Como se pode ver na foto seguinte, os (bons) apartamentos da Pousada Senhora do Carmo estão localizados no andar superior e são dotados de frigobar e ar condicionado:
A redundante saída em aclive mostra, a cerca de 200 m, a pousada já à distância:
Olhando para frente ou para trás, o verde domina a paisagem:
Um chuvisquinho fino salpicando o rosto torna o pedal uma atividade extremamente agradável:
Com pouco tempo de pedal chegamos a uma passagem conhecida como "Duas Pontes":
E finalmente vamos poder mostrar, pasmem, um trecho plano!
O Parque Estadual da Mata do Limoeiro, que infelizmente não tivemos tempo de visitar, está localizado na Serra do Espinhaço e possui 4 cachoeiras, 4 mirantes, circuito interno de bicicleta, 2 lagoas, trilhas para caminhadas e gruta. A entrada é gratuita e fica aberto de terça a domingo, das 8:00 às 16:00 horas.
A cidade de Ipoema, distrito de Itabira, embora de pequeno tamanho, desenvolve intensas atividades culturais e mantém tradições que encantam o viajante da Estrada Real. Uma delas é o Museu do Tropeiro, que não deixa morrer aspectos da vida e do comportamento destes importantes personagens da cultura local, regional e nacional. Na foto seguinte, a recriação da forma que utilizavam para cozinhar e manter aquecida a comida no acampamento:
Moda de viola dos tropeiros da Zona da Mata:
Maria, por caridade,
não ama tropeiro, não.
Tropeiro é home bruto,
bicho sem combinação.
Maria, escute o conselho:
sossega seu coração.
Carlos Drummond de Andrade homenageou estes fortes animais até hoje utilizados para transporte de cargas nas regiões mais remotas do país:
Nomes
As bestas chamam-se Andorinha, Neblina
ou Baronesa, Marquesa, Princesa.
Esta é Sereia,
aquela Pelintra,
e tem a bela Estrela.
Relógio, Soberbo e Lambari são burros.
O cavalo, simplesmente Majestade.
O boi, Besouro,
outro Beija-Flor
e Pintassilgo, Camarão,
Bordado.
Tem mesmo o boi chamado Labirinto.
Ciganinha, esta vaca; outra, Redonda.
Assim, pastam os nomes pelo campo,
ligados à criação. Todo animal
é mágico.
Os tropeiros percorriam cerca de 40 km por dia e suas atividades existiram desde o século 17 até o começo do século 20.
Com o tempo, povoados foram surgindo ao longo dos caminhos e eles se tornaram, assim, importantes fatores de desenvolvimento e integração econômica e também cultural.
As regiões que percorriam incluíam o Sul do Brasil, SP, MG e o Centro-Oeste do país.
Hoje, em todas essas regiões há grupos formados, encontros , festas e eventos para lembrar e exaltar as façanhas dos tropeiros pelo Brasil afora.
Em Ipoema, um grupo folclórico chamado "Lavadeiras de Ipoema" se apresenta sempre em festas, homenagens e em toda Roda de Viola, evento que acontece em todos os sábados de lua cheia, de abril a outubro.
Outro evento que movimenta a cidade e a região é a Festa de Santa Cruz.
Trata-se de um evento que ocorre no final de semana mais próximo do dia 3 de maio de cada ano.
Os
participantes percorrem a pé uma distância de 14 quilômetros, indo da
cidade até o Morro Redondo, subindo, de 625 m para 1224 m de altitude. São acompanhados por carros de apoio que levam água e alimentos e que podem socorrer eventuais desistentes.
No percurso, há 12 cruzeiros, os quais são
enfeitados por famílias locais, cada um por uma diferente, dentro de um tema escolhido
antecipadamente. O de 2015 foi Cores e Devoções e cada um deles
homenageia um santo diferente.
A concentração do povo para a partida é feita na porta da igreja Matriz de Ipoema, cuja padroeira é Nossa Senhora da Conceição.
As pessoas usam cajados que têm uma cruz que enfeita a ponta superior (ver foto acima). Na véspera do evento, sábado, é ministrada uma oficina, onde os participantes podem aprender a enfeitar a própria cruz.
Em cada cruzeiro no caminho é feita uma parada e breves orações.
Nas fotos abaixo, o cruzeiro que homenageia o Pai Eterno:
Este, em frente e verso, homenageia Nossa Senhora do Rosário:
Este outro, todos os santos:
A senhora que aparece na foto à esquerda é a Secretária Adjunta de Turismo do Estado de Minas Gerais.
No próximo, os homenageados são os santos que protegem a natureza:
Notem que as pessoas sempre encostam o cajado na cruz, em sinal de fé e respeito.
Este seguinte é em homenagem a Santa Terezinha:
Todas essas fotos do evento e o vídeo postados, foram gentilmente cedidos pelo nosso amigo Reinaldo Vieira, que mora em Ipoema e que também nos passou todas as informações aqui inseridas, a quem agradecemos muito.
Nós passamos, na nossa ida ao Morro Redondo, que vou contar mais adiante, por todos esses cruzeiros e o de Santa Terezinha nós fotografamos. Ele ainda conservava a maior parte dos adereços com que o enfeitaram:
Este aqui homenageia São Francisco e Santo Antonio:O próximo fica na passagem pela Fazenda Cachoeira Alta. O nome da propriedade tem razão de ser:
O proprietário é o sr. Ornevino Coelho, que foi tropeiro. Aqui há uma parada especial, pois todos os anos ele oferece um café aos participantes. A homenagem é ao Sagrado Coração de Jesus:
Já chegando ao pé do Morro Redondo, temos o cruzeiro que homenageia os santos juninos (a imagem na cruz é de São Pedro):
No topo do morro a homenagem é a todos os santos:
Nossa visita ao Morro Redondo só foi possível graças à gentileza do nosso amigo Reinaldo Vieira, um conhecedor e incentivador da cultura local e regional, que nos levou em seu carro.
O carro só pode chegar até uma certa altura do morro, onde fica o estacionamento. Dali, temos que prosseguir por uma trilha montanha acima:
No alto do morro foram construídos uma igreja e uma casa, além de ter sido instalada uma estátua, de autoria da escultora Vilma Nöel, nascida em Diamantina. Todo o material utilizado foi levado para o alto graças à força e boa vontade de pessoas que os carregaram nas mãos ou carriolas, a partir do ponto do estacionamento.
O nome da estátua é "Anjo: o Destino"
Há também um mirante, de onde se pode observar a região montanhosa ao redor, até o horizonte:
A visão a partir do alto do morro é inesquecível:
Quando voltávamos, o sol já se punha atrás das montanhas:
Na Pousada Quadrado, onde ficamos, fotografamos a única cachaça que tem autorização para utilizar a marca "Estrada Real":
Numa parede interna da pousada, uma cópia da obra do artista Mestre Ataíde (Manuel da Costa Ataíde), natural de Mariana e contemporâneo do Aleijadinho. É um painel grande com traços mulatos, da segunda metade do século 18, início do 19, cujo original está no teto do altar-mor da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto:
E este é Reinaldo Vieira, nosso cicerone em Ipoema, a quem devemos todas estas informações e a quem mais uma vez agradecemos:
Graças a ele pudemos rechear nosso blog com informações que podem interessar muito a quem pretende conhecer a região ou até, quem sabe, despertar esta vontade em quem nem estava pensando nisso...