terça-feira, 12 de julho de 2016

Blugrama - Navegantes a Gramado - 8ª Etapa: de Urubici a Aiurê - SC (Pousada Rio Tunel), via Serra do Corvo Branco - 04/06/2016

Refizemos este trecho em 07/11/2016. Vejam as fotos e informações após as anotações de 04/06/2016.

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04/06/2016 - Saímos de Urubici em direção à Serra do Corvo Branco pela SC-370, cujos primeiros 23 quilômetros são asfaltados:
Paramos, depois de um certo tempo, em um café colonial para fazer um xixi. As pessoas que trabalhavam no local nos olhavam como se fôssemos extra terrestres! Isto porque estávamos usando o banheiro sem consumir nada do local. Chegaram até a "inspecionar" o banheiro depois que usamos... "Interpretando" os sinais, pedimos um chocolate quente, para a situação não ficar ruim. Alguns frequentadores, ao contrário, conversavam animada e simpaticamente conosco, o que colaborava para desanuviar o ambiente. Mas o ar chegou a ficar pesado... No jardim havia um interessante enfeite e um casal de canários no desfolhado pessegueiro:

11 km à frente chegamos à Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, um lugar muito lindo e bem cuidado. Percebemos várias pessoas carpindo o canteiro central da avenida de entrada e recolhendo as folhas no interior da área.



Trata-se de um local mantido com todo capricho e voltado para a devoção. Há dois caminhos internos, onde estão colocadas representações das estações do Calvário de Cristo.
No final, uma área aberta e calçada, com altar e espaço para o público defronte à gruta propriamente dita, onde está localizada a imagem daquela a quem é dedicado o local. Outra gruta logo abaixo contém outras imagens menores. Do alto da montanha onde estão as grutas verte uma singela queda d'água e tudo que era religião vira espetáculo da natureza: 


Prosseguindo pelo asfalto, um pouco mais adiante chega-se à entrada para o Morro da Igreja, cujas fotos mostramos na 7ª etapa.

Nessa entrada há um ponto de venda muito curioso e interessante, onde se vê que, para subir o Morro, precisa-se de autorização:


E pinhões à venda, inclusive ainda dentro da pinha...
Prosseguíamos pela estrada asfaltada ansiando pela chegada da Serra do Corvo Branco e chegamos a um trecho que tem um impressionante recorte na rocha:

Saímos um pouco da estrada principal, por uma estradinha lateral, para passar pela Comunidade de São José, apenas para evitar o asfalto. Não há ganho de tempo nem de distância, é só para pedalar na terra. Passamos por um pequeno riacho, bem diferente dos que estamos acostumados a ver:

Ao cruzarmos o rio Canoas, merece registro o belo e instigante visual:

O setor de turismo usa suas armas:
De volta à estrada principal, logo chega o fim do trecho asfaltado e há ainda mais 5 km em terra até o topo da Serra do Corvo Branco. O projeto de asfaltamento está paralisado, segundo os moradores, há três anos, em razão de um desentendimento entre a construtora e o Estado. A estrada foi revolvida, colocaram pedras e está tudo lá, só para dificultar a vida dos bicicleteiros...

De longe, parecia haver neblina no topo da serra, mas a torcida era para que tudo estivesse claro, embora houvesse uma pontinha de preocupação...
A mata no local é preservada graças a uma iniciativa privada, que a transformou numa Reserva Particular do Patrimônio Natural:
Já mais próximos, continuávamos a observar a neblina no topo da serra: 
A subida não é longa e a estrada no local não estava ruim:
Ao chegarmos no topo, porém, o que era só um temor virou realidade: a neblina cobria tudo:


Mas, não seria por isso que iríamos deixar de comemorar. Este é o espírito do pedal: 
Descendo o primeiro lance da serra não atentamos para o "aviso" explícito no marco da estrada: caído, quebrado, abandonado... Só tínhamos olhos para tentar vislumbrar as belezas que nos cercavam e que a neblina insistia em manter além da visão:
E a foto que eu tanto sonhei, no local imortalizado pelo pioneiro Guilherme Cavallari, não passou de uma simples silhueta:

As imagens guardadas na lembrança são aquelas obtidas no visual ponto a ponto, a medida que avançávamos, de curto alcance, porque os registros fotográficos requerem uso da imaginação:
À medida que fomos descendo a neblina foi esmaecendo:




Enfim, continuamos descendo devagar, porque a estrada parece mesmo abandonada, com restos de asfalto destruído pelo uso e pelo tempo, muitas pedras, buracos e até poças d'água das últimas chuvas. Isto continuou por mais 11 km, enquanto procurávamos a Pousada Rio Tunel, que imaginávamos estivesse à beira da estrada. 
Encontramos um motoqueiro que havia acabado de sofrer um acidente, estava levantando sua moto, ainda meio grogue, com ferimentos no rosto. Demos um apoio moral, conversamos com ele e soubemos que ele tinha um pessoal de suporte, que deveria chegar a qualquer momento. Cedemos-lhe água para lavar os ralados do rosto e logo chegou um carro de apoio. 
Seguimos nosso caminho e tivemos que enfrentar quatro canzarrões que latiam aproximando-se ameaçadoramente. Com isso, passamos a entrada da pousada, mal sinalizada. Por sorte, um outro motoqueiro que vinha subindo disse-nos que a única pousada existente por ali já havia ficado para trás. Tivemos que voltar subindo um pouco, até pegar a estradinha que dava acesso à pousada, a qual tinha tanto barro que, em certos trechos, era impossível atravessar sem atolar o pé na lama. E nem tínhamos certeza se era o lugar certo... Mas era, e isto foi um alívio.
Depois soubemos, pelos proprietários, que havia sinalização direitinho, porém a "preparação" da estrada para o asfaltamento, mudou-a de lugar e os marcos da pousada foram derrubados e nunca mais recolocados. Estão esperando a finalização da estrada que, pelo jeito, ainda vai demorar muito, especialmente com a crise que estamos vivendo...
Naquela noite o frio recrudesceu e foi difícil tomar banho: um banheiro grande, sem calefação. Ao menos a água esquentava...
Mas a comida era boa, Dª Maria e sua filha Maraizi muito simpáticas. Lugar simples, mas acolhedor.
Quem desejar saber mais sobre a pousada, pode ver a "Pousada Rio Tunel", no Facebook. 

Valor da diária com pensão completa: R$ 260,00

Quilometragem do dia: 39 km.

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07/11/2016 - Como a passagem pelo local em junho foi, de certa forma, frustrante, retornamos à Serra do Corvo Branco em novembro para nova visita. 
E desta vez tudo estava uma maravilhosa! De longe, já era possível ver que não havia neblina:

E quando chegamos ao local, felicidade! De fato, visão total e maravilhosa do gigantesco corte na rocha e do caminho a seguir:



Na 1ª curva o registro sobre a construção da estrada:
A imponência das montanhas no local é algo de espetacular!
E pudemos percorrer e registrar toda a magia do local, desta vez com plena claridade:











As montanhas, além da estrada, são personagens centrais e as imagens são marcantes:








Ficamos novamente na pousada Rio Túnel, da Dona Maria e "seu" Boni, além do Márcio e da Roseane:





Curtindo com Isadora
As atrações, no local, vão desde pescaria no pequeno açude (foto acima), passeio a cavalo (também acima) ou caminhada através do rio Túnel:
Descida para o rio através da mata
 
A transparência das águas é uma coisa linda
Até uma cachoeira no percurso
O local se chama Rio Túnel, porque o curso d'água escavou seu leito através dos tempos e os paredões laterais que se formaram, com muitos metros de altura lembram um túnel, com a vegetação se fechando no alto.
Fizemos apenas um pequeno trecho do percurso no rio. Daqui para a frente haveria necessidade de entrar na água, sendo que em algumas travessias a água chegaria até o pescoço. Considerei que já eram quase 6 h da tarde, que iria escurecer e que eu não teria como proteger o celular, ou seja, para fazer a caminhada completa há a necessidade de mais tempo e estar preparado para ela. Quem sabe um dia?

O valor da pousada continua como em junho: R$ 260,00 com pensão completa.

2 comentários:

  1. Pousada cara :O
    Dia pauleira... mas vcs tiraram de letra!

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  2. Foi pauleira mesmo, Claudia. Tanto é que no dia seguinte nem pedalamos... Abraços a você e ao Filipe.

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