Nesta época do ano o sol se põe muito tarde na Espanha: por volta de 9 horas da noite. Acho que por isso mesmo, o espanhol em geral, levanta tarde. Às 9 horas da manhã, o comércio ainda está todo fechado. Se quiser comprar alguma coisa, tem que esperar até 9 e meia. Hoje, para comprar um cartão de memória adicional para a câmera fotográfica (já que não consigo baixar as fotos, quando o cartão que está em uso encher, troco por outro), não teve jeito. Tive que esperar em Estella até 9 h 30 min para a loja abrir. E ainda abriu com atraso.
Este quarto dia foi meio diferente, esteve totalmente nublado o tempo todo, embora a chuva prá valer ainda não nos tenha alcançado. Ontem, no final da tarde, a gente olhava para trás e via aquele tempo escuro, ocupando todo o horizonte, indicando que estava chovendo forte bem nos locais onde havíamos passado. Quando estávamos em Pamplona, à noite, na hora de dormir, trovejou bastante e até caíram alguns “chuviscos gordos”, mas acabou parando e a chuva não vingou.
Pela primeira vez apareceram trechos do Caminho que aproveitam estradas rurais, só que não percebemos praticamente nenhum movimento de veículos. A paisagem mudou um pouco: atravessamos ainda grandes plantações de cereais e muitas parreiras, mas diminuiu bastante a incidência de árvores sombreando o Caminho.
Há muitas coisas curiosas aqui.
Por exemplo: os espanhóis, como os mexicanos, não prescindem da “siesta”. Por volta de 13:30 h tudo fecha e só reabre em torno de 15:30/16:00 h. Neste intervalo de tempo, nos pequenos povoados que você cruza, não se viva alma. Parecem cidades fantasmas. E até nas cidades grandes por onde passamos, a siesta é sagrada. Para comprar alguma coisa, tem que esperar reabrir.
Num trecho do Caminho, localizado antes do “poblado” de Mañeru, por uns 100 metros, a trilha acompanha a “carretera”. Há um alambrado separando-as. Nessa tela, o pessoal que faz o Caminho, começou a montar pequenas cruzes de gravetos. Então, rapidamente a tela se encheu de cruzes. É uma imagem um tanto bizarra.
Na entrada da cidade de Logroño, uma cegonha construiu seu ninho sobre uma torre de transmissão de energia elétrica. Pessoas e carros passando ali por baixo e ela nem aí. Permanecia lá tranquilamente.
Uns 200 metros à frente, atravessamos uma grande ponte, construída sobre o rio que atravessa a cidade e que foi represado para geração de energia. Nas grades de ferro desta ponte, os moradores locais trancam cadeados de todos os tamanhos, nos quais estão escritos nomes de pessoas, alguns com um, outros com dois Acho que a turma faz “simpatia” para “prender” a pessoa amada e joga a chave fora...
Passamos, na saída de Estella, por uma vinícola chamada Irache. Em frente à indústria há uma fonte de vinho. Há duas torneiras: uma verte água, a outra, vinho. E já ficam lá dois copos, para quem quiser utilizar. Há câmeras instaladas que filmam as pessoas que se servem ali as quais podem ser vistos, depois, salvo engano, em www.irache.com.es. Experimentei o vinho. É do bom.
Pela primeira vez, desde que iniciamos o Caminho, conseguimos colocar 3ª. marcha na bicicleta. Houve condições por que encontramos trechos de terrenos mais planos e longos, em um grande vale de plantações.
Vou elogiar aqui, mais uma vez, a graciosidade das pequenas cidades do Caminho. São muito antigas e conservam aquela configuração de ruas muito estreitas e irregulares, sem casas térreas, só com predinhos de três, quatro andares. São tão irregulares que hoje, ao atravessarmos Cirauqui, num determinado momento, a rua acabou e a seta amarela indicativa do Caminho apontava para dentro de uma casa. Pensei: poxa, deve ser um albergue, mas onde está a indicação de continuação do Caminho? Só quando chegamos bem em frente é que vimos que havia uma passagem bem no meio da casa e o Caminho seguia por ali.
Curiosamente, também, a gente encontra pessoas em sentido contrário, no Caminho, vindos dos lados de Santiago em direção ao início. Tanto a pé, quando de bicicleta.
Como na Europa, em geral, pratica-se muito o ciclismo, o Caminho também é utilizado pelos adeptos para treinamento.
Ao Alexandre: fotografei hoje um gatão prá você. Pena que não consigo baixar as fotos!
Pessoal, desculpem eventuais erros. Hoje vou postar sem revisar, já é tarde e eu tenho que me levantar cedo amanhã. Abraços aos marmanjos e beijos às donzelas.
Meus queridos,
ResponderExcluirEstou amando acompanhá-os nesta aventura.
Aproveitem bastante.
Beijos.
Elini
Teste, Eli! Sua filha aqui!
ResponderExcluirMuito bacana as postagens!!!!
ResponderExcluirSenti até o gosto do vinho!
O endereço da câmera : www.irache.com/webcan
Abraço.
Saudade grande de vocês...
ResponderExcluirEstou muito ansiosa para ver as fotos!
Beijos!
Eros, o que o cavalo lhe contou?
ResponderExcluir