segunda-feira, 7 de maio de 2012

Circuito Vale Europeu - SC - 5º dia: Dr. Pedrinho a Alto Cedros

O circuito é todo assim: ótimas estradas de terra, muito lisas e bem cuidadas, quase sempre ao lado de matas naturais preservadas nas encostas e morros e/ou cursos d'água límpida que serpenteiam entre pedras de todos os tamanhos, ou ainda florestas sustentáveis plantadas em pinus e eucaliptos, que são, a olhos vistos, matéria prima para a principal atividade econômica da região, as serrarias. As culturas originais alemã e italiana mantidas pelos descendentes, seja nas artes, seja na alimentação, seja nas moradias típicas do sul da Alemanha, no caso dos primeiros. São cerca de 300 km de subidas e descidas percorridos em sete dias que, com as travessias de cidades, fazem a média chegar a quase 50 km por dia. Para cicloturistas como nós, bastante cansativo, porém compensador, pelas belezas naturais (ou construídas pela mão humana) encontradas e pelo prazer de conhecer pessoas e lugares e viver aventuras que ficarão gravadas para sempre em nossas memórias.
Neste quinto dia encontramos em muitos trechos uma camada fina de lama provocada pela chuva do dia anterior e tornada pior para as bicicletas por causa do trânsito de automóveis e pela ausência do sol. O resultado foi bicicletas, roupas, mochilas e até nós mesmos cheios de respingos de barro, dificuldades para mudar as marchas, ruídos diversos ao pedalar, mas sem maiores consequências. No final do dia, era só lavar as bicicletas e elas ficavam novinhas...
 Pose para foto:
Encontramos no caminho esta cena de cartão postal: maravilhosa!
Chegamos, então, a um local onde, com um pequeno desvio, se podia chegar a uma cachoeira chamada "Véu de Noiva". Resolvemos ir conhecer. Havia uma placa indicando o local, com a observação que seriam 20 minutos a pé, sem referência à possibilidade de ir de bicicleta. Fomos até uma casa que havia perto, pensando em deixar as bicicletas, ou obter informações, mas ninguém apareceu. e vimos que a trilha prosseguia para além da casa e fomos tocando. Pedalamos até que a trilha não permitia mais bicicletas. Encostei a magrela e segui a trilha que se embrenhava na floresta:
Cheguei rapidamente até à cachoeira da foto abaixo, pensando ter chegado à Véu da Noiva. Fotografei e estava voltando para buscar a Eros, quando a encontrei, juntamente com o Rodrigo, que já vinham próximo. O Rodrigo chegou e palpitou que aquela não parecia ser a Véu da Noiva.  E, de fato, não era.
Vejam, a seguir, uma sequência de fotos da trilha que leva à cachoeira:

Aí resolvemos ir até o mirante da cachoeira, que imaginamos ser um local que ficaria no alto da queda d'água, pois começamos a subir por uma estrada lateral. Subimos, subimos, e... o tal mirante fica muito longe da cachoeira. Vejam as duas fotos abaixo:
Eu já havia dito aqui que
a economia local gira muito
em torno da indústria
extrativista de madeira,
que explora grandes e
pequenas plantações de
pinus (principalmente) e
eucaliptos. Os pinus só
amadurecem para a colheita
com 25 a 30 anos de idade,
segundo fomos informados
por um morador da região.
Mas, às vezes são extraídos
antes, para a indústria do
papel ou para lenha.
Vejam uma das muitas plantações
que a gente cruza no caminho:
É muito comum encontrar montes de madeira cortada e amontoada assim como na foto seguinte, à beira da estrada. Uma coisa que notamos aqui é que, incrivelmente, ninguém mexe em nada que não lhe pertença, mesmo estando em local público e sem qualquer proteção. Às vezes a gente passa ao lado de pés de laranja ou tangerina carregados de frutos maduros, bem à beira da estrada, mas não ousamos mexer, mesmo não havendo ninguém à vista, porque, se estão ali e ninguém pega, não seríamos nós a fazê-lo e talvez criar um grande caso... Nas fazendas, os barracões ficam abertos e, na verdade, muitas vezes nem têm portas ou trancas, com todas as quinquilharias à mostra, inclusive máquinas e equipamentos. Vimos, nas cidades, bicicletas encostadas em paredes, bem á frente da rua, ou penduradas na parede, nem um pouco escondidas ou protegidas. Se fosse aí pelos nossos lados...
O local que mostramos na foto seguinte foi o ponto de maior diversão do dia: uma base de pedra sobre a qual deslisa a água do riacho, permitindo a passagem pedalando, sem descer da bicicleta.
Olhando a foto, parecemos flutuar sobre a água... Fomos e voltamos pelo menos uma vez cada um, a Eros, o Rodrigo e eu, na maior curtição, sem ninguém cair, para frustração do Célio que ficou só torcendo para ver o tombo!
Vejam, nas próximas fotos, mais duas belas passagens do caminho:  
Agora vejam este estranho cogumelo dourado que encontramos: alguém já tinha visto? O conteúdo dele tem uma textura que, ao ser tocada, expele um pó muito fino. Parei até de mexer. Vai que é venenoso, né?








A estrada, em determinado momento, além das característi-cas que eu já falei antes, fica avermelhada, como mostra a foto seguinte:
Hoje, em mais uma passagem curiosa do trajeto, nossa estadia se deu em um chalé, cujo acesso foi feito através de uma canoa, pois ficava do outro lado de uma grande represa que, embora estivesse com seu nível de água três metros abaixo do normal, não dava para ser atravessada pedalando...
Bom, gente, é tudo por hoje. Amanhã postaremos mais um dia. Já estamos de volta a São Paulo e agora Internet não é mais problema... Abraços a todos!

2 comentários:

  1. Olá Elim e Eros, que bom saber que vocês chegaram bem (bem cansados, rsrsrs), foi um grande prazer conhecer vocês. Caloroso abraço.

    Duda
    Flor da Terra.

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    1. Duda,

      são pessoas como vocês que nos animam a procurar sempre caminhos diferentes, onde fazemos novos amigos e cujo carinho nos faz sempre seguir em frente.

      Beijos,

      Eli e Eros

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