresas ao visitante e circuitos bem estruturados. São o "Caminho Sagrado" 

e o "Vale dos Encantos", formado por duas partes, a Rota Serra 

e a Rota Mar: 

Um problema físico, entretanto (inflamação no joelho), fez com que não percorrêssemos completamente o Caminho Sagrado e suspendêssemos o Vale dos Encantos. Estarei descrevendo aqui os trechos que percorremos, ilustrados por fotos que fizemos nesses locais. 

Dividimos em 4 etapas o pedal no Caminho Sagrado: 

1ª) Oikos/Criciúma a Treviso, passando por Nova Veneza - 45,5 km;

2ª) Nova Veneza a Azambuja/Pedras Grandes, passando por Urussanga - 54,5 km;

3ª) Azambuja/Pedras Grandes a Morro da Fumaça - 30 km; e

4ª) Morro da Fumaça a Oikos, passando por Içara - 45 km.


1º dia - Oikos (Criciúma) / Nova Veneza / Treviso - 29/03/2023

Dormimos, em Criciúma, no Tri Hotel Criciúma. O quarto é pequeno, mas adequado: acho que tem uns 12 m², com balcão, cadeira, pequeno armário, colchão de molas, ao custo de R$113,40 o casal, com garagem e café da manhã. O desjejum é servido em um ambiente no térreo, onde funciona um bar. Observamos que não havia manteiga, achocolatado e o café estava com temperatura abaixo do desejado. 

O ponto de partida do circuito é a localidade chamada Oikos, que se auto define como um Lar de Encontros. É uma propriedade inserida em área rural de Criciúma, com densa vegetação, muito acuro dos administradores, cujo ambiente, eu diria, emana um  certo ar de misticismo. Gentilmente, a encarregada do local (na foto) permitiu que nosso carro ficasse estacionado numa área interna, até o nosso retorno. 
Veja na placa abaixo tudo o que faz parte da entidade: 
O cachorro, embora caramelo, é muito amigável e queria fazer parte dos registros: 

Com muita sombra, o local parece adequado ao que se propõe: meditação. 
Começamos o pedal às 9:20 h, deixando o local e registrando o marco zero do caminho: 

O caminho percorre, no início, bairros e estradas da periferia de Criciúma, sendo que os primeiros 6 quilômetros têm calçamento. Depois disso, começa a estrada de terra e uma subida bem íngreme, onde estão as estações de um calvário: 
O local é conhecido como Morro da Cruz, no topo do qual há uma enorme cruz (não aparece na foto) e uma representação artística de um peregrino: 

Em seguida, uma descida vertiginosa por uma estrada cascalhada: 
Então chegamos ao bairro de Nossa Senhora do Caravaggio, o qual atravessamos de ponta a ponta, passando defronte ao santuário instituído em homenagem a Maria, mãe de Jesus, que segundo creem os católicos, apareceu a uma senhora em Caravaggio, Itália: 
Continuando o caminho, embrenhamo-nos novamente em uma floresta. A estrada está recebendo camada asfáltica: 

Mais alguns minutos de pedal e chegamos à cidade de Nova Veneza. Moderna, enfeitada, limpa. Logo na entrada, a Igreja de São Marcos: 
Almoçamos na Trattoria Montalccino, um prato executivo com peixe, arroz, fritas, polenta frita, feijão e uma mini salada, com alface picada e 2 fatias de tomate. Recebemos de cortesia um prato de delicioso macarrão à carbonara, queijo ralado e a sobremesa. Custo de R$ 42,00 por pessoa, mais 10%.
A cidade é muito linda, parece não haver vândalos (não vimos pichações ou áreas públicas degradadas), nem ladrões (as casas têm muros baixos, sem arames farpados, ou cercas elétricas). Não visualizamos também mendigos pelas ruas. 



Por esse Brasil afora o que mais se vê são capelas. De todas as formas, quase sempre bonitas, bem pintadas. E sempre são prédios que se destacam na paisagem. Meia hora depois, pedalando como quem está passeando, chegamos à Capela de Santo Antônio: 

Nessa altura começou a chover e resolvemos colocar as capas nos alforjes, vestir os corta ventos e proteger os celulares. Continuamos, entretanto, o pedal, mas por cerca de uma hora e meia não pudemos fotografar.
Mais uma capela. Esta a seguir é dedicada a Santa Bárbara e fique defronte um sítio ajardinado, muito agradável de se ver: 

A chuva continuou rala mas o solo já mostrava seus efeitos:
Em muito lugares, especialmente nas áreas mais úmidas, geralmente em encharcados ou beiras de córregos, o maravilhoso perfume dos lírios do brejo penetravam nossas narinas, tornando mais agradável o pedal. Uma pena que, assim como em Harry Potter, as fotos ainda não transmitem perfumes: 
O trecho de hoje tem muitas subidas, mas não são longas, nem muito íngremes, à exceção do Morro da Cruz, na saída de Criciúma. A parte final do caminho, depois que saímos dos arredores de Criciúma, ficou bem agradável: vias razoavelmente bem cuidadas, poucos buracos, quase nenhum tráfego. 
A Pousada Ferrero, que reservamos, fica 1,5 km além da cidade de Treviso. Na ida para lá acabamos errando o caminho por deficiência da sinalização e quando chegamos, a chuva havia se intensificado e descia com vontade, pingos gordos. Dona Lúcia, a proprietária, estava nos esperando. Éramos os únicos hóspedes e a pousada não serve jantar, nem café da manhã. Havíamos comprado sanduíches e pão de queijo. A cozinha tinha vazamentos por todos os lados e as goteiras escorriam como torneiras em diversos pontos. Felizmente, no quarto não pingava nenhuma gota de água. O quarto é amplo, com ventilador, cômoda, cabides, armário, mesa. Banheiro excelente. Custo de R$ 90,00 por pessoa.
Quilometragem do dia: 43 km. Altimetria: 795 m.


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