Por que este blog?
Vou pedalar, juntamente com minha esposa, pelo Caminho Francês de Santiago da Compostela, na Espanha e, seguindo uma sugestão de colegas de trabalho, pretendo fazer um relato diário, ilustrado, das etapas que for percorrendo.
Ao invés de ficar telefonando para a família, os filhos e outras pessoas que quiserem, poderão acompanhar-nos diariamente pelo blog. Além disso, pretendo que seja um retrato bem fiel do caminho e que poderá servir de orientação para outros bicigrinos.
Enquanto não chega o dia, vou colocando aqui relatos de trilhas que fizemos e que colaboraram eficazmente para a inserção do ciclo turismo em nossas veias e que nos fazem querer ir cada vez mais longe, literalmente.
Uma dessas trilhas foi o Caminho da Fé. Para quem nunca ouviu falar, une diversas cidades do estado de São Paulo a Aparecida do Norte, através de fazendas, estradas rurais, trilhas e até trechos por asfalto, através da serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais. Já o percorremos completo duas vezes. A primeira, em 10 vigorosos dias e a segunda, curtindo muito, em 13.
Vamos falar hoje da primeira viagem em julho de 2008. Foram 597,26 km, contando com os erros que cometemos. Veja a prova:
Saímos de Ribeirão Preto, no 1º dia, fugindo de um pretenso ladrão de bicicletas, que nos seguiu passando informações pelo celular. Desviamos, saindo da Avenida Francisco Junqueira e cruzando por ruas internas na Ribeirânia, passando inclusive pelo estacionamento do Wal-Mart e saindo já diretamente na Anhanguera, ao invés de seguir pela Celso Charuri. Conseguimos despistá-lo, pois não o vimos mais. Seguimos na estrada até Cravinhos, onde pegamos as credenciais e fomos, com justo orgulho, os primeiros ciclistas a iniciar o caminho naquela cidade. Nossas credencias eram as de números 01 e 02! Aqui o caminho segue à margem da estrada, circundando ou se esgueirando por canaviais e estradas de terra, até a entrada de São Simão. Cruzamos a estrada, pegamos a de São Simão e poucos metros adiante, saímos dela para entrar na marginal, atravessando a cerca de arame em um passador, sob pinheiros que formam uma bela e prazerosa alameda. Vejam as fotos:
O caminho continua por carreadores de cana, neste trecho com muita areia, o que dificulta muitíssimo a pedalada. Passamos por uma fazenda, onde há uma porteira de madeira que, na ocasião, estava trancada com cadeado, fazendo com que passássemos as bicicletas por cima dela. Após uma subida, ainda por uma estradinha rural muito boa, chegamos a São Simão, mais precisamente no Hotel São Simão, onde nos instalamos. Jantamos numa pizzaria, tomando um delicioso vinho da casa. No 2ª dia, fomos até Tambaú, passando antes por Santa Rosa de Viterbo. Esta etapa, no início, é pelo acostamento de uma estrada asfaltada, em aclive. Daí entramos à esquerda, margeando um eucaliptal, trecho esplêndido, onde se respira um ar puríssimo e revigorante (3ª foto). Seguimos depois por um canavial, também com muita areia. A seguir, uma estradinha em declive, com perigosos buracos de enxurrada. Desembocamos numa ponte de madeira, sobre um belo riacho, subindo, em seguida, passando ao lado de uma engarrafadora de água (que, quando começou a funcionar aquele ramal do caminho, oferecia água potável gratuitamente. Agora, não mais). Depois de alguns quilômetros, chegamos a Santa Rosa, que tem uma bela ciclovia na entrada. Carimbamos a credencial em um dos hotéis conveniados, tomamos um lanche e seguimos adiante. A estrada de terra, muito boa no início, passa por um pequeno povoado, chamado Nhumirim. Viramos à esquerda, margeando mais um canavial. E seguimos, subindo e descendo, cruzando um longo eucaliptal, em aclive, e percorrendo “deliciosas” estradinhas de chão batido, muito lisas e boas de pedalar. Passa-se por laranjais que, se for à época da florada, nos premiam o olfato com um perfume maravilhoso. Até Tambaú é tudo por estradas de terra. Veja mais uma foto do local:
Chega-se a Tambaú em mais uma subidinha até o asfalto. Daí, uma descida até a parte central da cidade. Dormimos no Hotel Eliana, da Dona Tereza. No dia seguinte iríamos ao escritório da Secretaria de Turismo de Tambaú, para o carimbo das credenciais.
Mas, falaremos do 3º dia na próxima inserção. Até lá, um abraço para todos.