sábado, 2 de janeiro de 2016

Estrada Real - Caminho dos Diamantes - Ipoema a Cocais - 7º dia - 28/11/2015

Após uma noite bem dormida na Pousada Quadrado, partimos, no sétimo dia de pedal, como de costume, por volta de 8:30 h da manhã. 
Na saída da cidade há um monumento aos tropeiros e uma inscrição:


Nas nossas conversas de ciclo-turistas sempre lamentamos o total descaso dos nossos políticos com a questão da mobilidade dos ciclistas. A Estrada Real está sendo asfaltada, aos poucos, e as estradinhas de terra que os bicicleteiros amam de paixão, vão desaparecendo. Então perguntamos: por quê não se constroem ciclovias ao lado das pistas, ou por caminhos alternativos próximos, o que se tornaria mais um fator de incremento ao saudável hábito de pedalar? Logicamente, estas "trilhas" estariam abertas a pedestres e cavaleiros e eliminariam os riscos do trânsito conjunto com os veículos automotores. Nas proximidades das cidades, pais passeariam com seus carrinhos de bebês nas manhãs ou à tardinha, para o deleite dos rebentos. Adeptos da corrida fariam seus treinos com segurança. E o Brasil começaria a fazer parte do rol de países que tratam o ciclismo com muita seriedade, inclusive até como redutor das doenças próprias do sedentarismo, colaborando eficazmente na minimização das despesas médicas para tratamento desses males. 
O trecho Ipoema/Bom Jesus do Amparo tem uma "intenção" de ciclovia em algumas partes do caminho. Vejam:

Mas, parece que não é feito nenhum tipo de manutenção e há muitos buracos, sem falar em lugares que o mato cresceu e não é possível transitar com a bicicleta. Lastimável. 
Trata-se, porém, de um trecho curto e logo não há mais as divisórias isolando o tráfego. Resta apreciar a paisagem:

Um trecho de mata chama a atenção pelo esbranquiçado das folhas de embaúba:

Não poderia faltar a imagem marcando o sétimo dia de Estrada Real:
Já em Bom Jesus do Amparo, fomos recebidos pelo Fernando Gonçalves, mais um dos grandes batalhadores pelo crescimento do turismo na Estrada Real, que registra e eterniza todos os viajantes do Caminho:
Bom Jesus do Amparo que se orgulha de ter a única imagem de Jesus criança existente no Brasil, aos doze anos de idade, trazida de Portugal:

Na saída de Bom Jesus do Amparo, uma grande árvore, toda florida, se tornava destaque:
Ainda era meio cedo quando chegamos ao Restaurante da Dona Maria, à beira da estrada que conduz a Belo Horizonte. Resolvemos almoçar aqui e valeu a pena: uma ótima refeição por um preço bastante acessível: R$ 9,00. Recomendamos com muita firmeza:
A partir daí, uma estrada de terra muito agradável, em meio a árvores e eucaliptos passou a ser nosso caminho:


Então, nos deparamos com um arbusto, cujas flores eram de uma espécie que desconhecíamos e cujas folhas lembravam as de quaresmeira:

Eu sei, quaresmeira não tem nada a ver com estas flores, não é? Mas a folha parece...

Tínhamos recebido várias recomendações para tomar muito cuidado no trecho que o caminho atravessa uma plantação de eucaliptos.
Fizemos tudo com muita calma e atenção. 
De fato, há viradas de 90° e se a gente não estiver realmente atentos, não é muito difícil de seguir em frente e errar a direção.
Felizmente deu tudo certo.
Logo estávamos novamente numa estradinha de terra, muito agradável, em meio a árvores que sombreavam a passagem, o que era um refresco, diante daquele sol abrasador:


Então entramos novamente em meio a uma grande plantação de eucaliptos, agora uma em que as árvores não tinham sido cortadas ainda, cujas copas balançavam ao sabor do vento. Aliás, o som que elas produziam ao se tocarem no alto era a única coisa que se ouvia.
A estrada que cortava a plantação estava muito suja de folhas e galhos secos, dando a impressão que ninguém passava por ali há muito tempo. Isto provocava em nós uma certa insegurança sobre estarmos no caminho certo, mas os marcos, cada vez que apareciam, nos tiravam as dúvidas. Acabamos atravessando sem nenhum problema:
Chegamos então a Cocais:
A Pousada das Cores, onde pernoitamos, é um lugar impressionante, pela localização em meio às árvores e estátuas temáticas, estrategicamente espalhadas pela propriedade:

Ala dos quartos
Família indígena





Restaurante


A pousada, ou melhor, seu proprietário Éverton, desenvolve uma cozinha experimental, utilizando o que ele chama de "frutais", em detrimento dos "florais". 
Ele usa frutas abundantes na região, como jabuticaba e maracujá, entre várias outras, para criar pratos exóticos e coloridos, que serve nas suas refeições, além de desenvolver produtos como vinagre, tomate em pó e outros, para o deguste dos hóspedes e frequentadores. 
Mais informações sobre a pousada e o trabalho desenvolvido lá, estão em www.pousadadascores.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário