quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Caminho da Luz - 5ª e última etapa - Subida a pé ao Pico da Bandeira - 26/06/2022

Pico da Bandeira

A última etapa do Caminho da Luz é a subida do Pico da Bandeira, o 3º mais alto do país, com 2.891 m de altitude. O pico fica no estado do Espírito Santo e pode ser acessado tanto a partir daquele estado, quanto de Minas Gerais. O Caminho da Luz indica a subida mineira, iniciando em Alto Caparaó. 

É possível acampar dentro do Parque Nacional do Caparaó, onde se localiza o pico. Muita gente faz isso para levantar-se de madrugada e assistir ao nascer do sol no alto da montanha. Há 2 acampamentos do lado de Minas e 2 no Espírito Santo.

É necessário inscrever-se antecipadamente para ter acesso aos acampamentos do parque. A visita em que o usuário sobe e desce no mesmo dia não necessita reserva.

A distância a ser percorrida a pé, do lado mineiro, é de aproximadamente 7 km.

Há vasta informação na Internet, por isso não vamos nos alongar aqui em detalhes. 

Saímos da pousada de carro, subindo a estrada parque nacional de Caparaó. Uma subida bem íngreme e tortuosa, até a portaria do parque. Passada a portaria, continuamos de carro até o estacionamento. A partir dali tem que ser a pé. 

A subida é quase constante, através de trilha rústica ou sobre pedras e exige muito esforço físico. As rochas estão por toda parte e há necessidade de escalá-las como se fossem degraus assimétricos de uma longa escada natural. Boa parte da caminhada é feita ao lado do Rio José Pedro: 




Com pouco tempo de subida já nos encontrávamos acima das nuvens, um espetáculo inesquecível: 
A primeira parte da trilha, até a Tronqueira, onde se permite acampar, dá uma ideia bem nítida da sua rusticidade: 


Do início da trilha até a área do camping Tronqueira, são 3,5 km de distância. Trata-se de um espaço gramado aberto, sem árvores, sem energia elétrica e com água apenas nos banheiros, que ficam numa lateral da área. 
Área de acampamento Tronqueira

Área de acampamento Tronqueira

Casa de pedras no acampamento Tronqueira

Casa dos fiscais do ICMBio - Acampamento Tronqueira
Nesse ponto, menos de 3 km nos separam do Pico da Bandeira. Depois de um breve descanso e de comer um lanche previamente preparado, trazido na mochila (não há venda de alimentos ou bebidas no parque), retomamos o caminho. A aparência engana, pois embora se tenha uma primeira impressão de que a trilha vai ser mais suave a partir daqui, ela continua bem íngreme e pesada: 



No alto da montanha, um pequeno reservatório de água que, segundo o guia, nunca seca, permanecendo cheio e tendo a área ao seu redor encharcada: 
Ao nos aproximarmos do pico, já de blusa, devidamente protegidos do frio, pois a temperatura baixa à medida que subimos, assisto ofegante à passagem de nuvens por nós: 
O pico, propriamente dito, já pode ser visto bem à nossa frente: 
E quando chegamos, 4 horas depois do início, um misto de cansaço e satisfação se reflete no rosto. Extenuado pelo desgaste da subida forte e longa, mas feliz por tê-la superado e atingido o objetivo sem nenhum problema, admiramos de cima a inusitada paisagem: 

Literalmente com os pés nas nuvens: 

Um cruzeiro fixado no ponto mais alto é disputado para as fotos: 

Muitas pessoas superaram suas dores e medos e curtiam a vista. Desfrutar de uma visão de 360° do local é algo prá ficar na memória. Felizmente as nuvens estavam abaixo de nós e, embora impedissem a visão da paisagem ao redor, proporcionavam um espetáculo maravilhoso que só temos oportunidade de ver quando viajamos de avião: 

O guia relatou vindas ao pico em que as nuvens cobriam tudo e nada podia ser avistado a poucos metros dos olhos. Então, pode-se dizer que tivemos sorte... 
Permanecemos uns 15 minutos lá no alto e iniciamos a descida: 
Em todo o percurso só encontramos uma flor que brotou entre as pedras: 
Na volta, em que o esforço de alçar o corpo a um nível mais alto a cada passo na subida é substituído pelo impacto da pisada em nível mais baixo, a velocidade de deslocamento é maior. O rio José Pedro, envolvido parcialmente pelo nevoeiro, apresentava um aspecto diferente: 
E muito lindo...
Ao lado do estacionamento de veículos há um mirante e uma área de piquenique. 
Na descida da serra de carro, é recomendado deixar o carro em 1ª marcha, evitando o uso do freio, pois, segundo o guia, muitos carros que não fazem isso desgastam completamente os componentes, tendo sido registrados acidentes por causa disso. 
Fisicamente, levei quase uma semana para me recuperar do esforço dessa subida. Os músculos de todo o corpo, especialmente das pernas, ficaram doloridos por quase 7 dias. Mas tudo valeu a pena. Se algum dia voltar a Alto Caparaó, com certeza repetirei a façanha...

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