sábado, 26 de outubro de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 21º e 22º dia - Hitdorf/Duisburg/Xanten

11/06/2019 - Terça-feira 

Na hora do café fomos procurar o refeitório. Não havia indicação de onde era, naquela confusão de três prédios, corredores e espaços do Rhein River Guesthouse. A recepcionista havia nos explicado no momento do check in, mas quem se lembrava?
Abre porta aqui, dá uma olhada ali, espreita acolá e... cadê? Até que entramos em uma sala que nos pareceu estar na casa do proprietário do hotel, tal era o aspecto do mobiliário e apetrechos existentes. Então surgiu um senhor descendo uma escadaria ao qual perguntamos incontinenti: - Breakfast? E ele respondeu: - Oh, yes, it's there! E apontou-nos outro compartimento adjacente. Entramos e a dependência estava preparada para o café, com uma enorme mesa oval cercada de cadeiras por todos os lados. Sem nenhuma alma viva por lá. Aos poucos foram aparecendo outras pessoas e também a senhora responsável pelo serviço, que acabou por demonstrar simpatia, questionando-nos se estávamos satisfeitos ou se desejávamos algo mais.  Depois do café descemos para ajeitar as bicicletas e preparar a re-largada. Enfim, saímos. Eram 8:45 h da manhã: 

No caminho, um barco-monumento enfeitava a passagem: 



Jardins dotados de estacionamento para bicicletas, porque estas têm tratamento igual ou superior ao automóvel. Edifícios, vias, praças, restaurantes, padarias, farmácias, mercados, enfim, por todos os lados há espaço reservado ao ciclista e seu veículo: 
As excepcionalmente bem cuidadas ciclovias propiciam um caminho seguro ao ciclista, que pode pedalar tranquilo em direção ao seu objetivo, sem o estresse do tráfego na mesma via do automóvel: 
No belo rio de águas límpidas, o cidadão se diverte: 

Observem a caprichada estrutura presente na ciclovia, para o requintado lazer do contribuinte: 
Aí a gente se depara com esta maravilha aí de baixo. A fotografia passa uma impressão de área rural e mesmo a gente estando no local não percebe, por causa da vegetação, mas este riacho está bem dentro da cidade de Dusseldorf, bairro de Wersten: 
Aliás, Dusseldorf, como de resto todas as da Alemanha, é uma cidade com grandes espaços verdes, suas fontes e cursos d'água muito bem protegidos e edifícios tradicionais que convivem harmoniosamente com prédios moderníssimos: 

Almoçamos macarrão a 7,90 euros, barato para o padrão europeu. Normalmente custa de 11,50 a 20 euros.
Atravessamos a cidade com tranquilidade, utilizando as eficientes ciclovias e rumamos na direção de Duisburg: 


Quilometragem do dia: 53,99 km
Acumulados: 1.409,02 km. 
Estadia no Hotel Mirage, em Duisburg. Quarto confortável, banheiro razoável, completo, com espaço suficiente. As bicicletas ficaram numa sala no térreo, cuja chave a recepcionista deixou conosco. Estavam bem protegidas.
Saímos para jantar, mas não encontramos o restaurante que o hotel havia nos indicado, muito menos qualquer outro em condições satisfatórias, que atendesse nossas expectativas. Acabamos comendo em um local meio estranho, o único que encontramos aberto. Parecia árabe, pelas pessoas que trabalhavam lá. Enfim, uma comida apenas razoável.

... ooo OOO ooo ...

12/06/2019 - Quarta-feira

Havia previsão de chuva durante todo o percurso, até às 17 horas. Quando saímos, às 8:30 h, não chovia. O céu estava entreaberto, temperatura de 14°C. Pouco ou quase nenhum vento, o que tornava o pedal agradável, sem necessidade de blusa corta-vento. 
Logo na saída de Duisburg, atravessamos o Reno, utilizando uma grande ponte, dotada de ampla ciclovia: 
Demonstração da refinada educação europeia. Fila do caixa no supermercado: um casal ofereceu-me passar à frente, ao ver que eu só tinha uma garrafa de água a pagar. Uma senhora logo em seguida, também ofereceu-me seu lugar. Gentileza é bom e a gente gosta...
Mas hoje foi um dia de ciclovias espetaculares: 





Chegamos cedo em Xanten, ao meio dia. Resolvemos entrar na cidade para procurar um restaurante e almoçar. Vimos as torres de uma igreja e imaginamos que o centro seria naquela direção. Tínhamos razão. Logo chegamos àquela tradicional praça das cidades alemãs, ampla, com calçamento e sem carros, onde centralizam restaurantes, cafés, padarias e outros tipos de comércio. 
O tempo havia fechado e ameaçava chover. Colocamos as bicicletas em um estacionamento apropriado, cobrimos os alforges com as respectivas capas plásticas, escolhemos um restaurante de comida italiana e sentamos para almoçar. 
A chuva era iminente e o garçom preparava os toldos da área externa, onde sentamos, para esta possibilidade. Mal sentamos e a chuva desabou. Parecia que a natureza tinha-nos permitido exatamente chegar, proteger nossa bagagem, para começar, primeiro devagar, depois com mais intensidade, até cair bem forte, formando um verdadeiro "córrego" com a enxurrada, a poucos metros de onde estávamos. A intensidade da chuva fez até com que tivéssemos que mudar de mesa, para um lugar mais perto da área interna do restaurante, pois começou a cair água sobre uma das mesas que ocupávamos. 
Aos poucos foi diminuindo, enquanto almoçávamos.
Após o almoço, ficamos esperando a chuva parar. Quando raleou bastante, cogitamos de sair, mas acabamos decidindo esperar parar por completo, o que, pela previsão meteorológica, deveria acontecer às 17 horas. Como, pela mesma previsão, o sol voltaria a brilhar às 18 horas e só iria se por às 21:50 horas, teríamos tempo de sobra para chegar ao hotel, a 6 km de distância dali.

Mas, não havia mais chuva às 14:30 horas e nos preparamos para retomar o caminho. Curiosamente, a praça tinha no chão, uma marca que indicava o melhor ponto para um selfie com a igreja de Saint Victor ao fundo, que fomos visitar em seguida: 




Saindo dali, avistamos, pela primeira vez no caminho, ainda na Alemanha, um dos maiores símbolos da Holanda: o moinho de vento!
De volta às ciclovias e às margens do Reno, em pouco tempo chegamos ao hotel reservado para hoje, o Landhaus Spickermann, ainda no município de Xanten: 



Um pessoal muito agradável, tanto na recepção quanto no atendimento. Jantamos no próprio hotel, uma comida deliciosa. O local é bem tranquilo, fica a uns 100 metros da estrada. As bicicletas ficaram em uma garagem particular no próprio hotel. Adoramos e indicamos.
Quilometragem do dia: 47,82 km.
Acumulados: 1.456,84 km.

sábado, 19 de outubro de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 20º dia - De Bonn a Hitdorf (Leverkusen)

10/06/2019 - Segunda-feira

O café no Ibis não está incluído na diária, como é praxe nessa rede. É opcional e pago à parte. Tomamos café lá mesmo, consideramos que seria mais trabalhoso e consumiria mais tempo procurar um lugar para isso. 
Depois do bom café da manhã, descemos para a garagem para iniciarmos a pedalada do dia.
Na garagem não havia ninguém e uma porta automática vedava a saída.
Montamos nossos alforges, preparamos nossas bicicletas e, diante da porta, ficamos procurando algum mecanismo que a abrisse, para sairmos. Eros tinha uma espécie de moeda com um sulco, que havia recebido na recepção, juntamente com instruções para a abertura da porta, mas como isso foi feito em inglês, ela não entendeu muito bem. A gente teria que colocar a moeda em algum dispositivo para acionar o mecanismo de abertura, mas não encontrávamos nada na parede ou perto da porta.
Estávamos assim, nesse afã, imaginando que o pessoal da portaria do hotel devia estar dando muita risada de nós, quando alguém do grupo descobriu uma espécie de parquímetro, no caminho de saída dos automóveis, onde a moeda se encaixou perfeitamente e a porta se abriu, como em um passe de mágica. Dando boas risadas de nós mesmos, saímos para a rua e partimos.
Ciclovias bem traçadas e espaçosas nos conduziram rapidamente para fora da cidade de Bonn: 

Com pouco mais de uma hora de pedal já estávamos nos arredores da maravilhosa cidade de Colônia e toda a sua riquíssima história. Dotada de extraordinárias ciclovias, quase sempre muito bem arborizadas, curtíamos intensamente cada instante do caminho, repetindo para nós mesmos - "Uau! Estamos em Colônia!" 





Onde há mais espaço, pedestres e ciclistas são segregados e a sinalização deixa isso bem claro: 
Logo alcançamos a Südbrücke (Ponte do Sul) de Colônia: 


A ciclovia segue à beira do Reno e nos conduz ao Porto de Rheinau. As primeiras impressões são as melhores possíveis, com edifícios revitalizados, pintados em cores vivas e caprichadas: 


Igreja de Saint Martin - Colônia
Porto de Rheinau ou Rheinauhafen - Colônia - A área do antigo porto de Colônia foi selecionada para um projeto de remodelação e regeneração urbana em 2002. Poucas coisas foram mantidas na forma tradicional e um desenho moderno direcionou a reestruturação do local. O resultado é impressionante. Prédios moderníssimos convivem com edifícios históricos em prodigiosa harmonia. Construções em formato de L, mas com a parte mais larga virada para cima, como se o L estivesse de cabeça para baixo, com elevadores panorâmicos, são admiráveis. Lamentavelmente não fotografamos, mas mostramos aqui uma imagem do Google: 
A sede da Companhia de Administração do Porto de Rheinau: 
A cidade de Colônia foi fortificada no século XIII com 8 quilômetros de uma muralha espetacular. A Torre Bayen ou Bayenturm é uma das únicas lembranças dessa construção medieval que cercava toda a cidade na idade média. Foi construída por volta do ano de 1.220:
A Torre Malakoff ou Malakoffturm fazia parte do portão norte de entrada das fortificações de Colônia e sua construção foi concluída em 1.855. 
Estávamos ansiosos para conhecer um dos principais atrativos de toda a viagem, a Catedral de São Pedro ou Kölner Dom. E não ficamos decepcionados: a maravilhosa obra em estilo gótico, extraordinariamente rica em detalhes, cuja construção também foi iniciada no século XIII, mas só terminou no século XIX. É tão imensa e alta que, em razão dos prédios que foram sendo construídos nas suas proximidades, não é possível fotografá-la inteira de nenhum lado: 





 Observem a riqueza de detalhes nas fotos mais próximas:

A mesma bela ciclovia da entrada na cidade, com árvores dos dois lados, continua quando vamos saindo: 

À medida que vamos nos distanciando a visão da ponte sul continua maravilhosa. Na segunda foto avista-se a Torre Messe ou "der Messeturm" na margem oriental do Reno. O local, vazio atualmente, abrigava um restaurante, que fechou:  

O teleférico de Colônia transporta passageiros de uma margem a outra do Reno, desde o Zoológico até o Parque do Reno e vice-versa. Percorre uma distância de 930 m em 6 minutos e o usuário pode desfrutar de todas aquelas belezas lá de cima. Funciona das 10 às 18 horas e custa, para adultos, 4,80 euros só para ir ou 7 euros ida e volta. Crianças pagam 2,70 e 4 euros respectivamente: 

Chegando em Leverkusen, uma obra interrompia a ciclovia à beira do Reno e aí tivemos que fazer um desvio mais para o interior da cidade e acabamos encontrando, no Neulandpark, um curioso monumento à família... de ciclistas! 
Hitdorf é um bairro de Leverkusen e o hotel que ficamos se localiza nesse bairro, na rua que separa o aglomerado urbano da área adjacente ao rio. Era o Rhein River Guesthouse. São dois ou três pequenos prédios adjacentes, ligados por portas, corredores e jardins onde são criadas algumas aves de forma não muito caprichada, tornando o local um tanto "estranho". As bicicletas foram colocadas numa espécie de quarto de guardados, no interior do imóvel e ficaram bem protegidas. A surpresa nada agradável foi que descobrimos que o quarto que reservamos não tinha banheiro privativo. Enfim, bobeira nossa na hora de reservar...
Quilometragem do dia: 56,99 km.
Quilometragem acumulada: 1.355,03 km.