domingo, 13 de dezembro de 2015

Estrada Real - Caminho dos Diamantes - 3º dia - Alvorada de Minas a Córregos - 24/11/2015

Saímos de Alvorada de Minas, como de costume, por volta de 8:30 h. 
Os primeiros dois quilômetros são de subida, assim como dos km 4 ao 6, classificados como "fácil" pelo site da Estrada Real, que leva em consideração o grau de dificuldade em função da declividade do terreno. Porém, no final do primeiro trecho entre Alvorada de Minas e Itapanhoacanga também tem subida, um pouco antes da chegada ao distrito, não considerada como tal pelo site.
Mas, é só lembrar que o mesmo site cita que a dificuldade técnica para ciclistas é a de mais alto nível: 5, para saber que, na prática, é muito difícil e muitas vezes nós é que temos que levar as bicicletas (empurrando morro acima) e não o contrário.
A paisagem, entretanto, continua maravilhosa:


As passagens pelos marcos da ER são sempre saudadas, por trazer a certeza que estamos no caminho certo e por mostrar, além de curiosidades e informações sobre algum ponto de interesse nas proximidades, a quilometragem já percorrida e a a percorrer.
Em alguns trechos o caminho é bom, liso e agradável, intensificando o prazer de pedalar:
Encontramos, num certo momento, dois rapazes de carro que estavam fotografando a região, no ponto mais alto de uma subida, os quais gentilmente "clicaram" nosso grupo. Aproveitamos para registrar que estávamos no terceiro dia de pedal:
As placas sinalizadoras das estradas, sempre em marrom para indicar que se tratam de pontos de interesse turístico, quase escondem o marco do caminho:
Após percorrermos, de acordo com a planilha da Estrada Real, 8,33 km desde o início do dia, deveríamos encontrar o marco nº 310, que estaria à nossa direita, indicando a direção a seguir. A instrução era para "virar 90° à direita, sentido Itapanhoacanga e Serro". No local havia uma placa apontando Itapanhoacanga, mas nada de encontrarmos o marco.
Para mim, inobstante não o visualizarmos, tínhamos que virar, porém o grupo questionou, por não haver certeza que aquele era o local correto. Conversamos e decidimos seguir a planilha. Para nossa sorte, estávamos certos e embora ainda tenha permanecido a incerteza durante algum tempo, por não encontrarmos outros marcos do caminho, estes acabaram aparecendo e dirimindo qualquer dúvida. Após 8 km visualizamos Itapanhoacanga:

O pessoal brincava muito com a dificuldade de se falar Itapanhoacanga e havia muito interesse em saber qual era o significado da palavra, que logicamente tinha origem no tupi-guarani.
Fui pesquisar. Já sabíamos que Ita = pedra e descobrimos que akánga = minério pardacento de ferro argiloso. Portanto, tem a ver com "pedra parda de minério de ferro". Trata-se de um distrito pertencente ao município de Alvorada de Minas que teve o seu auge nos séculos XVIII e XIX, na época da extração de ouro e que depois entrou em declínio.
Por esta rua principal trafegavam os tropeiros com suas preciosas cargas. 
Perguntamos a moradores se havia algum lugar em que poderíamos comer alguma coisa e foi-nos indicado um bar ao final da rua. Disseram que se estivesse fechado, era só chamar e seríamos atendidos. Assim foi: chamamos e uma senhora que mora em uma casa sobre o bar, desceu para nos atender. Ficou registrada a galeria de troféus do time de futebol da cidade:
Já subindo, na saída do distrito, uma subida "íngremede" como brincava a Walkiria, a imagem que visualizávamos era essa:




















De volta à estrada, uma mina d'água nos chamou a atenção: 

E os "sobes" e "desces" continuavam, agora em direção a Santo Antonio do Norte, ex-Tapera. 

Fazer graça e manter o bom humor, mesmo com as dificuldades das subidas, é resultado do prazer de pedalar:

E a imagem que nunca vai se apagar da memória: companheirismo e satisfação de viajar de bicicleta, em meio à paisagem de cartão postal:
Compor com os marcos é inevitável:

 As montanhas podem ter três picos à primeira vista:
Ou quatro, quando se chega a um nível mais alto e se pode olhar melhor:
Eros sempre fala em "criar um vazio", para captar tudo de bom que o momento nos oferece, esquecendo problemas e curtindo paisagens, espaço, tempo, companhias...
Ou simplesmente o "contemplando o nada":
Ou quem sabe ainda, admirando a singeleza de uma flor de quaresmeira à margem do caminho:
Mais uma subida? Não tem importância. Uns empurram, outros pedalam, mas o visual continua fantástico:
Chegamos famintos em Santo Antonio do Norte. Logo na entrada da cidade, falamos com um rapaz que nos indicou um lugar para comer, porém ao chegarmos lá, verificamos que não havia mais comida. O rapaz já estava lá e falava com o proprietário. Este disse então que poderia mandar preparar ovos fritos e queijo e o rapaz traria pão da padaria. 
Assim foi. Após ingerirmos muito suco de latinha, apresentou-se-nos uma bandeja de ovos fritos, outra de gordos nacos de queijo quente e uma grande tigela com 10 pães: lauto banquete! Estava tudo uma delícia e a fome era tanta que até esquecemos de fotografar.
Registro aqui nosso agradecimento àquele simpático jovem que foi tão prestativo e nos propiciou matar a fome de forma tão satisfatória.
A pequena cidade ainda conservava resquícios dos enfeites de rua erigidos para a procissão da padroeira do lugar:
O objetivo de hoje era a cidade de Córregos e continuávamos percorrendo os duros, porém lindos caminhos das Gerais:






A chegada a Córregos revelou um povoado típico, caprichado nos detalhes:

Fim do terceiro dia, meta cumprida.

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