Foto 01 - Refúgio dos Peregrinos - Campos do Jordão |
No Refúgio dos Peregrinos (foto 01), em Campos do Jordão, contamos com a atenção e carinho da Marilda e do Edison, além da alegre presença da pastora Clara. Aqui o peregrino é tratado com tanta deferência que, só para dar um exemplo, não controlam a geladeira de bebidas. A Marilda diz: “no final, vocês me dizem o que tomaram.” E funciona assim mesmo...
Com um pouco de sorte e persuasão, pode-se convencer o Edison a cantar. Depois do jantar, enquanto ficamos naquele bate papo animado com todos os outros peregrinos, o Edison pode se animar e alegrar ainda mais o ambiente com seu violão e a bela voz. Ali se contam histórias e se dá boas gargalhadas ouvindo as peripécias de cada um.
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Barleta e Belé, uma dupla engraçadíssima, colegas de faculdade, reagiam com tranqüilidade à brincadeira do Marco e contaram em detalhes como tudo havia começado. E eu peço licença a eles para repetir aqui a história, ou ao menos o que eu conseguir me lembrar dela, esperando que isso não os comprometa...
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Não era mais possível recuar! Agora tinham que ir em frente! Mas como, se um deles nem bicicleta tinha? O jeito foi arranjar uma, fazer rapidamente alguns dias de treino e enfrentar o Caminho, sob os aplausos da cidade, que iria acompanhar os avanços da dupla pela rádio local.
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E ali estavam eles, Barleta e Belé, com extremo bom humor, divertindo-se e tornando melhor o mundo ao seu redor. Também eles, com o violão do Edison, tocaram e cantaram para alegrar o ambiente. E foi, talvez, a noite mais divertida de todo o Caminho.
A saída de Campos do Jordão se faz retornando à avenida e virando à esquerda, na direção de São Paulo. Algumas quadras adiante, dobra-se à esquerda novamente, pegando um vigoroso aclive em direção ao alto do morro, passando ao lado de grandes residências de veraneio, típicas da cidade que é a estância de inverno mais famosa do Estado de São Paulo. Foto 06 |
Seguimos pela via que se torna uma estradinha estreita entre a floresta, acredito que seja a antiga saída de Campos para São Paulo e de onde se avista todo o vale verde e arborizado. Há que ter muito cuidado, pois há trânsito de veículos nos dois sentidos e muitas curvas que não permitem avistar muitos metros de estrada, além de buracos no asfalto antigo e sem manutenção.
Ao chegar à estrada de ferro, os pedestres devem seguir pelos trilhos e os ciclistas os cruzam, chegando à rodovia, prosseguindo pelo acostamento, montanha abaixo.
Muito cuidado ao passar pelo túnel. Há verdadeiros buracos em tampas de galerias feitas de concreto, em desnível ao piso do acostamento. O Edison já havia nos alertado e apesar da recomendação dele, levei o maior tombaço ao ter a roda da frente bloqueada num desses rebaixos. O capote atirou-me de costas no cimentado e só não foi mais grave porque eu estava com a mochila. Mas assustei todo mundo que assistiu, foi digno de circo! Meu irmão, na ânsia de me socorrer, encostou mal a bicicleta na parede do túnel e esta acabou por cair em cima mim. Felizmente, exceto pequenas escoriações, não me machuquei e pudemos seguir em frente.
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O espírito, descarregado das tensões do dia a dia, mais leve e preparado para a volta à faina diária, vai lembrar com saudade desses 10 dias de descontração e alegria, ao lado dos anjos do Caminho...
Foto 08 - As credenciais |
P.S.: Esta foi a última narração sobre o percurso completo do Caminho da Fé. Faltam exatamente duas semanas para a viagem à Espanha, onde percorreremos o Caminho de Santiago. Renovo aqui a promessa inicial: se for tecnicamente possível (disponibilidade de Internet), postaremos diariamente neste blog fotos e impressões do tradicional “Camino”. Obrigado por lerem. Até o próximo.
Somos o casal Itamar e Cristina, que chegou a noite na Pousada Sobreira, estamos ansiosos por notícias de voces, principalmente a expectativa da viagem para Compostela, assim que tiverem tempo entrem em contato conosco. Abraços e muito sucesso.
ResponderExcluirVocês me convenceram, vou me programar para enfrentar as subidas... obrigada casal nota mil!
ResponderExcluirEu é que agradeço, Claudia. E parabéns pelos relatos diários. Lindas fotos, que ficam mais brilhantes com seu bom humor... Ah, e mais uma coisa: vi sua entrevista na "Bicicleta". Bem você! Orgulho-me de tê-los como amigos. Até qualquer dia por aí...
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