Caldas/Santana de Caldas/Bandeira do Sul
Por termos evitado ir a Pocinhos do Rio Verde, dormimos em Caldas na Pousada do Edmar. R$140,00 o casal, sem café da manhã. Ficamos em um quarto no 2º andar, tendo que subir 2 lances de escada. As bicicletas ficaram embaixo, no salão de entrada da pousada, onde, aparentemente, era servido anteriormente o café da manhã. Há água potável nos patamares dos dois andares, à disposição dos hóspedes, o que achei um procedimento de muito bom tom. A esposa do Edmar, que nos atendeu, é muito simpática e se esforça para agradar. O quarto estava limpo, possui ampla janela de vidro com cortina e tem um banheiro com bom chuveiro, espaço adequado e armário. Telefone de atendimento: 35-3735-1000.
Dia de pedal duríssimo com muitas subidas bem íngremes, duas das quais com pelo menos 2 km de extensão cada uma.
Pouca arborização na primeira hora de pedal, sem passagens marcantes ou que chamassem a atenção por conta de qualquer atrativo. As paisagens continuam muito bonitas, a estrada de terra batida com pó se mantém, alguns trechos cascalhados e perigosos, requerendo redobrada atenção. No entanto, sempre ocorrem corredores de vegetação, que fornecem sombra generosa:
O caminho continua atravessando ou margeando fazendas de todos os tipos. Às vezes somos surpreendidos com o agradável colorido de um ipê rosa, que dá generosamente todo o ar de sua graça: As subidas se repetem e a cobertura vegetal das margens da estrada, sempre que existem, propiciam um refresco ao esforço do pedal, poupando-nos do sol estafante:
Havia passado pouco mais de meia hora desde que saímos de Caldas, quando encontramos a primeira capela no habitual estilo do interior, esta com cobertura lateral para eventos: Viajar de bicicleta não é fácil. Muita gente não entende o que leva alguém a sair por aí enfrentando sol causticante, comendo poeira, desgastando-se em subidas estafantes, tentando escapar de motoristas desajustados, equilibrando-se em descidas alucinantes, controlando cuidadosamente os freios para não triturar os ossos, fugindo ou encarando cães agressivos para não ser mordido e coisas assim. Mas, passagens como esta "de cinema", que despertam felicidade ao cicloturista e nos fazem agradecer à vida pela oportunidade de curtir, ajudam a explicar: Uma hora de pedal e, ao chegar a este posto de combustíveis, a indicação do caminho nos direciona à esquerda, ao lado do restaurante: A nova estradinha, mais estreita, não tarda a enveredar montanha acima, num aclive acentuado, ao lado de um cafezal. E me tornando repetitivo, volto a mostrar uma casa abandonada, instantâneo sempre melancólico: Mais 20 minutos subindo e chegamos ao ápice: O alento que nos anima nas subidas é saber que em seguida, inevitavelmente vem a descida correspondente. Assim, começamos a nossa e o caminho nos leva a Santana de Caldas: A pequena cidade tem uma larga avenida central, que desce a partir da igreja. Nesta via, à direita, encontra-se uma nova padaria, onde são oferecidos deliciosos pães de queijo e outros quitutes. Na ausência de restaurante na cidade, essas iguarias mataram nossa fome. O padeiro é o proprietário e a esposa, simpaticíssima, nos atendeu com extrema cortesia.
Permanecemos por ali cerca de uma hora e retomamos o caminho em seguida. Na subida, após sairmos de Santana de Caldas, encontramos uma árvore carregada de frutos, a qual não sei identificar. Com um pouco de receio, por se tratar de algo desconhecido, cheguei a experimentar, mas o sabor não agradou.
Depois de atravessar a ponte, durante ao menos uns 30 minutos o pedal segue por uma estrada que margeia o rio: Depois vira à esquerda para enfrentar a maior e mais íngreme subida do dia, que nos custou 2 horas e muito esforço, empurrando a bicicleta e a bagagem morro acima. No alto do morro, a sinalização do caminho e a árvore inclinada: O curioso é que a rota forma um grande U, com os viajantes seguindo em uma direção e retornando em paralelo até um ponto que fica mais próximo de onde partimos. O vídeo do Relive abaixo mostra bem isso.
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