quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Circuito Nascente do Rio Doce - 2º trecho - Desterro do Melo a Alto Rio Doce - 24/08/2022

Desterro do Melo/Povoado de Amorins/Alto Rio Doce

Em Desterro do Melo pernoitamos na Pousada Melense. Custo por casal: R$120,00, com café da manhã. O quarto é amplo, a cama tem um bom colchão. Chuveiro também é bom. O banheiro não tem box ou cortina, a água se espalha na área da pia e do vaso sanitário.

Igreja principal de Desterro do Melo
Saímos da cidade por volta de 9 h. O percurso do dia seria mais curto que o anterior, por isso a calma. O trecho é montanhoso e todo ele composto de constantes aclives e declives, com pouca área plana. 

Acompanha o leito do Rio Xopotó, às vezes próximo, outras a uma certa distância, mas sempre nas cercanias. Em certos momentos ele fica visível, em outros não o avistamos. 
A estrada é ampla e agradável, apesar da constante variação de altimetria. Não há muito tráfego, de forma que pedalávamos com tranquilidade. 
A sinalização do caminho é eficiente e não deixa margem a dúvidas. Nas bifurcações há sempre uma placa: 
O rio é bonito, com seus meandros, através dos quais a água escorre mansamente: 
Às vezes grandes árvores ou mesmo barrancos altos propiciam sombra agradável ao viajante de bicicleta. Poucas nuvens no céu, por isso um alívio ao sol é motivo de gratidão: 
Primeira área do rio encontrada com espaço para lazer, a menos de uma hora de pedal. Salvo engano, trata-se da Cachoeira Cinco Saltos, que consta do roteiro contido no site do caminho:


Pequenos montes, fragmentos florestais, propriedades rurais, córregos e pastos se constituem na paisagem que se nos apresenta, a qual vamos transpondo aproveitando as sombras, quando as há, ou enfrentando o sol quando não: 












É muito comum encontrar nas áreas rurais do interior do Brasil igrejas isoladas, em locais aparentemente distantes de sedes de fazendas ou povoados. Cercadas, como essa da foto. Observa-se, neste caso, que recebe regularmente frequentadores. Certamente, ao menos uma vez por ano, ali é efetuada uma festa. Usualmente com caráter religioso, há uma celebração de início, seguida da comemoração. Em minha infância, em várias localidades rurais da região e, em diferentes épocas do ano, aconteciam estas festas, geralmente no dia do padroeiro ou em data próxima. Havia um leilão para arrecadar fundos destinados à paróquia mantenedora. Nessa ocasião, se reunia a quase totalidade dos moradores da região, que doam as prendas a serem leiloadas. Estas prendas costumavam ser animais assados, como frangos e leitoas, bolos e tortas, devidamente embrulhados em vistosos e coloridos papéis celofane. Ou até animais vivos. As prendas eram disputadas pelos frequentadores, que conheciam e valorizavam a origem de cada uma. Eram desenvolvidas atividades de quermesse, com barracas de entretenimento, música e fartura de comida e bebidas. Era providenciada uma cobertura com lona ou panos de café, quando não existia estrutura e, após a missa, a festa começava, estendendo-se por todo o dia e até à noite, quando havia iluminação. 
Depois da passagem pela capela e de lembranças da infância (pode ser que hoje nem sejam mais assim as festas católicas), o caminho prossegue com os mesmos aspectos já citados antes: 

Meio dia chegamos à mercearia do Edilson, que é considerada pela organização um ponto de apoio ao viajante. Sempre se consegue alguma coisa para comer ali e nós nos fartamos de pão com ovo frito e sobremesa de paçoquinha de amendoim. 

A área em frente à mercearia é molhada regularmente por tratores pipas da prefeitura, para aplacar a poeira. 

Saindo da mercearia, logo após a primeira curva, encontramos a Cachoeira do Cleuri, assinalada por uma placa à beira da estrada. Há uma trilha em meio ao mato, de uns 30 a 50 m, para acessá-la: 

Mais 15 minutos de pedal e chegamos à Cachoeira da Usina, onde também existe um bar. Não paramos porque já havíamos nos alimentado: 

Outros 15 minutos por tranquilas veredas e mais uma cachoeira, a do Tito: 

Aqui se inicia um trecho calçado por pedras estilo pé de moleque: 


O trecho acaba na estrada asfaltada. Achamos, naquele momento, que chegaríamos até Alto Rio Doce por ela. 
Mas, nos enganamos. Depois de pouco tempo, uma indicação do caminho nos remete para uma estradinha de terra, em ascensão, à direita do asfalto: 
Subido o morro, veio a descida correspondente do outro lado, já percorrendo uma rua da cidade. Mas a subida continua bem íngreme em seguida. Vejam a foto clicada já no alto: 
A nossa referência de chegada era o Hotel e Restaurante da Lúcia, mas quando o encontramos, no centro da cidade, fomos informados que ele não funcionava mais naquele local. Ali mesmo nos orientaram como chegar ao nosso destino, localizado a pouco mais de 1 km dali. Ao chegarmos, uma motoneta parou ao nosso lado, na entrada. Era a funcionária, que havia nos visto na rua e veio para nos atender. Havíamos feito reserva.
A quilometragem do movimentado dia foi de 27,5 km e a altimetria, de 627 m. 

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