Terceiro dia de pedal. Hoje, por ser um trecho mais plano, planejamos percorrer 60 quilômetros, até Borda da Mata. Saímos por volta de 8 horas da manhã da Pousada da Dona Natalina, na Serra dos Limas.
Falar de subidas e descidas, na Serra da Mantiqueira, é redundância. Vamos tentar evitar isso, mas quando escapar, nos perdoem.
Vamos postar algumas fotos, com belas imagens do caminho:
A primeira localidade que passamos chama-se Barra, a qual atingimos após uma vertiginosa descida. Nunca me esqueço do que disseram uma vez na pousada local: teve um bombeiro que desceu a montanha, de bicicleta, em três minutos. A gente sempre leva muito mais tempo do que isso, porque não deixamos a bicicleta descer livremente, vamos freando. A velocidade seria alucinante e sempre há risco de quedas e outros perigos, tais como não conseguir fazer a curva, derrapar, cair em um buraco, sabe-se lá o que mais. Mas o cara fez...
Depois de Barra, passamos por Crisólia, onde sempre almoçamos no Bar da simpática Zetti. E enquanto comemos, sempre tem as pessoas dispostas a conversar e contar histórias. Às vezes saem até discussões, como desta vez entre um homem que dizia fazer o caminho a cavalo e outro que criticava o uso do animal. Não entramos nessa discussão e felizmente tudo terminou bem.
Sete quilômetros depois, chegamos a Ouro Fino, onde existe o famoso monumento ao "Menino da Porteira". Como já pusemos esta foto outras vezes, vou poupá-los hoje. Mostraremos a bela praça em frente à igreja matriz:
Pé na estrada, novamente, que hoje o caminho é longo (e bonito):
Em muitos lugares, ouvimos as pessoas se referindo aos caminhantes e ciclistas do caminho, como "pelegrinos". Mas não imaginávamos que também escrevessem:
E continuávamos pedalando. Mais uma paisagem agradável:
Logo chegávamos à Inconfidentes. A visita ao Bar do Maurão é imprescindível, para apreciarmos o seu famoso pastel e curtirmos um pouco de sua preciosa amizade. O Maurão e sua esposa, Dona Dalva, são apoio aos peregrinos de todas as formas possíveis e imagináveis. Orientam, ajudam, fazem tudo para o bem estar do caminhante. Ele já foi a pé, até Aparecida, 19 vezes. Por enquanto, diz ele...
E vamos em frente, que a próxima parada será Borda da Mata. Mais uma passagem do caminho, em mais uma subida:
E finalmente, avistamos Borda da Mata, quando as sombras já se alongavam e o dia estava chegando ao fim:
Já estava começando a esfriar. Passamos a noite no Hotel Village, como de costume. Amanhã tem mais...
segunda-feira, 24 de junho de 2013
sábado, 22 de junho de 2013
Vargem Grande do Sul a Visconde de Mauá - 2º Dia: de Águas da Prata à Serra dos Limas
Como já falamos em anos anteriores sobre esta parte do Caminho da Fé, estaremos postando apenas coisas inéditas, para não ficarmos repetitivos. Esta nossa viagem utiliza, no início, o mesmo caminho já percorrido em outras ocasiões. Mostraremos apenas as novidades.
Aliás, duas grandes novidades encontramos neste trecho.
A primeira delas, mostramos na próxima foto. Alguém plantou oliveiras espaçadamente à beira do caminho, a cada quatro quilômetros, segundo consta. E colocou junto uma placa onde pede que se cuide da planta: que se retire o mato em volta, coloque água, etc. Não deixa de ser uma curiosidade:
Aliás, duas grandes novidades encontramos neste trecho.
A primeira delas, mostramos na próxima foto. Alguém plantou oliveiras espaçadamente à beira do caminho, a cada quatro quilômetros, segundo consta. E colocou junto uma placa onde pede que se cuide da planta: que se retire o mato em volta, coloque água, etc. Não deixa de ser uma curiosidade:
A outra novidade foi realmente uma surpresa: parte da estrada está asfaltada! Quando chegamos ao início da subida da Serra dos Lima, encontramos este panorama:
Segundo moradores do lugar, com quem conversamos, toda a estrada, desde Andradas até o limite do município deveria ter sido asfaltada. Mas, pasmem: o dinheiro sumiu! Apenas um trecho de alguns quilômetros foi calçado. Coisas de Brasil. O mais curioso é que, ainda segundo os moradores, no mapa do Estado a estrada consta como estando toda asfaltada...
Ao subir a serra, temos este visual:
Vale a pena, não é?
Até o próximo, pessoal.
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Vargem Grande do Sul (SP) à Visconde de Mauá (RJ)
1º Dia - Da Pousada da Dona Cidinha (Vargem Grande do Sul) à Águas da Prata (SP).
Levamos as bicicletas de caminhonete até à Pousada da Dona Cidinha, no município de Vargem Grande do Sul (SP). Chegamos por volta de 13 horas e como ainda não havíamos almoçado, decidimos iniciar o pedal só no dia seguinte. Nesta época escurece cedo e seria melhor, portanto, passar a noite e partir de manhã.
Após o almoço, passeamos pelo sítio. A família, além da pousada, mantém plantações de repolho, tomates, pepinos e bananas, além de uma horta para consumo próprio e pequenas criações de bovinos e suínos.
Há, no sítio, uma pedra enorme, onde foram colocadas imagens sacras, cedidas por peregrinos. Afinal, estamos no "Caminho da Fé", que leva peregrinos a pé, a cavalo ou de bicicleta, a partir de várias cidades do Estado de São Paulo, como Sertãozinho, São Carlos, São João da Boa Vista ou Mococa, além de diversas outras, passando por Águas da Prata, até o santuário de Aparecida (SP):
Levamos as bicicletas de caminhonete até à Pousada da Dona Cidinha, no município de Vargem Grande do Sul (SP). Chegamos por volta de 13 horas e como ainda não havíamos almoçado, decidimos iniciar o pedal só no dia seguinte. Nesta época escurece cedo e seria melhor, portanto, passar a noite e partir de manhã.
Após o almoço, passeamos pelo sítio. A família, além da pousada, mantém plantações de repolho, tomates, pepinos e bananas, além de uma horta para consumo próprio e pequenas criações de bovinos e suínos.
Há, no sítio, uma pedra enorme, onde foram colocadas imagens sacras, cedidas por peregrinos. Afinal, estamos no "Caminho da Fé", que leva peregrinos a pé, a cavalo ou de bicicleta, a partir de várias cidades do Estado de São Paulo, como Sertãozinho, São Carlos, São João da Boa Vista ou Mococa, além de diversas outras, passando por Águas da Prata, até o santuário de Aparecida (SP):
A pousada fica no alto de uma montanha. À noite, da varanda da casa, é possível avistar, segundo seu Chico, o proprietário, as luzes de 11 cidades da região. Estava muito frio e fomos dormir cedo, não sem ter registrado antes o por do sol:
Saímos cedo no dia seguinte, logo após o café da manhã, encarando um forte aclive. A visão, ao olhar para trás, era esta:
Vêem-se muito poucas pessoas pelos caminhos. Nossas fotos juntos tinham que ser tiradas no automático, com o temporizador. E aproveitávamos mourões de cerca e até o chão para apoiar a câmera:
Próximo a São Roque da Fartura chegamos ao asfalto. São dois ou três quilômetros até à cidade e a visão panorâmica era esta:
O caminho nos reserva, muitas vezes, passagens surpreendentes. Como as duas que veremos a seguir. Primeiro, uma construção abandonada, sobre a qual cresceu o cipó de São João, colorindo de laranja o telhado. Depois, um pé de limão cravo que, ignorando a ausência de pessoas para consumir seus frutos, esbanjou produtividade:
As estradinhas rurais têm passagens entre matas exuberantes, tornando o pedalar muito agradável e prazeroso:
Embora já tenhamos passado muitas vezes por estes locais, imagens inusitadas às vezes nos vêem aos olhos, como a desta árvore que multipartiu seu tronco, onde certamente animais se aninham para passar a noite:
A parte final do trajeto de hoje, antecedendo a cidade de Águas da Prata, é uma descida vertiginosa e extremamente perigosa. Passamos por carreadores de uma plantação de café, onde a chuva de semanas anteriores havia feito consideráveis estragos no leito carroçável, sem falar das grandes pedras soltas e dos buracos assustadores. Partes do caminho que ficavam à sombra do arvoredo, não haviam secado, pois o sol não chegava até o solo e estavam muito escorregadios. Tivemos que percorrer boa parte a pé, segurando as bicicletas. Mas, em compensação havia os trechos agradáveis, como este que a Eros chamou "pedalando nas nuvens":
Finalmente, avistamos Águas da Prata. O primeiro dia estava prestes a ser concluído. À direita, embaixo, o caminho por onde iríamos descer:
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