segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Eurovelo 15 - Rhine Cycle Route - 25º, 26º e 27º dias - De Rhenen a Hoek van Holland

15 de junho de 2019 - Sábado - Rhenen a Leerdam


Após o bom café da manhã, preparamo-nos para partir: 
O tempo estava fechado, havia acabado de chover e a temperatura era de 16°C. Mais tarde o sol saiu, mas não durou muito e voltou a ventar e fazer frio.
O traçado original previa para hoje 77 km de pedal, mas optamos por fazer um caminho mais curto, considerando o cansaço acumulado. Despedimo-nos de Rhenen com as últimas imagens enquanto atravessávamos o rio: 



Há ciclovias excepcionais na Holanda e a bicicleta recebe das autoridades responsáveis pelo trânsito, o mesmo tratamento que o automóvel.
Na ponte mostrada na foto acima, por exemplo, há duas faixas para os automóveis, uma defensa com cerca de 1 m de largura e uma ciclovia com aproximadamente 3 m de largura para as bicicletas. Uma infraestrutura espetacular para o ciclista. 
O Fernando seguia, em um trecho como este acima, pela contra-mão, enquanto nós outros três íamos na mão correta. Um motorista que nos alcançou diminuiu a velocidade, emparelhou com ele e o advertiu a usar a faixa certa de direção. 


Passamos por um local de recreio que tinha uma atração irresistível para as crianças: 
Percorremos, este sábado, uma região pouco movimentada, entre fazendas, mas quase sempre com faixas bem definidas para os ciclistas, normalmente dos dois lados da estrada. Seguíamos através de plantações e canais para irrigação:

Em Leerdam nossa reserva era no Gasterij het Oude Posthuys Hotel, à beira do canal.
Chegamos às 14:40 h, as bicicletas ficaram em uma saleta no térreo. 
O hotel ainda servia almoço, por isso subimos aos nossos quartos, guardamos nossas coisas e descemos rapidamente para almoçar. Depois do almoço, banho e passeio pelas redondezas. 

Marcamos o jantar no próprio hotel, para as 19 horas.
O restaurante era sofisticado, com uma diversidade de talheres que eu, particularmente, nem conheço suas funções. A cortesia do atendimento incluiu um "mimo" do chef. Très chic!
Quilometragem do dia: 44,76 km.
Acumulados: 1.595,40 km.

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16 de Junho de 2019 - Domingo - Leerdam a Dordrecht

Como comentei ontem, o hotel que escolhemos fica bem à margem do canal. Após o ótimo café da manhã, pudemos curtir um pouco antes de pegar o caminho: 

Leerdam é uma cidade muito linda, tem um charme muito especial. Tudo muito limpo, florido e organizado: 

Na saída da cidade, tempo para uma pose no enfeitado moinho: 
Foi um dia de pedal tranquilo, com longos trechos de ciclovias quase retas: 

Chamou-nos a atenção um condomínio de formato peculiar, arredondado: 
Em contraste com outros vizinhos, de formas tradicionais, reticuladas:

Uma plantação de batatas, vista de perto. Deu saudades da infância, vivida em um sítio, onde as batatas eram um dos cultivos anuais: 
A passagem por Gorinchem marcou pela peculiaridade dos canais e das pontes levadiças: 





Os corvos existem em grande número por todo o caminho, tanto na Alemanha quanto na Holanda: 
A sequência do caminho diz bem o paraíso que é a Holanda para o ciclista: ciclovias da mais alta qualidade, espaçosas, lisas, arborizadas, floridas...







Passamos por uma construção que chamava a atenção pelo capricho e pela beleza: 
Em geral, o povo holandês foi o mais simpático do caminho. Um senhor que caminhava com seu cachorro, ao ver nosso grupo, perguntou de onde éramos e para onde íamos. Conversamos um pouco com ele, que nos disse que em Amsterdam vamos encontrar todo tipo de gente, menos o holandês. Muitos, mas muitos turistas e trabalhadores de todo o mundo, mas o holandês foge da capital durante o verão.
Observamos que o tráfego de bicicletas é disciplinado, as pessoas pedalam atentas às regras de trânsito e obedecendo sistematicamente a sinalização. Mas, não toleram indecisão. Tocam suas campainhas e mandam ver, não fique na frente... Vi mais de uma vez alguém resmungando por conta de ciclistas lentos ou que não estavam bem posicionados atrapalhando o tráfego.
Chegamos bem, foram apenas 44,66 km hoje. O acumulado chega a 1.640,06 km. 
Estadia no Hotel Dordrecht, na cidade do mesmo nome, onde encontramos uma atendente de origem chinesa, mas que havia morado em São Paulo e falava português. Seu nome é Lúcia. Em geral, todos do hotel foram muito simpáticos e acolhedores.
Saímos a pé para comer, depois do banho. O aspecto nas proximidades do hotel é de cais de porto. A cidade é cortada por canais, como, aliás, muitas da Holanda, que conseguiu seu espaço territorial tomando-o do mar. Escolhemos um restaurante japonês com um sistema inédito para nós: as bebidas são disponibilizadas à vontade ao cliente, em forma de auto serviço. Você mesmo pega o que quiser em um cômodo preparado para isto, onde estão dispostas de forma organizada. Para a comida, você recebe uma ficha, com a descrição dos alimentos disponíveis, separados por espécie, à frente das quais são dispostas colunas quadriculadas em branco. Cada pessoa tem direito a escolher 4 produtos de cada vez, sendo que permite-se quantos pedidos o cliente quiser. Você assinala com um "x" o quadrinho correspondente e depois de servido, a garçonete passa um traço vertical, inutilizando aquela coluna. Um banquete!

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17 de Junho de 2019 - Segunda feira - Dordrecht a Hoek van Holland

Último dia do Eurovelo 15. Hoje vamos chegar a Hoek van Holland, ou esquina da Holanda, o ponto mais meridional da rota do Reno, no Mar do Norte. 
Após o bom café da manhã, no Hotel Dordrecht, partimos. Na saída da cidade, chegamos a uma escadaria que dava acesso a uma ponte exclusiva para bicicletas sobre o rio Reno, dotada de canaletas para facilitar empurrar a bicicleta escadas acima. Atravessamos com tranquilidade e logo já retomávamos as áreas periféricas, com suas ciclovias espetaculares: 

Passamos por uma floricultura cujo pátio estava repleto de mudas de plantas "formatadas": 


Muitas vezes observamos, tanto na Alemanha, quanto na Holanda, a construção de bloqueadores de sons entre a estrada e a área urbana. São espécies de muros, certamente dotados de componentes redutores de ruídos, para o bem estar da população que mora nas imediações. Pedalando ao lado, não ouvíamos nenhum barulho de veículos: 
Passamos, na cidade de Feijenoord, em frente ao estádio do time de futebol do mesmo nome: 
As pontes levadiças são comuns na Holanda. Aqui, uma avistada em Rotterdam, onde a gente chega sem nem perceber que saiu de Feijenoord, pois estas cidades são emendadas uma na outra: 
Em Rotterdam, a ilha em meio ao rio: 
Pontes modernas facilitam a movimentação pela cidade: 

Rotterdam, além de ser uma belíssima cidade, possui o maior e mais movimentado porto da Europa. O país dotou a cidade de completa infraestrutura, construindo o que se convencionou chamar de Portal da Europa. O canal do rio foi aprofundado, chegando a 24 metros de profundidade, permitindo a navegação por embarcações de até 23 metros de calado. Dali, os rios Reno e Mosel permitem a destinação das cargas para o interior, pois são amplamente navegáveis. Uma das cidades com as construções mais modernas, sem abandonar o tradicional: 


Não passamos pelas casas cúbicas (Cube House), mas quem tiver a curiosidade pode ver na Internet.
A última etapa ainda teve ciclovia através de área rural: 
Chegando a Hoek van Holland, muitos cisnes se alimentavam à beira do canal: 


E a Eros se divertia:
Finalmente, Hoek van Holland! 
Estadia no Hotel Amerika, muito bom.
Quilometragem do dia: 54,61 km.
Acumulados: 1.694,67 km.
Ao final, podemos dizer que valeu muito a pena. Conhecemos outros países, como a Suíça, lindíssima, com suas paisagens de cartões postais e seu alto custo de vida. Passamos pelo leste francês, aprendemos um pouco sobre a cultura e as lendas que envolvem o rio Reno, pedalamos pelo noroeste alemão e toda a sua organização fantástica e tivemos o prazer de percorrer as exuberantes planícies holandesas. 
Vamos seguir, amanhã, de bicicleta, até Amsterdam, de onde voltaremos para casa. Desde agora, porém, já se insinua um certo sentimento de tristeza, pois chegamos ao fim...

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