sábado, 31 de agosto de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 12º dia - De Strasbourg a Maximiliansau

02/06/2019 - Domingo

O quarto no Strasbourg Centre era grande, silencioso e confortável, proporcionando-nos uma ótima noite de descanso.
Na tarde/noite de ontem demos uma volta a pé pela cidade e eu quero fazer um alerta sobre Strasbourg: Cuidado com os ciclistas! Eles são doidos! Em muitos lugares a ciclofaixa é demarcada sobre a calçada, compartilhando o espaço com o pedestre. Os ciclistas não querem nem saber. Assisti, mais de uma vez, ciclistas se expressando nada amistosamente em relação a pedestres que atrapalhavam a faixa deles. Não diminuem a velocidade e vão prá cima mesmo!
O café foi bastante bom, embora nenhum funcionário do hotel tenha sido capaz de localizar guardanapos para o Fernando. Foi do tipo auto serviço, como na maioria dos hotéis que passamos, inclusive com máquina automática que oferecia um número grande de possibilidades, como café expresso, macchiato, café com leite, chocolate e cappuccino, além de água quente para o chá.
Saímos mais uma vez por volta de 9 horas e logo que nos afastamos da cidade o caminho se oferecia através de uma bela ciclovia, ao lado da estrada: 

Mais à frente nos deparamos com um belo campo florido, que se estendia dos dois lados da pista. A ciclovia agora eram faixas na beira da estrada: 

Muitas vezes, em todo o caminho, tivemos que procurar um lugar para comprar água, quando a nossa acabava. Então buscávamos por padarias, que invariavelmente fechavam às 10 horas da manhã. Quando passava desse horário, só mercados ou lojas de conveniência em postos de gasolina. As passagens pelas cidades sempre eram marcadas por caprichados arranjos floridos: 
As ciclovias continuavam maravilhosas. As estradas estavam ali, do lado, embora vendo apenas a foto, assim, não dá nem para imaginar: 

É prazeroso, ao pedalar, poder registrar com calma muitas das belezas que vamos encontrando pelo caminho. De automóvel, usualmente, às vezes nem vemos certas coisas, como um antigo carro do corpo de bombeiros que virou enfeite na praça, ou uma linda casa, plena de flores: 

Imagens do rio encantam, mas não é só isso. Além da navegação comercial, ele é muito utilizado também para lazer: 




Saímos da França, hoje e entramos na Alemanha. Às vezes a ciclovia e a estrada se fundem em uma só via: 




Passamos no que parecia ser uma usina atômica. No entanto, a julgar pelos montes existentes, devia ser uma termoelétrica, pois era movida a carvão. Aliás, vimos umas três ou quatro em todo o caminho: 

Cruzando os caminhos da Europa, sempre se avista cegonhas, geralmente uma, ou no máximo, um casal em seu ninho. 
Nós tivemos um privilégio raro, a oportunidade de conseguir ver logo um bando delas: 
Há canais maiores que se destinam à navegação. E a travessia neste caso, por pedestres ou ciclistas, é tratada de forma nada convencional. Você empurra a bicicleta uns 40 degraus escada acima, podendo usar uma canaleta, para facilitar (ou não, veja a Rose na foto), atravessa por uma ponte metálica, depois desce do outro lado da mesma forma:



Em razão da altura, navios podem passar sob a ponte com tranquilidade:
Erramos o caminho em algum lugar e andamos para lá e para cá, com muita dificuldade e perda de tempo para retomar o itinerário. No fim, chegamos às 17:38 h, quando o previsto seria, no máximo, 16 horas. A quilometragem inicialmente calculada, de 83,70 km, acabou virando 93,89 km. 
Felizmente o Hotel Vater Rhein tinha um staff muito simpático e pudemos curtir intensamente a estadia. Havia uma área externa, com guarda-sóis, onde se podia degustar uma cerveja ao ar livre, antes de saborear o delicioso jantar. As bicicletas foram guardadas na garagem, em local bem protegido. 
Quilometragem acumulada até agora: 788,35 km.

sábado, 24 de agosto de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 11º Dia - Volgelsheim a Strasbourg

1º/06/2019 - Sábado

Senti hoje ter que deixar o hotel. Foi um dos mais agradáveis de toda a viagem. A gentileza e simpatia da senhora que nos recepcionou e atendeu o tempo todo, a localização privilegiada, o espaço, a tranquilidade, a ótima comida, tudo nos fez gostar muito do lugar: 


Só tivemos que atrasar um pouco a saída, porque nos levantamos no horário de costume, mas o restaurante estava fechado e não havia sinal de viva alma lá dentro. Pelo que pude perceber, a pessoa responsável não dorme no hotel. Só depois que ela chegou, quando já havia uma outra família de hóspedes a procura do café, que ele foi servido, às 9 horas. Provavelmente, aos sábados, este era o horário estabelecido, nós é que não atentamos para isso. 
Como pudemos perceber, aqui na Alsácia os caminhos destinados aos ciclistas são compostos de ciclovias e estradas rurais de pista simples, que não são muito movimentadas por veículos automotores. Caminhos bem delineados, de piso liso e firme, muito agradáveis: 



Na hora do almoço entramos em uma cidade chamada Gerstheim, que estava a alguns quilômetros fora do caminho, para procurar um restaurante. Mesmo com a ajuda de moradores locais, não conseguimos achar nenhum aberto: todos fechados ou não existiam! Acabamos indo embora sem comer, procurar restaurante em outra cidade.
Pedalamos durante muito tempo hoje ao lado de um canal, como na foto acima. Trata-se de um canal que desvia água do Reno para irrigação de lavouras. Mas, plantaram árvores dos dois lados do canal e construíram a ciclovia bem ali, transformando o pedal em um exercício de puro prazer. As lavouras estão ali, ao lado, aí tem uma camada de árvores, a ciclovia, o canal, outra camada de árvores e mais lavouras do outro lado. É a melhor conjunção do útil ao agradável que se pode imaginar. Em um certo trecho, quando nos aproximávamos de Strasbourg, havia uma maravilhosa formação de árvores:  



Passamos também hoje por mais um lindo campo florido. Notem moradora local caminhando com uma criança: isto é muito comum em toda a Europa, os pedestres também se beneficiam das ciclovias. E como já mostramos anteriormente e veremos também futuramente, há inclusive sinalização para os caminhantes, além da dedicada  bicicletas:
As novidades iam surgindo e a gente curtindo muito. Encontramos uma praça de esportes direcionada a acrobacias amadoras com bicicletas. Mesmo com alforge e bolsa, a Eros se divertiu: 

E chegamos a Strasbourg, a grande cidade do leste francês. Hospedamo-nos no City Résidence Strasbourg Centre. Nossas bicicletas ficaram em uma sala onde guardam as bagagens dos hóspedes que já fecharam suas diárias e que querem circular mais um pouco antes de ir  embora. 
Quilometragem acumulada: 694,46 km
Quilometragem do dia: 80,69 km.
Ainda era dia e nós fomos dar uma volta pela cidade, queríamos ver a Catedral de Strasbourg. E chegamos lá em um momento emocionante, quando os sinos repicavam ecoando nos ares: 

Eram 18 horas, a hora da Ave Maria...

sábado, 17 de agosto de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 10º dia - De Basel a Volgelsheim - França, uh, lá lá!

31/05/2019 - Sexta-feira

O café da manhã no Carathotel Basel foi sui generis. Servido no restaurante mexicano ali existente, trouxe uma novidade que ainda não havíamos visto nesta viagem. O suco de laranja, se quisesse, era você mesmo que tinha que fazer. Havia um espremedor meio manual, meio elétrico e um enorme cesto de laranjas, daquelas bem cor de laranja mesmo que se encontram na Europa. Diferente das amarelas esverdeadas que estamos acostumados aqui. Você cortava as laranjas ao meio, ligava o espremedor em um pequeno interruptor em forma de bastão, colocava metade da laranja com o lado cortado sobre uma espécie de cuia convexa com ressaltos e forçava outra cuia, côncava, presa a uma alavanca, sobre a laranja. Ao forçar, a parte convexa girava em torno de seu eixo, retirando o suco que escorria para uma caneca previamente colocada em posição estratégica para receber o líquido. 
O hotel é um complexo de 10 andares, portanto, nem preciso explicar a grande quantidade de gente que estava no café da manhã. Daí que, para conseguir o seu suco, tinha que enfrentar uma fila, ou esperar todos que chegaram antes de você e queriam suco, se servir primeiro. Ou, como nós, esperar uma senhora fazer suco para toda a sua imensa família, um por um, pacientemente...
Acabamos saindo por volta de 9 horas. Saída trabalhosa por conta dos complexos viários na direção do nosso destino, com muitos semáforos de mais de dois tempos. Enfim, fora das aglomerações urbanas, estávamos no maravilhoso caminho novamente: 
Estávamos bem próximos do rio Reno, mas o caminho que se nos apresentou por 13 quilômetros era de estradas asfaltadas com piso muito regular: 
Curiosos para ver como era o Reno na região, adentramos por uma passagem de terra e chegamos à sua margem: 
Logo voltamos às ciclovias. Se fosse preciso atravessar uma estrada, não havia problema: 
A sinalização para bicicletas na França também tem características próprias: 




A navegação fluvial é muito utilizada em toda a Europa e aqui, na Alsácia, não era diferente. Passamos por uma eclusa onde tivemos oportunidade de assistir a toda a operação de subida de uma grande lancha, do rio para um canal de nível acima: 

Passamos também por diversas comunidades que a Eros qualificava de "cidades de maquetes". É fácil entender porquê: 
Embora estivéssemos na França, do outro lado do rio Reno estava a Alemanha. Curiosamente, entretanto, muitas cidades aqui têm nomes alemães. Não fui pesquisar a razão, mas como esta área já fez parte do grande Império Prussiano no século XIX (a partir de 1870), imagino que seja por isso. Algumas delas que passamos hoje: Ottmarsheim, Bantzeinheim, Rumersheim, Blodelsheim, Fessenheim, Obersaasheim, Algolsheim. E vamos dormir em Volgelsheim...
Assim como na Suíça e nas partes da Alemanha que já andamos, "ici en France" as vias cicláveis são sempre bem arrumadas, lisas, seja em que parte estivermos: 






A expectativa do dia era pela chegada em Neuf-Brisach, uma pequena cidade de características muito particulares. Construída no final do século XVII e início do século XVIII, por um arquiteto militar francês chamado Vauban, é uma fortaleza com o formato de um octógono, associado a estrelas. Do chão, onde estávamos, não conseguíamos ver toda a cidade e mesmo subindo na muralha, isto não era possível. Uma pena não poder vê-la inteira. Registramos o que conseguimos enxergar. A ideia da construção está em um mural: 







Pelo lado de dentro e sobre a muralha: 

Eu imaginava que a parte superior da muralha estaria bem conservada, que seria possível fazer um passeio ao menos por uma parte dela. Mas o mato estava alto, impossibilitando qualquer movimentação. 
Nosso hotel de hoje é um lugar muito simpático e acolhedor, associado ao carinho e atenção da gerente. Tomamos um chá na chegada, por gentileza da casa. O quarto não era grande, tinha espaço apenas para o necessário. Banheiro bom. 
Jantamos no próprio hotel, juntamente com outros hóspedes e alguns convidados. 
Nossas bicicletas ficaram no pátio interno, fechado, à noite, por um portão. Pudemos jogar uma água nelas para tirar a sujeira mais grossa. 

Quilometragem do dia: 61,81 km.
Quilometragem acumulada: 613,77 km.