O adeus à pequena São José dos Ausentes. Perguntei a um motorista de táxi o porquê do nome. E a versão que ele me passou é que devido ao frio muito intenso e as dificuldades para se manter no local, com solo infértil e muitas pedras, as pessoas que vinham ou eram trazidas para trabalhar sempre acabavam indo embora, estando com frequência a região com o povo ausente.
Logo acaba o asfalto e a estrada de terra que enfrentamos é das piores para o ciclista. Vejam algumas imagens:
No alto de um morro, passamos por uma fazenda muito elegante:
O Ibama se faz presente na proteção ambiental:
A estrada continuava cheia de pedras, embora com mais vegetação, sombreando, às vezes, o caminho:
Às vezes, no meio do capim, de forma que nem poderíamos imaginar, surge a singela beleza de uma pequena flor silvestre:
E então chegamos a mais um lugar espetacular, desses que nem passa pela cabeça que possam existir em local tão remoto, tal a modernidade e exuberância exibidas, mesmo em meio à extrema rusticidade regional: o Vale das Trutas. Um portento turístico de deixar o queixo caído:
A visão do local do alto do morro:
Uma pequena queda d'água vista por cima, porque não consegui achar o caminho para chegar na parte de baixo:
No alto, entre as pedras, mais uma flor silvestre muito linda:
O pequeno curso d'água que dá origem à cascata acima e a ponte para atravessá-lo:
Então chegamos a um entroncamento onde há, segundo uma placa existente no local, uma "tenda" que exibe o mapa abaixo:
A estrada que se segue é muito bonita:
Neste trecho, um arbusto cheio de pequenas flores brancas é muito abundante:
Bem, se eu achava que a estrada estava ruim, agora ficou ainda pior:
E as florezinhas silvestres levam ternura à rigidez das pedras que as rodeiam:
E na divisa dos municípios parei antes da ponte, para não espantar um boi que pretendia cruzá-la. Desconfiado, ele ficou olhando e quando achou que eu não representava perigo, atravessou e prosseguiu seu caminho tranquilamente:
Então passamos por mais um daqueles "arroios" (como são chamados aqui) encantadores, que despertam na gente uma vontade de sentar numa pedra, colocar os pés na água e deixar o tempo passar...
Uma linda cascata se esconde por trás da cerca "proibida":
Prosseguindo, a estrada torna-se um recorte entre a montanha e o rio e nascentes vertem das pedras:
Em junho, quando passamos por aqui, o frio havia solidificado a água:
Chega-se, em seguida, à Ouro Verde, uma fábrica de celulose da Cambará S.A., que extrai água para o processo produtivo do rio Santana:
A ponte leva à comunidade de Vila Santana - Raia e depois ao distrito de Oswaldo Kroeff, no município de Cambará do Sul:
Os quilômetros finais até Cambará a partir de Oswaldo Kroeff são feitos por asfalto, sem acostamento. Nada a registrar.
Em Cambará, no Restaurante Galpão Costaneira pode-se escolher o aperitivo de cachaça com o sabor que quiser:
1º) buffet de saladas com sopas e massas, acompanhadas de queijo e polenta na chapa (as verduras disponíveis são produzidas pelos próprios donos, em horta totalmente orgânica, que pode ser avistada atrás do restaurante);
2º) a mesma coisa anterior + rodízio de galetos; e
3º) a mesma coisa do 1º item mais truta à vontade, cujos molhos podem ser escolhidos de uma lista.
Huuuummmm! Saborosíssimos!
Dormimos na Pousada Recanto das Gralhas, de pessoas muito simpáticas e acolhedoras. Preço do casal: R$ 140,00.
Mapa do caminho seguido via Wikiloc, com altimetria:
Muito bom poder "viajar" novamente por este caminho. Não canso de ler os seus relatos e acompanhar suas experiências.
ResponderExcluirBeleza, Jessie, a gente se inspira em você...
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